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— Está indo para casa? — John pergunta, fechando seu livro.

— Sim. Quero descansar um pouco, antes de ir até a funerária.

— Então conseguiu o dinheiro?

— Na verdade, é o único que tenho. Acabei de receber e vai tudo pra resolver essa situação. — suspiro.

Ele tomba a cabeça e fica me encarando.

— Está com fome? — questiona.

— Sempre. — ele ri. — Por quê?

— Toma café comigo?

Olho meu relógio. Eram quase oito e meia e meu estomago se revirava.

— Não precisa pedir duas vezes.

John sorri e se levanta. Ele estica a mão para mim e eu franzo o cenho.

— Vem. — diz. — Vamos descer na próxima.

Pego a mão do loiro e deixo que ele me puxe.

— Você já tinha isso em mente? — pergunto, quando ele passa o braço em volta da minha cintura.

— Como poderia ter, se nosso encontro foi obra do destino?

John estava tão perto. Ele falava olhando para a minha boca, o que só aumentava minha vontade de beijá-lo.

O metrô para, fazendo com que nos aproximemos mais ainda. John direciona seu olhar para os meus olhos.

— Melhor a gente descer... ou melhor, subir.

Sorrio sem jeito e me afasto, saindo do vagão. Na escada rolante, olho de soslaio para trás e observo John colocar óculos escuros.

— Vai ter algum problema sermos vistos juntos? — pergunto, assim que chegamos ao topo.

— Bem... eu prefiro evitar, mas se você se incomodar...

— Não, tudo bem. Onde nós vamos?

— Eu vou andar na sua frente. O que eu fizer, você faz.

Eu concordo e nós saímos da estação.

O tempo estava fechado e parecia que ia cair aquela chuva, a qualquer momento.

John caminha a minha frente, com uma das mãos no bolso da calça, enquanto a outra segura o livro. Ele para, olha uma vitrine com cachorrinhos e então volta a andar. Segundos depois, ele novamente para, coloca a mão na cintura e olha para os lados. Logo ele volta a andar e para novamente, me fazendo gritar.

— PARA!

Escuto sua risada, antes dele continuar a andar. John só para de rir, quando entra no café.

— Eu achei que você não fosse perceber. — diz, retirando os óculos.

— Está bem palhaço, você.

John escolhe uma mesa e logo faz os pedidos por dois. Eu só o interrompo para acrescentar um bolo de chocolate no pedido.

— Desculpe. — digo. — Me deu vontade.

— Quer mais um?

— Não... obrigada.

— E aí? Como foi sua noite?

— Eu que tenho que perguntar. Você quem foi a uma festa.

— Você poderia ter ido também. — diz, sorrindo ironicamente.

— Queria muito, mas infelizmente, eu tenho contas pra pagar e não sou nenhuma famosa que tem dinheiro ao estalar os dedos.

— Ei! — ele ergue os braços. — Não me ataque.

Hotline BlingOnde histórias criam vida. Descubra agora