vinte e sete

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[John]

Emma olha intercaladamente para mim e o desajustado do Nicco.

Depois de um dia estressante e exaustivo, onde tudo o que eu queria fazer era ir atrás de Emma e convencê-la de que ela é a única mulher que eu quero, eu ainda precisava aturar a presença daquele cara em sua porta.

— Eu não tenho que lidar com vocês!

É a única coisa que ela diz, antes de bater a porta com força e me deixar sozinho com aquele idiota.

— Pô, irmão, podia ter chego mais devagar. — Nicco diz, se virando na minha direção.

— Irmão?

— Você me chama assim desde que começamos a filmar. Alguma coisa mudou e eu não sei?

Solto uma risada. Aquilo não podia ser possível!

— Mudou. Mudou a partir do momento em que eu soube o babaca que você é.

— Caralho, John. — ele passa a mão pelo cabelo, rindo. Não consigo decifrar aquela risada. — Vamos brigar por causa de mulher? Sabe que mulher você pode ter aos montes.

— Não como a Emma.

— É. Eu sei que ela é especial.

Nicco encara o nada e sorri. Aquilo me deixa irritado. Muito irritado. Me aproximo dele, finalmente saindo da escada. Ele me encara de cima a baixo e arqueia as sobrancelhas.

— Você tem que ir embora. — digo, quando na verdade, a única coisa que eu queria fazer, era quebrar aquele rosto debochado em mil pedaços. — Preciso conversar com Emma sem a sua presença.

— Olha, irmão, pelo que eu vi nesses minutos antes da sua chegada, não tem nada para você aqui. Sei que aproveitou bastante, mas rola sentimento entre nós dois. Eu tenho certeza que com o empurrão certo, Emma verá que ainda me ama e podemos ficar juntos e felizes.

Quase reviro os olhos.

— Olha, irmão — ironizo, levando-o a revirar os olhos — pelo que eu vi e ouvi ontem à noite, ela não sente mais nada por você.

— Por sexo, John? Por favor né.

— Não. — coloco as mãos nos bolsos e respiro fundo. — Não é só pelo sexo, Nicco. A Emma... ela... é surreal. A forma com que a voz dela me seduz. O jeito doce de pegar na minha mão e sorrir escandalosamente com algo que a deixa feliz. Emma ama comer besteira, mas não dispensa um bom vinho branco. E sabe o que eu vi nos olhos dela ontem à noite? Eu me vi. Me vi apaixonado e entregue, pelo reflexo do olho dela.

Nicco solta uma risada estranha, fazendo com que eu saia do meu devaneio, onde estou casado e repleto de filhos com Emma.

— Quer saber? Eu vou embora. Daqui a pouco Emma chama a polícia ou algo do tipo. Estou afim de reconquistá-la e não a afastar ainda mais. — ele caminha para a escada, mas faz questão de esbarrar em mim de propósito. — E John, se eu fosse você, iria para casa e buscaria uma daquelas mulheres que vivem aos seus pés. Emma é minha.

Me viro para respondê-lo, mas Nicco não está mais ali. Ele desceu as escadas depressa, provavelmente com medo de que eu fosse empurrá-lo. E eu iria.

Ou não.

Ouço o barulho de fechadura e me viro rapidamente. Emma coloca apenas o rosto amassado e molhado para fora e me encara.

— Fala de novo. — ela diz e eu apenas a olho, confuso. — Que está apaixonado por mim.

Caminho até ela, que solta a porta e deixa que a mesma se abra sozinha.

— Eu amo você, Emma.

Ela não consegue conter o sorriso e lágrimas escorrem. Sem dizer nada, Emma agarra em meu braço e me puxa para dentro do apartamento, abraçando-me em seguida.

Ter seus braços ao meu redor e meu nariz enfiado em seu cabelo cacheado e embolado, tinha um cheiro muito reconfortante. Era como estar na casa dos meus avós no campo, sentado na cadeira de balanço da varanda, com o aroma de grama e amora no ar. O abraço de Emma, tinha se tornado meu lar.

Quando ela se afasta e me olha, eu espero que ela me beije, mas o tapa que a mesma desferiu em meu braço direito, ardeu de imediato.

— EMMA! — grito, assustado e acarinho o local que ela bateu.

— Presta bem atenção no que eu vou te falar. — ela aponta o dedo em meu rosto, acusadoramente. Apesar de pequena, parecia um pinscher raivoso. — Eu sei que não rotulamos nada, mas se você beijar outra mulher mais uma vez, eu nunca mais olho na sua cara.

Sorrio e agarro a mão que ainda estava me apontando.

— Eu vou beijar apenas você. — digo baixo e me aproximo dela.

— E tocar também.

— Prometo que só toco em você. — arrasto a mão pelo fino tecido do vestido que ela usava e aperto de leve sua cintura. Aproximo a boca de seu ouvido e arrasto a voz para falar. — Prometo que só vou foder você.

Emma me olha nos olhos, quando toca a minha calça. Meu corpo reage de imediato, ao olhar penetrante e sexy que ela estava me lançando.

— Então me fode.

Naquele momento, ela já tinha aberto minha calça que escorregou rapidamente pelas minhas pernas.

— Seu pedido é uma ordem.

Faço a cueca sair tão rápido quanto a calça e pego-a no colo, percebendo a nudez embaixo daquele vestido estranho.

Emma agarra em meu cabelo, beijando-me com intensidade. Suas pernas circulam minha cintura, deixando nossas intimidades bem próximas. Bastou um pequeno movimento, para que eu estivesse dentro dela. Ela geme em minha boca, deixando-me ainda mais excitado.

Ando um pouco, até fazer com que as costas de Emma bata em uma parede. Ela não para de me beijar ou solta meu cabelo. Meus movimentos são rápidos e desesperados. Todo o pavor que eu passei o dia inteiro, com medo de perdê-la, estava sendo convertido em prazer.

Quando Emma começou a gemer com pequenas pausas, percebi que seu orgasmo estava chegando. Ela para de me beijar e crava os dentes em meu ombro, abafando o gemido fino e aliviado que estava saindo de sua garganta.

Após alguns segundos, meu clímax chega, deixando todo o meu corpo amolecido. Ofegante e sem nos desgrudar, Emma me encara e passa a mão pelo meu rosto suado.

— É. Vou precisar de uma pílula do dia seguinte. — diz, com um sorriso no final. — Ou teremos uma surpresa em nove meses.

— Não seria tãããão ruim.

— Seria bem equivocado. Conversamos sobre isso daqui dez anos.

Nós rimos e quando a risada se dissipa, ela ainda está tocando me rosto e me encarando sem hesitar.

— John?

— Sim?

— Eu também amo você. 

Hotline BlingOnde histórias criam vida. Descubra agora