Amianto

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Pinturas esvaídas
cálice incrementado
soturna fera que observa
as migalhas do fracasso

calejado o espectro
que abomina vosso lar
com flagelo em lampejo
deito-me a chorar

acimentando cada degrau
de meus pensares diminutos
afivelando cada lamúria 
com histeria a cada minuto

não há radiação
apenas carpete em colisão
ao corpo, ao chorume da alma
que apodrece minha sala

sacada alta
meu crime é existir
numa bolha que vos causa espanto 
aos olhos dos que não me abraçam
consciência cancerígena, amianto.


~Apoloet.

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