Capítulo 13: O Mais Sensato a se Fazer (1)

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Como você tira suas roupas na frente da pessoa que você gosta sem ser tão estranha?

Esse pensamento nunca tinha passado pela cabeça de Anna, até hoje, e ela não tinha ideia de por onde começar. E parecia que o marido dela estava igualmente perdido – ele também não sabia como tirar a camisola da sua esposa de uma forma elegante.

Anna limpou sua garganta. “Eu acho que eu deveria chamar Anushka, e pedi-la para fazer isso por mim”. Ela disse timidamente.

“Não” Karenin tossiu, “Eu espero que você não se importe”.

“Eu-eu não”. Anna gaguejou constrangida enquanto colocava seus dedos nas alças de sua camisola. Suas mãos tremeram um pouco, se esforçando para desatar os nós dos laços. Isso era mais difícil do que havia pensado inicialmente. Ela olhou por cima do ombro e disse, “Eu deveria chamar a Anush-”.

“Não precisa”. Karenin a parou, ele segurou a cintura dela com ternura, e Anna podia sentir o quão ásperos os dedos dele eram. Eram bem calejados se comparados à pele macia e delicada de Anna. Ele desenhou círculos na pele macia dela. “Eu não quero que você chame a sua criada pessoal.”

Anna sentiu o seu coração batendo rápido e alto em seu peito. Ela inclinou um pouco sua cabeça para baixo e sussurrou docemente “Certo”.

Karenin pegou Anna pela mão e a guiou até a beirada da cama. “Deixe-me ver”.

Anna sentia como se sua mão estivesse quente por conta do aperto da mão de Karenin ao redor dela. Ela podia sentir o calor dele passando através da pele dela, deixando-a um pouco nervosa, “Você precisa fechar os seus olhos primeiro.”

“Eu vou”, Karenin respondeu. Anna se sentiu aliviada pela resposta dele.

Anna subiu para a cama enquanto via ele fechar os olhos. Anna não tinha certeza do porquê ela havia pedido para ele fazer isso, mas sentia que era o melhor a se fazer.

Ela desamarrou as alças e colocou a camisola sobre seu peito. Ela foi para a beirada da cama e colocou um cobertor sobre o seu corpo até que apenas as costas dela estavam expostas. “Você pode abrir os seus olhos agora”, Anna disse timidamente.

Karenin abriu os olhos. Ele ficou sem falar por um momento enquanto olhava para a forma do corpo de Anna. Ele era bastante atento por natureza, seus olhos miraram com atenção para a cintura ferida de sua esposa, que tinha ficado vermelha e inchada em sua pele clara.

Por alguma razão, Karenin tinha um interesse em problemas envolvendo medicina.

Ele se aproximou de Anna e suavemente encostou seu dedo na pele dela. Ele a sentiu se estremecer com o toque. “Isso dói?”, ele perguntou com uma voz suave.

“Eu tenho cócegas”, ela respondeu tão suavemente que soou como um gato. Karenin estava impressionado com a aparente vulnerabilidade dela.

Ele afastou a mão da pele dela. “Bom, isso não parece ser tão ruim, eu vou pedir para o doutor da família para vir amanhã de manhã”.

“Certo”, Anna disse, ainda com sua cabeça abaixada.

Karenin sabia que ele deveria desviar o olhar, mas ele não parecia poder tirar seu olhar da pele delicada dela. Estava hipnotizado pela visão a sua frente, e ele sentia como se ele pudesse ouvir os seus demônios instigando-o para que se aproximasse, o dizendo para pegá-la e possuir-la, até que uma voz baixinha disse:

“Eu estou assustada.”

Karenin, que estava a ponto de beijar o ombro dela, parou, e por um breve momento, ficou em uma posição estranha, onde estava ligeiramente pairando sobre a cama. Ele recuou e endireitou o seu corpo, voltando aos seus sentidos enquanto a acalmava, “Não fique.”

“Me desculpe”, Anna murmurou baixinho. “Eu tenho medo que não esteja preparada mentalmente ainda, Alexei”.

“Não precisa se desculpar por isso, Anna”. Karenin disse, tendo recuperado a compostura que sempre teve. Ele se levantou da cama e enrolou Anna com os lençóis, se certificando que o corpo dela estava bem coberto.

Ela levantou a lençol até cobrir a própria cabeça, e perguntou por trás da coberta, “Você está… com raiva?”, a voz dela soava apreensiva, como se estivesse com receio sobre como ele reagiria.

“Não tem nada a ver com estar com raiva, Anna”, Karenin respondeu. Definitivamente, nem um pouco a ver com estar com raiva!

“Então… você vai me dar um pouco de tempo, certo?” Anna perguntou, tirando o cobertor de seu rosto. O cabelo dela ficou uma bagunça na parte de cima da cabeça, mas mesmo estando despenteada, ainda estava mais linda do que nunca.

“Isso não é grande coisa, e eu deveria ter tido isso em consideração. Em termos de racionalidade, você parece que me subestima”. Karenin disse. Seu tom era calmo e controlado, deixando Anna confusa quanto a onde ele estava. Ela decidiu desabafar tudo de uma vez.

“Não sei o motivo de de repente estar tão assustada. Acho que isso é bastante normal, mas eu ainda quero ser honesta quanto a isso. Eu disse para ter honestidade e confiança de ambas as partes, não disse?”.

A Noble Marriage (Novel)Onde histórias criam vida. Descubra agora