Capítulo 26: Guerra

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   Markus se perguntava o porquê de seu tio aparentar estar tão calmo diante de uma situação como aquela, pois logo mais iriam enfrentar um desconfortável destino.

Quantum e Markus estavam sentados debaixo das sombras de um pinheiro. Atrás deles, encontravam-se uma vasta floresta que logo mais, seria completamente consumida pela branca e gelada neve do inverno. A frente deles, se via um enorme e vasto campo de onde se podia ver as grandes montanhas que os rodeavam. A brisa estava agitada, quase como uma ventania, porém, era suave com os ventos vindos do mar.

Markus estava sentado de pernas cruzadas. O jovem portador trajava uma túnica de tecido reforçado com malha em lugares como os braços e pernas, além do que nos ombros, canelas, peitoral e antebraços haviam revestimento de placas de aço, o que não era exatamente o que um aprendiz de cavaleiro usava normalmente, porém, Quantum insistiu ao máximo na segurança do sobrinho, que aliás, nem mesmo queria que Markus, tão jovem, fosse exposto a um tão enorme perigo, porém Iohannes, insistindo enormemente, convenceu Quantum, mesmo que parcialmente, de que isso poderia ser uma boa ideia, e mesmo assim, Quantum estava preparado para tirar a espada da mão do menino e manda-lo fugir se caso fosse necessário.

Markus além disso, junto ao seu colo, portava um belo arco de médio porte, sua haste era feita de um claro material que, para muitos, não passava de um pedaço de madeira flexível como qualquer outro arco. Um equívoco da maioria que o levava na primeira impressão. Pois se vissem o jovem portador esticando a corda para soltar com ele uma flecha, veriam que o tal pedaço de pau simples continha uma flexibilidade praticamente inacreditável, sendo deveras estranho a haste não se partir ao meio de tanto que se dobrava, além de a corda desta flecha ser também um tanto diferenciada. Sua cor era branca como algodão, e quando colocava ao sol forte, quase não se dava para vê-la de tão transparente que se tornava, porém, assim como a haste do arco, esta corta se esticava de tal forma que nem mesmo se parecia com uma corda, praticamente dobrando o arco todo e mesmo assim ela não se arrebentava de forma nenhuma, além de certa vez que Markus deixou o arco no chão da área estava brincando por um único segundo e veio uma criança invejosa com uma faca de cozinha tentar irritar Markus cortando a corda, e mesmo com toda a sua força e mexendo a faca o mais rápido possível, não conseguiu fazer absolutamente nada com a corda do arco, tudo que ganhou com aquilo foi um cansaço enorme por tentar tanto cortar aquilo. E nem se é preciso dizer que Markus depois daquilo botou o moleque para correr mais rápido do que um corcel negro da alta cavalaria real. Aquele certamente era o arco perfeito para o jovem portador e também o seu favorito, preferindo este até mesmo do que o de seu tio Iohannes que o dera de presente de seu décimo terceiro aniversário. Se lembrava muito bem de como conseguiu aquele arco há dois anos atrás. Em uma tarde animada, o aniversário de Danmark estava sendo comemorada em grande festejo com o festival se alastrando por toda a capital, o os melhores bardos vindos de todas as partes de Escandinávia tocando as melhores músicas e baladas de seus repertórios, além é claro, a grande variedade de comidas e bebidas de todos os lugares da península e as multidões enfileiradas somente com a intensão de experimenta-las. Naquela ocasião, sua mãe Helânia não podia acompanha-lo por falta de tempo, porém, o seu pai Arai, que por um milagre o havia conseguido uma folga de seu ofício de guerreiro mesmo neste feriado, estava acompanhando seu filho, que por sua vez nada queria saber da música ou dos quitutes, estava mais interessado nas tendas que estavam vendendo as armas de diferentes partes do país e fora dele e até mesmo de toda a Midgard, e obviamente, especial, queria dar uma olhada nos arcos. Assim que finalmente Markus e Arai conseguiram passar pela multidão gulosa, chegaram finalmente à tenda e só faltava os olhos de Markus emitirem luz própria de tanto brilho que seus olhos adquiriram ao ver todas aquelas variedades, lanças, machados, espadas, escudos, maças, martelos de guerra, bastões, e claro, arcos. E foi então que, depois de uma longa olhada em tudo que estava ali, viu o que seria sua mais nova paixão, pegou o arco e deu uma boa avaliada com os olhos e mãos, e logo percebeu que arco como aquele não se deveria estar sendo vendido em uma simples tenda, porém, infelizmente para o garoto, seu preço era condizente a qualidade do produto, e sabia muito bem que seu pai não iria lhe dar uma moeda sequer, pois mesmo sendo amável com seu filho, tratava assuntos como economia de forma exigente com ele, pois para Arai, um homem deve saber desde cedo administrar seu próprio dinheiro desde pequeno para no futuro, não ter problemas sérios, e o guerreiro sabia bem disso por experiência própria, e por isso incentivava seu filho adotivo á sempre buscar formas de conseguir dinheiro (que não fosse pelo roubo obviamente), ajudando as pessoas vizinhas de sua casa a cortar lenha para uma fogueira ou caçar por exemplo, que por sinal o menino o fazia muito bem, e assim os adultos o davam em consideração e admiração uma moeda de cobre por trabalho e as vezes até mesmo coroas Danmarkas de prata. Porém, infelizmente para o jovem portador, nem mesmo todas as moedas que adquirira em sua vida toda daria para pagar aquele tesouro em forma de arco, sendo obrigado então a trocar o mesmo por uma linda pedra brilhante e azul de um tamanho considerável que foi dada por seu tio Quantum em seu décimo aniversário, e segundo o próprio portador, demorou vários e vários meses de sua vida para ter a chance de encontrar tal pedra e dar para Markus, para que o jovem quando chegasse na idade correta, cortejasse sua amada que possivelmente encontraria em um futuro caminho da vida. Quantum teria de o perdoar mais tarde, assim pensou Markus, pois em sua opinião, aquele arco valia mais do que qualquer cortejo, e então sem hesitar, trocou a pedra azul e brilhante pelo estupendo arco maravilha, que o seguia firme e forte até agora.

A ordem dos elementais: Um caminho rumo ao destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora