A banheira do apartamento de cima, estava agora no chão da minha cozinha. Meu vizinho me encara lá de cima com a cara mais feia que eu já vi.
— Isso é culpa sua! — ele grita, apontando em minha direção.
— Minha? Minha culpa? Como a sua banheira cair na minha cozinha, vira minha culpa?
— Tenho certeza que essa sua casa está cheia de infiltrações! — ele berra e continua apontando o dedo na minha direção. — Seu pai nunca cuidou desse lugar e você menos ainda!
Eu já estava irritada o suficiente por ter um buraco no meu teto e uma banheira no meu chão, mas bastou ele falar do meu pai, para toda paz de espírito que eu estava filtrando desde a conversa com Richard, sumir.
— O QUE? Você não acha que a culpa das infiltrações na minha cozinha, não se dão ao fato de você TER A DROGA DE UMA BANHEIRA NO ANDAR DE CIMA? Essas pragas que você chama de filho, que só sabem correr de um lado para o outro, deviam fazer essa banheira de piscina o tempo todo!
— VOCÊ NÃO FALA DOS MEUS FILHOS! EU VOU LIGAR PARA O SÍNDICO.
— ÓTIMO. Liga mesmo, seu inútil. Tenho certeza que ele vai amar saber que tinha uma banheira clandestina nesse muquifo.
O velho Harper já não estava no buraco, mas eu conseguia ouvir sua voz esganiçada de longe. Não leva um minuto, para que alguém bata à minha porta.
— Nossa. — murmuro, indo até lá. — Que rapidez para resolver um problema.
Abro a porta e dou de cara com um garoto que eu nunca havia visto na vida. A única certeza que eu tinha, era que ele não era o síndico e menos ainda, alguém daquele prédio.
— Pois não?
— Você é Emma Clark?
— Por quê?
— Eu sou Ryan Clark, seu irmão.
— Quê?
Seguro a porta, sentindo um calor estranho percorrer todo o meu corpo. Aquilo era medo com nervosismo. Que bosta aquele menino queria comigo?
— Eu sou...
— Já escutei quem você é. — digo, ríspida. — O que quer aqui?
— Nossa mãe...
— Sua mãe. Eu sou órfã.
Ele revira os olhos e bufa.
— Posso entrar?
— Meu filho, dá para você falar o que quer aqui? Eu não tenho a vida toda.
— Caramba, você é muito sem educação. Deve ter puxado isso do seu pai.
— Como é que é?
Todo pavor que eu estava sentindo pela aparição daquele irmão não desejado, se transformou em ódio. Como ele podia falar do meu pai daquela maneira? De mim?
— Quero conversar com você na boa e tudo o que você sabe fazer, é ser grossa. Exatamente do jeito que nossa mãe descreve seu pai.
— Caralho, garoto. SUA mãe. SUA. Enfia isso na cabeça. — toco sua testa e ele se afasta. — E outra, eu não tenho nada para falar com você ou qualquer pessoa ligada aquela mulher. Ingrid está morta para mim, da mesma maneira que estive todos esses anos pra ela.
Vejo a cabeça do síndico apontar na escada e uma onda de alívio me corrói. A presença dele me livraria da de Ryan.
— Senhor Cooper!
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Hotline Bling
RomanceEmma vê sua vida ir por água a baixo, quando seu pai morre e todas as suas dívidas são jogadas em seu colo. Sem outra opção, ela abandona a faculdade e arruma um emprego como atendente sexual. Sua função era fazer homens se aliviarem pelo telefone. ...