A viajem para Tampa

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Pansy me surpreendeu quando visitou a Coleção de Livros Raros naquela quarta-feira. Surpreendeu-me no bom sentido.

— Estive pensando no que você disse sobre a questão do carro — falou ela, fechando o zíper da saia.

— Pensou? — Calcei as meias rapidamente, querendo estar completamente vestida caso houvesse alguma briga. Não havia como, de jeito nenhum, eu concordar que ela comprasse um carro para mim.

Pansy endireitou a saia lápis que usava.

— Decidi não insistir na questão.

— O quê?

— A ideia deixou você muito desconfortável e pensei que, embora parte de mim ainda pense que é mais seguro que você mesma dirija, seu
bem-estar mental é igualmente importante para mim. — Ela se aproximou e se colocou na minha frente. — Não quero que jamais pense que é uma prostituta.

Fiquei um pouco surpresa por ela ter encerrado o assunto sem discussões, mas satisfeita por não ter me pressionado.

— Obrigada.

— Toma lá dá cá, Hermione, os relacionamentos são assim. — Ela pegou o bolsa a caminho da porta. — Gosto que seja franca comigo a respeito de seus sentimentos. Eu mesma tenho dificuldades com isso.

Não brinca, Sherlock. Desci da mesa e calcei os sapatos.

— Talvez possamos trabalhar nisso juntas.

Ela manteve a porta aberta para mim.

— Talvez.

Eu a encontrei no terminal particular do aeroporto às quatro da tarde de sexta-feira. Ela estava esperando perto de um lindo jato particular. Pelo menos, eu achei lindo — mas nunca tinha visto um jato particular tão de perto, então não tinha nada com que comparar.

— Boa tarde, Hermione — cumprimentou Pansy. — Obrigada por fazer os arranjos para sair do trabalho cedo.

Assenti e segurei a mão que ela me estendia para me ajudar a subir a escada do avião. O interior era espaçoso e elegante. Parecia um apartamento de luxo: tinha um bar, sofás de couro branco, até uma porta aberta levando ao quarto e, é claro, poltronas de couro. O piloto acenou quando nos viu entrar na cabine principal.

— Estaremos prontos para decolar em breve, Srta. Parkinson — disse. Pansy fez um gesto para as poltronas.

— Temos de afivelar o cinto.

Sentei-me ao lado dela, sentindo palpitações de nervosismo, enquanto alguns tripulantes se preparavam para o voo.

Eu estava nervosa por várias razões: ver a família de Pansy de novo, preocupada com as expectativas que ela tinha com relação a mim, perguntando-me como seria o jogo e, tudo bem, não vou mentir, eu estava enlouquecida para saber o que envolviam os planos de Pansy.

Logo estávamos no ar. Respirei fundo e fechei os olhos.

— Quero conversar com você sobre o fim de semana — disse Pansy. — Sua coleira continua onde está. Você ainda é minha submissa. Mas minha tia e Draco não precisam saber de nossa vida particular. Além disso, você não se dirigirá a mim como mestra, senhora, ou Srta. Parkinson. Se puder, evite usar meu nome. — Ela me olhou nos olhos. — Você não vai me chamar pelo nome de batismo a não ser que seja inevitável.

Assenti.

— Agora, quanto ao dia de hoje — prosseguiu —, você terá de aprender a se controlar.

Uma mulher mais velha entrou na cabine.

— Posso lhe trazer alguma coisa ou para a Srta. Granger, Srta.Parkinson?

A Submissa - Pansmione | Parte 1/3Onde histórias criam vida. Descubra agora