Hospital

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Senti dor. Por muito tempo, era só nisso que conseguia me concentrar. Dor.

Depois vieram as luzes. O barulho. Eu queria dizer a todos para se calarem e apagarem as luzes porque a luz e o barulho machucavam. E se eu pudesse ficar no escuro e em silêncio, ficaria bem.

Mas, embora pudesse ouvir, não conseguia falar. Então tive consciência de movimento e isso foi pior, porque doía me mexer. E várias mãos me puxavam. Elas não pararam quando mandei que me deixassem em paz. O barulho ficou mais alto.

— Mi! Mi!

— Pressão estável em 120 por 69.

— Pupilas iguais e reativas.

— Peça uma tomografia... ela está... demora demais.

— Possível hemorragia intracraniana...

E, felizmente, a escuridão voltou. Despertei novamente ao som de uma discussão.

Harry. Ele estava discutindo.

— O coração de uma porra de animal... nem mesmo sabe...

— Não sabe de nada...

— Por que você não...

— Eu me recuso...

— Tenho de pedir a vocês dois... perturbar os pacientes...

E de novo veio a escuridão.Quando despertei novamente, consegui abrir os olhos. Estava escuro. E não havia som nenhum, exceto um constante bip, bip, bip .

— Mi?

Virei os olhos para o barulho. Narcissa. Lambi os lábios. Por que estavam tão secos?

— Dra. Malfoy?

— Está no hospital, Mi. Como se sente?

Péssima. Total e completamente horrível.

— Devo estar muito mal para ter a chefe de departamento no meu quarto.

— Ou ser muito importante. — Ela se aproximou.

Pansy estava atrás dela. Pansy!

— Oi — falei.

Ela se aproximou, pegou a minha mão e passou de leve o polegar nos nós de meus dedos.

— Você me assustou.

— Desculpe. — Franzi a testa, tentando me lembrar. — O que aconteceu?

— Seu táxi foi atingido por um caminhão de lixo — disse Pansy. — O maldito motorista ultrapassou o sinal.

— Você teve uma concussão moderada, Mi. — Narcissa digitava alguma coisa no laptop. — Passei a noite com você. Ficou num estado de inconsciência mais profundo do que costumamos esperar nos casos de concussão. Mas não houve sangramento interno. Nada se quebrou. Você vai ficar dolorida pelos próximos dias.

Tentei assentir, mas doía demais.

— Eu ouvi o Harry?

Linda sorriu.

— Novos regulamentos do hospital. Pansy e Harry não podem ficar a menos de 10 metros um do outro.

— Tivemos um pequeno mal-entendido — disse Pansy. — Ele está com Ronald. Estavam falando com seu pai.

— Eu posso...?

— Você precisa descansar — interrompeu Narcissa. — Vou contar aos outros que acordou. Pansy?

Pansy assentiu.

Quando ela saiu, olhei para ela e gesticulei para que se aproximasse. Pansy se curvou acima de mim para que eu cochichasse em seu ouvido.

A Submissa - Pansmione | Parte 1/3Onde histórias criam vida. Descubra agora