Acordo com o despertador apitando em meus ouvidos constantemente, por minutos queria que aquele despertador voasse janela fora e não me incomodasse mais, mas resisti à tentação enorme de destruir o meu despertador insuportável.
Me levanto na força do ódio e vou molhar o rosto no banheiro do meu quarto. Depois vou até ao closet e visto o uniforme que a senhora Díaz, a empregada, deixou pendurado na porta.
Ainda não consegui deixar o quarto mais a minha cara e ainda falta algumas decorações. Mas acho que o quarto não é tão ruim e não preciso mudar pra já.
Agora eu vivo numa cobertura luxuosa com a minha mãe e meu irmão. Estou vivendo com eles faz uma semana e ainda não consegui me habituar. Já não os via fazia anos e por muitos momentos da minha vida, achei que eles não quisessem saber mais de como a minha vida na Tailândia estava indo. Minha mãe é CEO de uma empresa de cosméticos que ela já tinha antes de partir. Ela expandiu os negócios e decidiu abrir o seu escritório aqui mesmo. Ao longo destes sete anos parece ter feito bastante sucesso e se tornou uma das maiores empresas de cosméticos.
Evito falar muito com eles sobre qualquer coisa. Ainda parece que eu não pertenço aqui e vivo com estranhos.
Não acho que tenha raiva de Bambam, mas não consigo agir como se fosse sua maior amiga depois de tanto tempo.
No sábado acabei encontrando amigos da Tailândia que eu ainda tinha algum contato, eles vieram para cá estudar e quando souberam da notícia que me mudei para cá, me convidaram para ir tomar um café com eles numa cafeteria. Eles são mais velhos, cerca de 3 anos de diferença. O encontro foi divertido e eles me convidaram para uma festa. Ia decorrer na terça-feira de noite e teria bastante gente.
Pensei que seria uma ótima oportunidade para conhecer gente nova e aceitei o convite. No dia seguinte eu só ia ter aulas mais tarde e poderia ficar até um pouco mais tarde na tal festa.
Desço as escadas e vou até a sala de jantar onde o meu café da manhã estaria me esperando. Quando cheguei minha mãe já estava lá sentada na ponta da mesa.
-Bom dia filha! - minha mãe fala dando um sorriso grande e brilhante para mim.
-Bom dia...mãe. - fiquei na dúvida se deveria ou não falar a palavra "mãe" mas, pelo menos naquele momento, achei correto falar. Vou ter que viver com ela por muito tempo, continuar me escondendo não vai valer de nada.
-Ansiosa para o primeiro dia na nova escola? - ela pergunta encantada pelo meu bom dia.
-Ansiosa não sei, apenas curiosa. - digo enquanto pego uma torrada e coloco à boca.
