Casulo

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Sou meu próprio prisioneiro
entre o tempo e o espaço
habituado, acostumado
à introspecção, férrea como aço

devorando páginas
escrevendo minha própria narrativa
ou uma autobiografia desesperadora
de minha mente apática, gradativa

entropia que me digere
ossos, carne, versos, silêncio
não entro em metamorfose
pois estou em eterno suplício

dentro do casulo
eu me fecho ao vasto mundo
eu me nego, eu me reprimo
convivo com meus demônios

que sussurram nos meus ouvidos
lembranças amarguradas
todos meus medos, sempre tingidos
por uma tinta negra, obscura
decoram meu casulo intangido.

~Apoloet

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