A CHEGADA DOS HUMANOS

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Aurien dormiu por horas a fio, depois que o imperador a deixou. Sentia-se exausta depois de tudo que acontecera e não era apenas exaustão física. Em sua mente, se formava um turbilhão de sensações. Tudo isso a oprimia. Acordou ao ouvir passos no recinto.

— Larrih?

— Perdão, minha senhora! Não tive a intenção de interromper seu sono.

— O que tem na caixa?! – Perguntou intrigada ao ver o que trazia nas mãos.

A serva a levou a borda da cama.

— Sua majestade a enviou! Disse que logo mais, à noite, uma comitiva virá buscá-la.

Examinando o conteúdo da caixa, Aurien deparou-se com trajes cerimoniais. Sabia que ele tinha pressa em torná-la sua rainha, mas isso extrapolava suas expectativas. Imaginou ter um pouco mais de tempo para se preparar. Respirou profundamente e recostou-se ao travesseiro.

— Não há fuga possível para o que está por vir. – Balbuciou tremendo a voz.

A serva ficou sem palavras. O fardo que sua senhora carregaria era injusto e pesado demais. Unir-se aquele homem era um castigo que ela não merecia. Obrigou-se a parar de pensar nisso.

— Senhora, há dois humanos que o soberano enviou. Parte do presente, segundo suas palavras.

— Leve-os para minha sala privada. Os receberei ali. – Ordenou.

***

Bryan e Evelyn estavam apreensivos e assustados. Até alguns dias atrás, vidas em outros planetas era uma coisa impensável para eles. Agora, não só havia a constatação do fato, como também foram abduzidos. Portanto, faziam parte do seleto grupo de pessoas que haviam passado por um evento, absurdamente, estranho; abdução.

Ainda aguardavam as experiências dolorosas que lhes fariam, assim eram alguns relatos de pessoas que passaram por isso e em filmes. Porém, até o momento, tinham sido bem tratados na medida do possível.

— Gostaria de poder garantir que tudo vai ficar bem, mas não posso! Sinto muito! – Disse Bryan, envolvendo a tremente irmã em seu abraço.

— Mas eu posso! – Ouviram uma voz familiar dizer.

Viraram-se, rapidamente, para a voz acalentadora que lhes chegava.

Aurien passara pelas duas folhas da porta que abriam em par. Estava divina naquele vestido branco. Aos olhos de Bryan parecia um ser celestial que tomara forma humana.

— Estão seguros!

Evelyn a abraçou, de súbito.

— Sinto muito tê-los colocado em perigo!

— Não é sua culpa! – Disse o homem, adiantando-se para saudá-la.

— É um homem gentil! Prometo remediar tudo. Por enquanto, serão meus convidados e terão o tratamento que merecem.

Foi a vez de Bryan abraçá-la.

— Estávamos preocupados! –Ele disse.

Um som de portas ao se abrir lhes chamou a atenção.

Larrih ficou paralisada diante da cena. Certamente não imaginara ver uma cena como aquela. Abençoado era quem podia ter esse tipo de contato com a grã-sacerdotisa.

— Aproxime-se, querida! – Aurien a incentivou, afastando-se do homem.

De forma débil, a serva veio até ela.

— Perdão!

— Estes são os humanos que me acolheram na terra! –Interrompeu-a com um sorriso – O senhor Bryan e a senhorita Evelyn. Acomode-os! Que estejam confortáveis em meus domínios. Providencie tudo que precisarem.

A GRÃ- SACERDOTISAOnde histórias criam vida. Descubra agora