Capítulo 35

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Rachel Berry

Me lembro de acordar em um quarto de hospital com dores insuportáveis na parte inferior do meu corpo, porém como cheguei até aqui é um mistério. A porta da sala de partos se abriu e minha namorada entrou com roupas hospitalares, uma máscara cirúrgica e os olhos vermelhos como se tivesse chorado por horas.

—Quando vier a próxima contração você deve empurrar! -Camila instruiu.

As contrações vinham com mais frequência e agora sei que elas não são dores fantasmas, comecei a chorar, não apenas pela dor excruciante que sentia, mas também pelo medo que estava sentindo no momento. Meu bebê ainda não completou os noves meses, ele ainda é pequeno, não está no tempo de nascer.

Quinn ficou ao meu lado na cama, me estendeu suas mãos para que pudesse segura-las, mas acabei as apertando com toda força. A minha namorada parecia um fantasma de tão branco e o caos se instalou pela sala quando veio uma nova contração, a loira até esqueceu da dor que sentia nas mãos para me dar apoio moral.

—Ele ainda não pode nascer... -Sussurrei. —Ele não pode... -Meu choro era de medo, dor, culpa.

—Vai ficar tudo bem! -Quinn prometeu e beijou minha testa.

Camila recomendou que empurrasse com mais força, pois estou com os centímetros certos de dilatação para dar à luz ao bebê. Meu corpo tremia loucamente, suava mais do que um porco e a dor não cessava por nenhum momento. AH, ISSO DÓIS DEMAIS! Quinn tentava não desmaiar ou começar a hiperventilar como ela tende a fazer em situações extremas como essa. Os meus esforços pareciam ser em vão, mas não pararia, mesmo estando exausta e minha visão embaçada, pois, meu bebê precisa vir ao mundo. Você precisa ficar acordada! Seu bebê precisa nascer! Vamos, empurre, Rachel!

—Consigo ver a cabeça! -Camila comentou animada e continuei fazendo uma força descomunal.

Vinte e cinco minutos se passaram desde que comecei a empurrar e finalmente um choro baixinho chegou aos meus ouvidos. A Quinn olhava fixamente para o nosso bebê que estava com alguma enfermeira, mas nossa felicidade durou pouco, pois saíram as pressas da sala com nosso pacotinho de amor.

—Vocês têm uma menina, parabéns! -Disse Camila.

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—Você conseguiu, amor! -Quinn voltou sua atenção a morena. —Nós temos uma menininha! -Rachel sorriu e fechou os olhos.

—Uma linda garotinha... -Rachel murmurou antes de adormecer.

—Rachel? -Quinn entrou em desespero ao ver que a namorada fechou os olhos e parou de responder.

—Ela adormeceu. -Camila a tranquilizou. —Parabéns. -A obstetra disse.

—Vamos leva-la para o quarto. -Doutor Philipe disse. —Parabéns a mais nova mamãe.

Quinn saiu da sala de partos um pouco tonta, ela caminhava pelos corredores com vagareza, a garota parecia pisar em nuvens, sem contar que suas mãos começavam a doer agora, mas, ela estava tão feliz com o nascimento de sua filha, que nem se importou com aquela dorzinha incomoda.

Assim que cruzou as portas da recepção, seus pais, amigos e sogros se aproximaram para perguntar:

—Como elas estão? -Santana perguntou.

—É menino ou menina? -Finn perguntou.

—Rachel está bem? -Seus sogros e Puck perguntaram.

—É uma menina... -Quinn disse com um sorriso. —Levaram a Rachel para o quarto e saíram com a Bethany do quarto rápido...

Os avos da menininha respiraram aliviados pelas duas terem sobrevivido ao processo de parto, mas tornaram a ficar preocupados com sua netinha ao ouvirem a última parte da sentença. Os jovens do Glee pensavam positivo e apenas parabenizaram a loira pela nova adição a sua família.

—Philipe! -Leroy chamou novamente o amigo de profissão. —Como está minha neta?

—Ela terá que ficar na incubadora por um tempo e sobre cuidados médicos, Leroy. -Disse cabisbaixo.

—O quê? -Quinn perguntou. —Por quê?

—As enfermeiras saíram as pressas da sala de partos, pois sua filha não conseguia respirar bem sozinha, Quinn. -Comentou.

—O que isso quer dizer? -Perguntou a loira.

—Os pulmões da sua filha não estão 100% formados, Quinn. -Disse o médico. —Ela corre riscos de vida, sinto muito mesmo.

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Quinn Fabray

Minha namorada entrou em trabalho de parto, minha filha vai ter que ficar em uma incubadora, ela corre riscos de vida, esse dia parece ter mais de 500 horas. Merda, esse devia ser o dia mais feliz da minha vida, mas estou aqui, cheia de medo, quebrada e esse está sendo um dos dias mais difíceis da minha vida toda.

Decidi tomar um pouco de ar fresco ou acabaria enlouquecendo dentro daquele hospital.

—Você está bem? -Finn perguntou.

—Estou um pouco cansada. -Comentei e o rapaz se sentou ao meu lado.

—Você sabe que a Beth vai ficar bem, não é? -Perguntou ele.

—Como pode ter certeza? -Não estava com esperanças.

—Porque ela é uma Berry Fabray. -Finn me ofereceu um largo sorriso.

—E o que isso tem a ver? -Perguntei com a sobrancelha arqueada.

—Como você mesma diz: um Fabray pode fazer qualquer coisa! -Um sorriso sincero escapou dos meus lábios.

—Você tem razão. -Dei algumas risadinhas em meio a mais lágrimas.

—Ainda tem o sangue dos Berry correndo por suas veias. -Comentou. —Ela vai ser muito determinada.

—E coloque determinada nisso. -Comentei.

—Ela vai sair desse hospital e o clube do coral vai mimá-la muito. -Finn me garantiu.

—Obrigada! -Abracei meu amigo como forma de agradecer suas palavras.

Ficamos sentados naquele banco do lado de fora por mais de quinze minutos. O Finn me falando sobre como iria estragar minha filha com doces e videogames, eu sempre protestando e dizendo que os tios se comportam com responsabilidade.

—Vamos entrar que seus pais devem querer falar com você! -Finn disse e concordei em entrar.

A noite caia quando nossos amigos foram embora e me sentei na cadeira da recepção para esperar que os médicos me deixassem ver a minha namorada.

—Vamos para casa? -Papai perguntou e apenas neguei com a cabeça.

—Não vou sair daqui até que minha namorada e minha filha possam sair também! -Declarei.

—Estamos orgulhosos de você! -Mamãe se sentou ao meu lado e me abraçou.

—Também estamos orgulhosos... -Leroy comentou enquanto abraçava seu marido.

—Você se provou digna de confiança, Quinn. -Hiram disse.

[Continua...]

consequências: FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora