Verdugo

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Talho no meu peito, o anseio da alma
proclamo em desespero, a busca por calma
que um dia já tive, e no pretérito ficou
caso a caso, caos e acaso, eu sei que ficou..

como todas as canções jamais entregues
como cada vermelho de fim de tarde
como entona, as notas, ao luto eterno
de momentos em que fui feliz e triste
ao mesmo tempo

danço e brindo, vestido de terno
pois a passagem demanda memória
nosso passaporte para dias futuros
vidas inquietas necessitam de oratória

se momentos raros, como pérola turquesa
viessem de encontro ao meu presente
meu anseio seria repelido para o além
a calma estaria depredada ao agora

agora, agouro, do senhor do antes
nos prefácios, morrem as introduções
o interlocutor é maluco, delirante
a ponto de ferir o espaço-tempo
por puro ego, vosso verdugo, sutil, outorgante. 


~Apoloet

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