Capítulo 31

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Um mês mais tarde

Rachel Berry

O último mês foi uma completa loucura, pois a Santana saiu do hospital depois de duas semanas e queria voltar a escola a todo custo, mas os seus pais não deixaram. Os Williams voltaram para sua cidade natal com o corpo da filha e soubemos que Dave foi condenado a dez anos de prisão.

No presente dia participaremos das seccionais. A minha melhor amiga não pode fazer muitos esforços, mas o sr. Schue e o Mike conseguiram criar uma coreografia que não exija esforços em demasia de pessoas que estão em recuperação até o próximo mês e/ou mulheres grávidas com um nível hormonal assustador e uma barriga que atrapalha qualquer movimento mais elaborado.

Meu corpo anda meio estanho nos últimos dias, pois venho sentindo algumas dores (suportáveis) na região do abdômen, mas não pretendo contar aos meus pais e muito menos a minha namorada extremamente protetora, eles vão querer me prender na cama ou tentarão me levar ao hospital, consequentemente perderia as seccionais e não estou disposta a perder essa competição por nada nesse mundo, visto que o pessoal precisa da minha poderosa voz para ganharmos essa competição e finalmente nos encaminharmos para as nacionais e trazer o troféu.

Estava prestes a entrar no banheiro quando meu bebê chutou e uma fisgada me atingiu como se fosse uma descarga elétrica, essa é uma dor que me faz sentar e frangir a testa enquanto abraço minha barriga e choramingo com esse desconforto horrível. As coisas que vem acontecendo podem parecer um pouco estranhas, mas acredito que são aquelas dores fantasmas ou normais.

—Tudo bem? -Papai apareceu em minha porta e tratei de esconder as feições de dores do rosto.

—Sim, só estou descansando um pouco as costas. -Menti e me forcei a dar um sorriso de show.

—Certo. -Papai acreditou. —Quinn veio te buscar para irem à competição. -Disse com um sorriso.

—Deixa ela subir. -Pedi enquanto me colocava de pé. —Vou tomar um banho rápido. -Expliquei.

Não esperei uma resposta e entrei no banheiro com certa presa para tomar meu banho e relaxar um pouquinho, pois estava dolorida e muito ansiosa para as seccionais, o que deixa o bebê agitado e isso deve estar causando as minhas dores. Preciso me acalmar com urgência. Meu corpo estava mais relaxado depois que o banho terminou e as dores haviam passado.

Me enrolei em uma toalha quentinha e decidi me trocar no meu quarto para não correr riscos de escorregar ou molhar minhas roupas, já que o banheiro estava todo molhado no momento e escorregadio. Assim que pisei em meu quarto dei de cara com minha namorada, ela estava sexy com aquele vestido dourado, e por breves momentos fiquei me perguntando como ela havia entrado, mas lembrei que meu pai veio me avisar sobre sua chegada a alguns minutos atrás e que eu tinha pedido para que ela subisse para me esperar.

—Olá invasora. -Brinquei enquanto descartava minha toalha e caminhava até meu guarda-roupa.

—Oi... -Quinn murmurou e achei estranho seu comportamento então me virei para a encara-la.

Minha namorada estava com os olhos fixos em minha bunda descoberta e mordia o lábio inferior. Ela parecia hipnotizada com meu corpo descoberto. As minhas bochechas coraram, mas meu ego ficou inflamado, o que era raro de acontecer ultimamente. Dei uma risadinha ao perceber que ela parecia um leão prestes a atacar sua presa.

—Não tem nada aqui que você não tenha visto. -Brinquei e coloquei minha calcinha.

—Nunca vou me cansar de admirar o seu corpo... -Quinn murmurou debilmente.

Acabei dando risada do modo que ela falou e terminei de abotoar meu sutiã e coloquei meu vestido para logo em seguida gargalhar com o rosnado de insatisfação e o bico que minha namorada fez ao perder a visão do meu corpo desnudo. Eu me aproximei e me sentei em seu colo, pude sentir sua semi-ereção contra minha bunda, ela devia estar tão desconfortável naquele short de compreensão e antes de beijá-la com todo amor, dei um sorrisinho torto e rebolei contra seu colo para vê-la engasgar com o ar e ficar com as bochechas coradas e então tomei seus lábios.

—Não podemos começar o que... -Parei de falar ao sentir outra pontada e dessa vez mais forte.

—Você tá com dor? -Quinn perguntou preocupada.

—Estamos bem. -Mentir e beijei sua testa antes de me levantar para fazer a minha maquiagem.

Quinn estava desconfiada, mas preferiu acreditar em minhas palavras e duas horas depois estamos entrando na sala do coral do colégio McKinley para nos juntarmos aos nossos amigos. Os meus pés estão me matando, preciso urgentemente me sentar ou não vou conseguir dançar na apresentação, mas não tem uma cadeira livre.

—Santana. -Chamei minha melhor amiga.

—Queeeee? -Perguntou arrastado. —O que você quer, Berry?

—Preciso de um lugar para sentar. -Respondi e corri meus olhos pela sala.

—ESPAÇO PARA PEQUENA BOLA DE DEMOLIÇÃO SE SENTAR! -Santana gritou para com o pessoal. —MULHER GRÁVIDA NA ÁREA. VAMOS TIRANDO AS BUNDAS GORDAS DESSAS CADEIRAS, PORRA.

Logo várias cadeiras foram cedidas com um coro de: pode sentar aqui, Rachel. Me sentei em uma poltrona qualquer e pedi para que a Quinn fosse me buscar um copo de água, pois estava com sede e logo em seguida agradeci ao pessoal por todos terem sido compreensivos e me cedido seus lugares e agradeci também a minha amiga por ter pedido.

Estava sentada embaixo das janelas conversando com Tina e esperando minha água quando um papelzinho caiu sobre meu colo e como sou alguém muito curiosa, decidi abri-lo, pois, claramente alguém havia o jogado pela janela para que saísse sobre o meu colo.

"Me encontre perto do bebedouro, precisamos conversar."

"Não deixe nossa história acabar assim, Rachel Berry."

"Com amor, Jesse St. James."

Respirei fundo algumas vezes e decidi que era melhor encontrá-lo de uma vez por todas e acabar com essa "perseguição" e mostrar aquele engomadinho que estou muito bem e feliz com Quinn.

—O que é isso? -Quinn perguntou enquanto me estendia um copo com água.

—Obrigada. -Agradeci a água e tomei um longo gole antes de responder. —Jesse quer me encontrar perto do bebedouro e vou me encontrar com ele para mostrar que não preciso dele em minha vida, pois tenho uma namorada incrível ao meu lado. Mas, quero que me acompanhe e fique a uma distância segura. Só para o caso dele tentar alguma gracinha. -Disse e mesmo a contragosto a minha namorada concordou em me acompanhar e juntas deixamos a sala do coral.

—Se ele tentar alguma coisa. Eu juro por Deus que arrebento a cara dele. -Quinn comentou.

—Meu herói. -Brinquei e lhe dei um selinho antes de seguir sozinha para o bebedouro.

Jesse me esperava no lugar combinado, ele sorria bobamente e estava com uma rosa em mãos, mas o sorriso morreu em seus lábios ao notar o tamanho da minha barriga. A rosa encontrou o chão e sua cara se fechou de uma maneira quase assustadora e abracei minha barriga em um ato involuntário de proteção, como se ele fosse capaz de tirar meu bebê de mim com o olhar.

—Você está grávida? -Jesse perguntou com uma fúria que não lhe pertencia.

[Continua...]

consequências: FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora