Quando Alex disse que eu saberia qual era o apartamento de John, ele tinha completamente razão.
Assim que o elevador parou no andar destinado a ele, uma música alta vinha de uma porta em questão. Eu reconheço a voz de John de imediato. Ele cantava alguma musica do Bruno Mars. Só reconheci a voz do cantor, quando John deu uma pausa.
Toco a campainha, mas não tenho resposta. Bato com força na porta e a música é desligada. Em instantes um John sorridente e sem camisa, surge, vestindo apenas um avental branco.
— Olá. — diz, mostrando seus lindos e alinhados dentes brancos. — Desculpe a demora. Estava empolgado.
— Eu reparei.
John puxa-me para dentro do seu apartamento, depois de depositar um selinho em meus lábios.
— Eu acabei me atrasando na cozinha e nem banho tomei. Se incomoda se eu te deixar sozinha por alguns minutos?
— Não, claro que não. Fique à vontade.
— Fique você, a vontade. Sinta-se em casa.
Quando John sobe, eu olho toda aquela sala, questionando-me como que poderia me sentir em casa, se só aquela sala era maior que todo meu apartamento.
O cheiro que vinha da cozinha, era maravilhoso e só fazia minha barriga gritar de fome.
Largo minha bolsa no sofá e caminho pela sala de John, admirando alguns retratos. Estava no meio de tanto luxo e me senti a pessoa mais ferrada da vida.
Frustrada por aquele sentimento ter tomado conta de mim, do a volta no imenso sofá de John e me sento. Meu celular apita, informando uma nova mensagem e eu o pego. Era Lilian.
Lilian: você deve estar com John, né... eu só quero dizer que eu sinto muito, de verdade. não era minha intenção magoar você, mesmo que isso tenha ocorrido. só achei que fazer aquilo apenas uma vez, poderia te ajudar um pouco. eu te amo.
Penso em todas as dívidas que meu pai me deixou, em como tive que abandonar a faculdade e crescer repentinamente e me questiono, por que não fazer?
— Hey! Demorei?
John vestia uma calça jeans e um moletom cinza. Seu cabelo tingido estava parcialmente molhado, e parecia não estar penteado. Lhe dava um ar mais despojado.
— Não.
— Está tudo bem? — ele ergue uma sobrancelha pra mim e olha na direção da minha mão.
Só então noto que eu segurava meu celular com bastante força.
— Oh... — jogo o aparelho dentro da bolsa. — Sim... era só uma mensagem.
— Problemas? — questiona, se sentando ao meu lado.
— Era apenas uma dúvida, mas acho que já sei o que fazer.
— Sabe que pode contar comigo, para o que precisar, né? — diz, enrolando um dos meus cachos, em seu dedo.
— Eu sei, obrigada.
John se aproxima e sem nenhum pudor, me beija.
— Acho melhor irmos comer. — ele diz, sem se afastar completamente. — Ou sou capaz de passar a noite toda beijando você.
— Talvez possamos continuar isso depois do jantar.
John sorri lindamente, antes de me puxar para a cozinha.
— E qual o cardápio? — questiono, quando ele puxa uma cadeira para eu sentar, naquela enorme mesa repleta de pratos.
— Roast beef, com batatas, vegetais e arroz branco. — torço o nariz com a palavra vegetais. — O que foi?
— Hmmm, nada. O que mais? Tem bastante coisa aqui.
— Fiquei com receio de você não gostar da primeira opção e fiz peixe com batata. E para sobremesa, summer pudding. — diz, se sentando do meu lado. — Está na geladeira.
— Amo pudim! E como não sou chegada a peixe, vou ficar com o roast beef. Pode ser?
— Você pode tudo.
[...]
Depois de comer tudo aquilo que John preparou, com exceção do paixe, e aquele pudim divino, estávamos deitados no sofá, onde estava parcialmente em cima de John e o beijando sem parar.
— Sabe... eu notei uma coisa. — murmura e me dá um selinho. — Você só trouxe uma bolsa de mão. Não vai dormir aqui?
— Eu não quis trazer roupa, para não parecer uma desesperada.
— Desesperada? Eu disse que você podia trazer.
— Eu sei, mas tenho paranoia com essas coisas.
— Isso quer dizer que você precisa ir? — questiona, raspando seus lábios nos meus.
— Só se não me quiser aqui.
John coloca a mão em minha nuca e me beija profundamente.
— Entendi... — murmuro, rindo contra seus lábios.
— Hmmm... lembrei.
— Do que?
— Meu aniversário está chegando.
— O que? — me espanto. — Quando?
— Daqui três dias...
— Como assim, John!? E você me conta assim?
— Como queria que eu contasse? — questiona, rindo.
— Ontem, antes de eu gastar todo meu dinheiro. E agora?
— Eu não quero presente, amor. Relaxa.
— Claro que não!
— Shiiiiii! — John murmura, colando seus lábios nos meus. — Vamos ver um filme?
— Eu gosto muito mais disso que estamos fazendo agora.
Ajeito minhas pernas, deixando uma de cada lado do seu corpo, de modo que fico sentada sobre ele, e intensifico nosso beijo. John coloca suas mãos nas minhas costas e aperta minha blusa.
Eu já podia sentir a sua ereção, quando John me empurra de leve e se levanta rapidamente.
— John? — olho-o sem entender sua reação. — O que foi?
— Não pense que não quero...
— Não consigo pensar em outra coisa. — murmuro, me sentando.
— Emma, você lembra do que falei na primeira vez que saímos? Sobre não beijar você de primeira?
Eu lembrava e perfeitamente.
— Sou legal demais para acelerarmos tudo. — digo, já revirando os olhos.
— E não revire os olhos. Eu odeio isso.
— Estou tentando não me sentir frustrada.
— Meu bem... — John se senta ao meu lado e toca meu rosto. — Eu quero você. Não imagina como foi difícil tirar você de cima de mim. Mas eu quero fazer tudo certo com você.
Reviro os olhos, mesmo sabendo que aquilo iria irritá-lo e sorrio por fim.
— Eu odeio quando você me deixa frustrada e diz uma coisa fofa em seguida, pra me deixar mal.
Ele solta aquela maldita gargalhada fofa.
— Você me perdoa?
— Por querer me tratar com respeito? — passo meus braços em volta do seu pescoço e ele assente. — Impossível ficar com raiva ou algo do tipo.
John sorri mais uma vez e me beija.
— Vou fazer pipoca. Tudo bem?
— Sim.
Depois de mais um selinho, John se levanta e vai para a cozinha, me deixando sozinha e pensativa.
Eu não sabia se merecia John em minha vida.
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Hotline Bling
RomanceEmma vê sua vida ir por água a baixo, quando seu pai morre e todas as suas dívidas são jogadas em seu colo. Sem outra opção, ela abandona a faculdade e arruma um emprego como atendente sexual. Sua função era fazer homens se aliviarem pelo telefone. ...