A punição

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A apreensão me corroía enquanto eu era levada de carro à casa de Pansy na noite de sexta. A secretária dela ligou para a biblioteca na quarta-feira e informou:

- O Srta. Parkinson a espera às oito horas na sexta-feira... O carro dela a pegará, como de costume.

E foi isso. Sem detalhes. Sem explicações. Nada.

Fiquei um pouco decepcionada. Gostava de nossos jantares de sexta-feira. Comer com ela antes de ir para seu quarto me tranquilizava para um fim de semana. E talvez fosse coisa minha, mas eu tinha a sensação de que ela também gostava. Senão por outro motivo, então para me provocar. Para me preparar para o que tinha planejado.

É claro que eu fazia uma boa ideia do que ela planejava para o fim de semana. Usara o plugue como ela havia determinado e me sentia pronta. Mas ainda assim... Eu tinha a forte sensação de que deixava passar alguma coisa.

Estava escuro quando o carro parou na entrada da casa. Athena não veio me receber. Nem Pansy abriu a porta antes de eu bater. Toquei a campainha. A porta se abriu lentamente e Pansy gesticulou para eu entrar.

-Hermione.

Assenti. Por que estávamos paradas no saguão? Porque ela me olhava daquele jeito?

- Teve uma boa semana? - perguntou. - Pode responder.

- Foi ótima.

- Ótima ? - Ela ergueu as sobrancelhas. - Não tenho muita certeza se ótima é a resposta correta.

Pensei na semana que tive. Tentando ver aonde isso ia chegar. Não me veio nada de extraordinário. O trabalho foi o mesmo de sempre. Harry, o mesmo de sempre. Eu corri, como devia. Toda aquela ioga ridícula. Eu tive as oito... Ah, não.

Ah, não. Ah, não. Ah, nããããããoooo...

- Hermione - disse ela calmamente. - Tem alguma coisa você queira me contar?

- Eu dormi só sete horas na noite de domingo - sussurrei, olhando para o chão. Como diabos ela sabia?

- Olhe para mim quando falar.

Fitei-a. Seus olhos estavam em brasa.

- Eu só tive sete horas de sono no domingo à noite - repeti.

- Sete horas? - Ela se aproximou um passo. - Acha que preparei um plano para seu bem estar porque estou entediada e não tenho nada melhor para fazer? Responda.

Meu rosto ardia. Eu tinha certeza de que desmaiaria a qualquer momento. Seria bom desmaiar. Seria preferível desmaiar.

- Não, mestra.

- Eu tinha planos para esta noite, Hermione - disse ela. - Coisas que queria mostrar a você. Em vez disso, teremos de passar a noite no meu
quarto, aplicando sua punição.

Parecia que ela queria que eu dissesse alguma coisa. Eu não tinha certeza se conseguiria falar.

- Lamento tê-la decepcionado, mestra.

- Vai lamentar ainda mais quando eu acabar com você. - Ela apontou a escada com a cabeça. - Meu quarto. Agora.

Sempre me perguntei como seria para um criminoso condenado andar até sua execução. Como ele conseguia fazer os pés se mexerem? Ele olhava o corredor ou as celas por que passava e se lembrava de tempos melhores?Conseguia sentir os olhos dos observadores atentos a eles enquanto passava?

Não estou dizendo que é a mesma coisa. Sei que não é. Só se pode morrer uma vez. Ninguém sente nada depois de morto. Eu pressentia o que vinha pela frente. Mas decidi, a caminho do quarto de Pansy que aceitaria minha punição sem reclamar. Ela fazia as regras e eu obedecia. Eu infringira uma. Haveria consequências. Podia aceitar isso.

A Submissa - Pansmione | Parte 1/3Onde histórias criam vida. Descubra agora