Capítulo 27

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Rachel Berry

Em um momento estava levando alguns tapas no rosto, vi minha namorada ser espancada por Dave em minha frente e tive medo do que aquele homem poderia fazer comigo no futuro, já que ele disse aquelas coisas nojentas e depravadas, depois esperei um tiro que acabaria com minha vida, mas este nunca chegou. Tamanha foi minha surpresa ao abrir os olhos e ver minha melhor amiga com os braços esticados em minha frente, ela me protegeu daquele tiro. Porra, ela tomou um tiro no meu lugar. A puxei para os meus braços e me ajoelhei o melhor possível no chão para apoiar sua cabeça em meu colo e consegui dar um sorriso com sua última frase antes de desmaiar.

Merda tem tanto sangue em minhas mãos, em minhas roupas e o chão está ainda pior, e o cheiro está me deixando enjoada, mas não posso vomitar, não consigo na verdade. Meus olhos correram pelo ambiente e chorei ainda mais ao ver o Finn sendo ajudado por um policial, sua perna estava bem feia e minha amada continuava deitada em posição fetal e choramingava, mas com muito esforço ela conseguiu virar pra mim.

—Rachel... -Quinn murmurou e tentou se levantar, mas acabou caindo no chão novamente devido a dor.

—Se afaste, por favor. -Dois homens usando roupas hospitalares se aproximaram para tirar a Santana dali.

—Vem, little mama... -Puck me tirou de perto da minha melhor amiga e me aproximei da minha namorada.

—Quinnie... -Murmurei enquanto afagava os cabelos da minha namorada e ela me ofereceu um sorriso.

—Você se machucou? -Quinn perguntou com a voz rouca. —Ele fez alguma coisa? -Ela frangiu a testa, dor.

—Não, amor... -Apoiei sua cabeça em meu colo. —Você vai ficar bem... -Murmurei e ela fechou os olhos.

—Estou... tão... cansada... -Quinn murmurou. —Posso dormir por cinco minutinhos? -Perguntou sonolenta.

—É uma reação de autodefesa do corpo. -Um paramédico disse. —Ela está com dor e o corpo se "desligou".

—Ela vai ficar bem? -Perguntei depois da sua explicação. —Todos eles vão ficar bem, não é? -Quis saber.

—Sim... -O homem de meia idade me ofereceu um sorriso educado. —Vamos levá-la para hospital. -Disse.

As próximas memórias não passam de borrões e luzes azuis e vermelhas, mas sei que estava indo para o hospital com meu melhor amigo no carro de Quinn. As ambulâncias chegaram na frente e não vi quando os levaram para a ala médica e aquilo me deixou cheia de medo. Medo de perder Quinn, Santana e o Finn.

Não pensei no meu bebê, não pensei em minha saúde e tentei invadir a ala médica como uma lunática, mas o segurança me impediu, ele fora muito educado e paciente comigo e ainda assim fiquei bem irritada.

—Você não pode passar daqui senhorita. -O segurança com o sobrenome "Smith" me impediu de passar.

—Eu preciso saber com minha namorada e meus amigos estão, por favor! -Implorei, mas ele não cederia. —EU PRECISO SABER DELES! -Empurrei o homem, ele nem ao menos se mexeu e quando ia tentar de novo, o Puck me puxou para longe do segurança. —QUINN, FINN, SANTANA! -Gritei e me debati em seus braços.

—Você precisa ficar calma! -Puck me pegou no estilo noiva e me levantou para sentar em uma das cadeiras.

—ME SOLTA, PUCKERMAN! -Gritava com o moreno enquanto estapeava seu ombro e ele continuava sério.

—Se quer colocar sua saúde em risco, não vou te impedir. Mas, não vai ariscar a saúde da minha sobrinha!

A realidade me atingiu como um balde de água fria e tratei de me acalmar imediatamente, pois não queria colocar a vida do meu bebezinho em risco, ele tem que ficar bem. O choro cessou temporariamente e Puck se sentou ao meu lado, ele não queria ter dito aquelas coisas e provou isso ao me abraçar e pedir desculpas.

—Vou pegar um lanche, saímos antes de jantarmos e vocês precisam comer. -Puck comentou e concordei.

A recepção estava vazia, me pergunto se alguém avisou nossos pais, mas o barulho alto de sirenes me fez levantar a cabeça e foi a tempo de ver o corpo de Emily, que estava coberto por um lençol manchado com sangue seco, para chegar ao necrotério e uma maca vinha com o Dave, que balbuciava coisas incoerentes.

—Eu vou matar esses desgraçados! -Foi a única coisa que Dave disse em alto e bom som. —Emily... Emily...

—Estrelinha! -Ouvi a voz dos meus pais vindo das portas da recepção, eles chegaram com os pais da Quinn.

Eu queria abraça-los com todas minhas forças, me esconder do mundo em seus braços e fazer um dos meus intermináveis monólogos, mas as palavras não saiam e minhas pernas não estavam funcionando, pois os meus pensamentos estavam principalmente com Santana em uma sala de cirurgia e com os outros.

—Ela está em estado de choque. -Papai comentou.

—Desculpe, mas, por que isso acontece? -Judy Fabray perguntou.

—Isso acontece porque o trauma ainda não encerrou seu processo, que a mente ainda não aceitou o fato.

—Isso pode prejudicar minha netinha? -Judy perguntou novamente.

—A gravidez de Rachel é de risco e ficar nesse estado não é o recomendado. -Papai respondeu preocupado. —Estrelinha, sei que está preocupada com sua namorada, mas, você precisa voltar para o mundo real, ok?

—Rachel... -Pude ouvir a voz de Puck ao longe. —Te trouxe um suco de laranja e um sanduíche veganos...

"Por que ninguém veio nos dar notícias deles?"

—Vamos tirar essas roupas sujar, querida. -Judy pediu, mas não obteve respostas e não movi um músculo.

—Temos que tentar trazê-la de volta ao mundo real. -Papai comentou.

—Rachel! -Ouvi a voz de Marley. —Como você está, baixinha? -A morena perguntou enquanto se ajoelhava.

—Você está bem? Minha sobrinha está bem? -Kitty perguntou e se ajoelhou ao lado da namorada, nervosa.

—O que estão fazendo aqui? -Puck perguntou. —Como vocês ficaram sabendo disso? -Ele estava surpreso.

—Seguimos vocês e ainda bem que fizemos isso! -Marley esbravejou. —Ele quase matou todos vocês, Puck!

—Eu queria ter saído do carro para tentar ajudar, mas a Marls me impediu... -Kitty chorava copiosamente.

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Santana estava em uma sala de cirurgia naquele momento, os médicos haviam removido a bala da morena sem contratempos e a latina estava fora de perigo, mas ficaria sedada por vinte e quatro horas para que não sentisse dor e passaria por uma transfusão de sangue, pois perdeu uma quantidade razoável do líquido.

Quinn passou por um raio x e uma ressonância magnética para saber como estava tudo do lado de dentro, pois o exterior estava bem feio. A loira havia fraturado uma costela, mas poderia ir embora no dia seguinte, seu rosto estava com alguns hematomas e um pequeno corte no lábios, mas não houve maiores problemas.

Finn passou por um raio x e foi constatado que a bala não perfurou nenhuma artéria e que ele ficaria bem. Contudo, o moreno alto teria que se locomover com o auxilio de muletas pelos próximos dois longos meses.

[Continua...]

consequências: FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora