Largos, eram os meus ombros
propícios como um córrego
que carregava lágrimas alheias
que desenbocavam no frio solo
com suas dores nunca ouvidas.Longevos, eram os meus ouvidos
que por muito tempo se fizeram abertos
aos cochichos que ecoavam na minha trompa
trazendo segredos, divagações, desabafos
todos, com teor de melancolia aguçado.Laminosas, eram as minhas mãos
que de tanto afagar, nas manhãs inquietas
aqueles ásperos rostos sofridos
acalentavam tamanha dormência
na inclinação facial às minhas palmasLúgubres, eram meus diversos sonhos
que no momento do sono da noite
tudo o que me foi absorvido, me é vulnerável
me torno vítima daquelas tristes facetas
me afogo numa silenciosa lamúria.~Apoloet
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Pareidølia
Poetry"viagens bruscas pro inestimado ou buscas por um acaso indeterminado." -∆ Pareidolia reune vários poemas de cunho psicológico, filosófico, subjetivo, metafórico, melancólico, romântico, crítico-social. Minha nova obra pretende fazer com que o leitor...