Capítulo 39

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Quinn Fabray

Esbarramos com Santana e Brittany assim que entramos na ala da maternidade. As duas choravam, o que é um evento raro pois a Santana odeia chorar em público. Admito que fiquei um pouco preocupada com o que pode ter acontecido, mas fiquei mais calma quando a Brittany se abaixou para dar um abraço apertado em minha namorada e sussurrar coisas sobre como a Beth é a criaturinha mais linda do mundo ou chama-la de pequeno unicórnio.

Santana também se abaixou para abraçar Rachel com todas suas forças, ela chorou como uma criancinha nos ombros da minha garota. Qualquer pessoa poderia ficar com ciúmes dessa aproximação, mas eu não e nem mesmo a Brittany pois sabemos que essas duas são melhores amigas a muito mais tempo e que só estão compartilhando um momento de alegria e ao mesmo tempo de dor.

—Ela é perfeita, RuPaul. -Santana comentou. —Acho que sua única coisa bem feita.

—Eu tenho grande parte dos créditos, sabia? -Perguntei com falsa indignação.

—Você faz parte do pacote, mas os créditos são totalmente da RuPaul por ter carregado aquela coisinha fofa. -Comentou. —Se bem que a Bethany é tão parecida com você que chega dar medo, mas é claro que ela é bem mais bonita Gaybray.

—Você tem que parar de chamar elas assim, Sammy. -Brittany ralhou com a namorada, que ficou com um bico por ter levado branca da loira dos olhos azuis, e acabei dando uma gargalhada. Santana Lopez foi domada pela doce e inocente Brittany S. Pierce. Contudo, tratei de calar a boca ao ser repreendida pelo olhar ameaçador de minha própria namorada.

—Domada! -Santana sussurrou assim que passou ao meu lado para sair daquela ala.

—Chicoteada! -Sussurrei de volta e a latina mostrou o dedo do meio para mim enquanto saia pelas portas de vidro.

—Já falei para você não fazer essas... -Ainda pude ouvir Brittany a repreendendo antes delas saírem dali com Leroy.

—Podemos ir agora ou vai querer ficar parada aqui no corredor? -Rachel perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

—Vamos sim... -Disse um pouco envergonhada.

Minha namorada estava ansiosa para conhecer nossa filha e praticamente pulava na cadeira de rodas. Eu por outro lado estou um pouco receosa com esse encontro, pois a Rachel estava se culpando pelo que aconteceu uns minutos atrás e quando ela ver nossa menininha naquela incubadora, ligada a um ventilador para receber o oxigênio necessário, ela se culpará ainda mais e não quero que isso aconteça pois me quebro toda vez que vejo essa morena chorando.

Algumas lágrimas insistiram em cair dos meus olhos verdes e marcaram o chão por onde passávamos, mas a Rachel não percebeu meu pranto, ela continuou com um largo sorriso no rosto e uma felicidade invejável. Isso me deixa tão feliz.

O sorriso da judia diminuiu gradativamente ao chegarmos em frente à UTI neonatal, ela soube imediatamente quem era a Beth e chorava em meio a pequenos sorrisos. Nossa garotinha dormia com aquele tubo em sua boquinha e alguns fios presos ao peito (eles mediam sua frequência cardíaca).

—Acho que alguém está sorrindo. -Philipe comentou.

—Ela é tão linda. -Rachel comentou em meio as lágrimas e algumas risadas de felicidade.

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Rachel Berry

Bethany é uma garotinha perfeita com sua pele branquinha e cabelinhos loiros como a Quinn. A Santana tinha razão quando disse que a menina é parecida com minha namorada, parece até um xerox. Os aparelhos mostram algumas linhas que subiam e desciam de maneira ritmada e não evitei um sorriso ao saber que ela estava bem, que estava viva, mas fiquei de coração partido ao vê-la naquela situação, com todos aqueles fios e aquele maldito tubo em sua boquinha pequenina. Agora entendo porque a Santana chorou ao ver minha filha. Essa cena é de partir o coração da pessoa mais forte do mundo.

Meu amor por essa pequena se tornou mais forte e verdadeiro (se é que isso é possível), pois agora ela está aqui com a gente. Vou proteger essa menininha com minha vida se for preciso pois essa pequena se tornou o centro do meu universo nesses últimos meses e Bethany é perfeita, minha coisa mais perfeita. Meus olhos se mantiveram fixo na pequena e em cada mínimo movimento que ela fazia.

—Ela é uma cópia sua. -Disse para Quinn.

—Todo mundo que a viu disse a mesma coisa. -Brincou e dei uma risada.

—Quinn nossa filha vai sair desse hospital, não é? -Perguntei em puro desespero e mais lágrimas caíram dos meus olhos.

—Ela tem que sair. -Quinn disse com um meio sorriso. —Ela é nossa filha. -Encarou a incubadora por um tempo enquanto sorria.

Ficamos olhando nossa filha em frente ao vidro da UTI neonatal por longos minutos, chorávamos e sorriamos como duas bobas a cada pequeno movimento de Beth. Ficamos tão distraídas com nosso pacotinho de amor que não percebemos quando meu papai se aproximou com um largo sorriso no rosto.

—Ela é linda, não é? -Perguntou admirando a netinha adormecida.

—Ela é a garotinha mais perfeita do mundo. -Comentei bobamente.

—Vocês querem entrar para vê-la mais de perto? -Papai perguntou.

—Nós podemos? -Perguntei intercalando o olhar entre meu papai e o doutor que era responsável por mim.

—Claro. -Philipe respondeu. —Só...

—Precisamos higienizar as mãos? -Quinn completou com um sorriso brincalhão.

—Isso... -Ele respondeu entre risadinhas.

Meu pai explicou como seria feito o procedimento de higienização antes de entrarmos e claro que escutei com toda a atenção do mundo, pois não quero correr o risco de passar algum gemer ou bactéria para minha filha. Com minucioso cuidado executei o processo. A Quinn não se preocupou muito com a higiene das mãos (ela alegou já ter feito esse mesmo procedimentos vezes antes) e acabei dando uma "pequena" explicação sobre a importância de passar o sabonete mais de duas vezes, enxugar muito bem e passar uma quantidade pequena de álcool em gel devido o cheiro ser muito forte para um bebê.

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Rachel Berry acabou fazendo um monólogo e Quinn decidiu acatar suas orientações ou ficariam ali discutindo por horas e não entrariam para ver sua filha. Leroy e Philipe riam da interação das duas e o homem Berry não podia estar mais feliz com o relacionamento daquelas duas cabeças duras que se amavam a tanto tempo, mas só tiveram coragem de admitir recentemente.

—Vocês querem ver a Beth ou vão discutir a manhã toda sobre a higiene? -Leroy brincou.

—O horário de visitar está quase acabando. -Philipe brincou.

—Você me fez perder minutos preciosos ao lado da minha filha, Fabray! -Rachel disse emburrada.

—Eu te fiz perder minutos preciosos? -Quinn perguntou indignada. —Você que começou a fazer um monólogo!

—Porque devemos tomar todo tipo de cuidado para entrarmos em uma UTI e... -Rachel não pode terminar, pois a loira a beijou.

—Podemos só entrar e ver nossa filha? -Perguntou enquanto abraçava a morena pela cintura.

—Acho que deveríamos. -Rachel baixou um pouco o rosto, pois estava com as bochechas vermelhas.

(Continua...)

consequências: FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora