A ordem dos elementais: Um caminho rumo ao destino

Capítulo 27: Morte

   Quantum sabia que tinha de fazer alguma coisa, e assim o fez. Quando se deu por si mesmo, já estava lado a lado com a criança, que por sua vez se viu sem sua mão esquerda, que havia pegado a marca da guerra, por conta que o portador o havia arrancado com seu extremamente veloz golpe de espada. Se sabia que Quantum era dotado de uma velocidade sobre-humana e que com isso, poderia ir rapidamente para perto de qualquer adversário sem ele ter a chance de notar seu percurso, porém, Quantum naquele momento estava debilitado, com seu braço direito quase completamente inutilizado, tendo que segurar sua espada com somente uma única mão, sendo então necessário talvez uma força em dobro para arrancar a mão de alguém assim tão facilmente em um único corte, mas é claro, aquele não era qualquer alguém, e o que cortou sua mão não era qualquer espada.

A criança, assim que percebeu o que ocorreu, olhou para a sua mão caída no chão, e logo depois olhou diretamente nos olhos de Quantum, que estava com um olhar de pura determinação, e que sinceramente, nação iria durar por muito tempo, pois naquele momento, o olhar penetrante, arregalado e emanando um ódio puro e um instinto de perigo imediatamente fez o olhar de Quantum desaparecer e mais do que rapidamente recuar, dando diversos pulos para trás. Não sabia o que havia naquela criança, mas tinha certeza de que o que fazia Quantum recuar tão rápido logo após ele fazer uma iniciativa ofensiva com toda certeza era algo para se ficar extremamente preocupado, os outros cinco portadores um pouco mais ao longe sabiam muito bem disso, principalmente Iohannes, ao qual mesmo sabendo o que estava acontecendo, não sabia com isso, qual rumo aquilo tudo poderia tomar. Estava tudo completamente nas mãos do destino.

Quantum, quando recuou o bastante para voltar a ficar perto dos seus, logo assim como todos os outros portadores, tomou uma posição de guarda, com uma leve pontada de ansiedade, isso pois agora a criança olhava com inexpressividade para os seis. Porém, algo ocorreu que deixou o olhar da criança menos assustador, pelo menos comparado a ela.

Mulleb, a marca do caos que estava hospedando Balder e agora estava sendo segurada pela mão da criança. O braço fora tirado a força de seu lugar de origem assim como a marca foi retirada a força de seu receptáculo, e sem nada para se apoiar, ela se dissipa. Ela explode.

As estranhas letras brilhando em roxo começam a flutuar, assim saindo da palma da mão decepada, começaram a voar lentamente para o céu, entornada por uma espécie de névoa roxa escura e densa, ficando para vez maior à medida que se distanciava do chão. Logo em seguida, novamente aconteceu, as espadas de todos os portadores começaram a brilhar em uma leve luz, todas de cores distintas, e então, as espadas envolveram seus respectivos portadores de corpo inteiro com auras feitas da luz, os seis ficaram obviamente surpresos, alguns por que já haviam passado por isso e presenciado o que viria a seguir, outros por que haviam sido envolvidos mais de uma vez pela aura e não sabiam o que estava acontecendo.

Chegou um certo ponto em que a palavra brilhante juntamente com a névoa roxa e densa parou de subir, e já do tamanho de uma casa consideravelmente grande, repentinamente e diferentemente das outras vezes, esta já no formado de uma grande bola arroxeada, começou a se agitar, a palavra começou a brilhar para vez mais, e além disso, dela começavam a sair sons, ou melhor, barulhos altos, que mais pareciam vozes extremamente distorcidas e caóticas que estouravam os tímpanos. Eis que então a estranha né voa que envolvia a marca começou então a se dispersar, ir para todos os lados possíveis, e junto com isso, tudo mudou ao seu redor.

"Sob o céu coberto pela luz azul do sol e pela doença no ar, sobre o solo coberto pela fome eterna, os adultos começam a chorar sangue, assim como salivar pela boca em busca de um adversário para esfolar até a morte, se levantaram, ignorando quase completamente sua fome para então guerrear. As crianças, sua energia de viver se foi já a muito, suas vidas já não se veem mais, somente a casca vazia de seus espíritos e a casca ensanguentada de seus corpos causado pelos homens sedentos por batalha. Chegou a hora que ninguém previa e que não era para ocorrer, o desprezo hoje chega mais cedo chegou mais cedo, a paz desaparece para dar lugar a um combate de sangue, gloria e terror. E a guerra, cobrirá a todos com um ódio irresistível, com uma sede insaciável por sangue, com uma vontade inexplicável de possuir um machado na mão, e assim, destruir tudo e todos, não deixando pedra sobre pedra, não deixando nem mesmo cadáveres e cinzas para contar história. A guerra vem para todos, e desespero agora é eterno."