Capítulo 37

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Rachel Berry

Acordei em um quarto hospitalar, ainda estou um pouco cansada pelo esforço de algumas horas atrás, e uma sensação de vazio dominou assim que toquei minha barriga que agora estava lisa. Minha filha nasceu prematura e nunca, nunca vou me perdoar pelo que aconteceu. A culpa disso tudo foi minha, não devia ter me apresentado com dor, eu devia ter vindo direto para o hospital quando as dores começaram e eles teriam retardado o nascimento da minha menina.

—Você é mesmo uma idiota, Berry. -Murmurei para mim mesma, derramando algumas lágrimas.

Meus soluços acordaram Quinn, que estava cochilando em uma poltrona próxima a janela do quarto. Minha namorada está um pouco desnorteada, ela nem se acostumou com a luz antes de vir correndo em minha direção, certamente pensando que estivesse com alguma dor. Claro que sinto uma dar piores dores da minha vida, mas, Quinn não pode curá-las, pois, um coração partido só o tempo cura.

—Você acordou. -Quinn me abraçou. —Obrigada... -Agradeceu.

—Pelo que? -Perguntei, limpando as lágrimas.

—Você me deu o melhor presente do mundo, meu amor. -Beijou minha testa.

—Como ela tá? -Perguntei preocupada.

—Ela tá bem, mas vai ficar na UTI neonatal por um tempo. Seus pulmões não estão cem por cento formados ainda e ela tem certa dificuldade em respirar sem a ajuda de um ventilador. -Quinn disse. —A Doutora disse para termos esperanças, ela está reagindo bem aos medicamentos. -Ela comentou. —Camila disse que Beth é muito espertinha e muito curiosa para uma bebê prematura. -Quinn sorria.

—Ela puxou sua energia então? -Perguntei com um sorriso bobo nos lábios e Quinn deu risada.

—Esquece que você é a "serelepe" da relação? -Perguntou e dei algumas risadinhas.

Quinn sentou ao meu lado e acariciou meu rosto com toda delicadeza, naquele momento soube que tudo ficaria bem. A loira sempre estaria ao meu lado, ela não iria a lugar nenhum, e juntas vamos cuidar da nossa pequena, pois, Bethany Berry Fabray vai sair desse hospital. A minha bebê é forte, ela é nossa parte perfeita.

—Me sinto culpada pelo que aconteceu, sabe? -Comentei e Quinn deu um pequeno sorriso acolhedor.

—A culpa não é sua... -Quinn sussurrou.

—Eu devia ter vindo ao hospital quando senti a primeira dor estranha, mas escolhi me apresentar...

—Não vou negar que foi um pouco imprudente da sua parte, mas a culpa não foi sua, Rachel. -Disse. —Nossa filha só é um pouquinho apresada, assim como a mamãe dela, e decidiu nos conhecer um pouquinho mais cedo, porém ela vai ficar bem e logo estaremos em casa com nossa menina, tá bom?

—Ok... -Segurei sua mão com certa força. —Eu te amo, Quinn.

—Eu te amo também. -Quinn se inclinou para beijar os meus lábios. —Você é o amor da minha vida.

Quinn sempre deixou isso bem claro, ela não me disse uma ou duas vezes, ela disse mais de cem vezes e sempre me sentia nas nuvens quando ouvia aquelas palavras. Minha namorada se deitou ao meu lado na cama e começou a chorar quando me contou sobre como nossa filha segurou seu dedo com força e como uma boa manteiga derretida, acabei chorando junto.

Queria conhecer logo minha princesa e Quinn prometeu que conversaria com meu médico sobre isso.

—Rach! -Santana entrou no quarto de supetão e correu até minha cama para me abraçar.

—San! -Correspondi o abraço com força e Quinn sorria enquanto se levantava da cama.

—A Beth é a coisa mais linda do mundo! -Santana comentou com os olhos lacrimosos.

—Como você viu a Beth? -Quinn arqueou a sobrancelha.

—Você sumiu da recepção, fiquei preocupada e fui te procurar, Juno! -Santana disse.

—Resumindo: você invadiu a UTI neonatal? -Perguntei com divertimento.

—E não fui pega por isso! -Disse orgulhosa. —Mas visitei mais de sete banheiros diferentes...

Conversamos sobre nosso mais novo assunto favorito, Bethany Berry Fabray. Uma enfermeira entrou no quarto e disse que o horário de visitas havia acabado e que Santana precisaria sair, o que não agradou a latina, mas ela decidiu respeitar as normas e sair em silêncio. A Quinn podia ficar pois era a outra mãe de Beth.

O doutor entrou logo em seguida com um sorriso simpático, ele me fez algumas perguntas, todas respondidas com sinceridade. Ele sugeriu que tomasse um banho quente e vestisse uma roupa mais confortável, pois me levaria para conhecer minha menina. Me levantei quase em um pulo daquela cama e com a ajuda de Quinn fui até o banheiro particular do quarto.

Minha namorada me ajudou no banho, sem segundas intenções, pois estou de dieta pós-parto e não posso ter relações sexuais pelos próximos dois meses, o que não seria um problema. O banho foi rápido, estou realmente ansiosa para conhecer minha filha.

Quinn me ajudou a vestir uma calça de moletom e uma regata branca antes de sairmos do banheiro. A minha loira me deu um selinho demorado enquanto estávamos no quarto e depois esperamos o doutor voltar com uma cadeira de rodas, ele disse para que evitasse esforços nesses primeiros dias.

—A UTI neonatal é um pouco diferente do berçário comum. -Comentou.

—Eu imagino... -Murmurei.

—Vai ser difícil para você ver sua filha naquele lugar, mas, vou pedir para que tente manter a calma.

—Eu posso fazer isso, doutor! -Disse rapidamente.

—Vamos? -Perguntou com um sorriso.

—Vamos, por favor! -Me sentei na cadeira com rapidez e Quinn deu algumas risadinhas.

—Eu disse que nossa filha é apressada feito a mamãe! -Quinn sussurrou em meu ouvido.

—Vocês formam um lindo casal. -Philipe disse com um sorriso e saímos porta a fora com Quinn empurrando minha cadeira de rodas.

Ainda era muito cedo pela manhã e o silêncio reinava pelo hospital, tudo ainda estava um pouco vazio, mas não me importei com o fato. Estou indo ver minha filhinha e nada pode me deixar mais feliz do que isso no momento. Entramos na ala da maternidade e meu coração errou as próprias batidas.

—Não acredito que vou ver o rostinho da minha filha! -Comentei animada.

—Ela é linda. -Quinn comentou com um sorriso doce.

—Bethany terá bons genes, com todo respeito. -O doutor disse e demos sorrisos sinceros.

[Continua...]

consequências: FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora