Recomeço

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Saímos várias vezes nas semanas que se seguiram. Leitura de poesia na biblioteca, aulas de sushi e um encontro duplo com Harry e Draco que não foi nem de longe tão estranho como pensei que seria.

Pansy e eu aos poucos entrelaçávamos nossa vida, mas nossa relação desta vez era baseada na sinceridade. Comunicação aberta dos dois lados.

Mas ela ainda hesitava em fazer qualquer coisa física além de me beijar. Não que beijar Pansy fosse algo que eu tomasse levianamente. Ela conseguia fazer meu coração martelar simplesmente olhando para mim. E quando realmente tocava meus lábios com os dela...

Pansy apareceu na biblioteca numa tarde de quinta-feira, três semanas depois de nosso encontro no teatro, para me convidar para jantar na noite seguinte. Na casa dela.

— Para ver Athena — acrescentou rapidamente. — Ela está com saudades, e quando sente seu cheiro em mim...

Ergui a mão.

— Entendi. Adoraria jantar na sua casa e ver Athena. Tenho saudades, dela também.

Pansy sorriu e me agradeceu. O jantar não foi tão inquietante como pensei que seria. Athena estava do lado de fora esperando por mim, como se soubesse que eu iria chegar. Quase me derrubou quando saí do carro.

— Athena, por favor — Pansy a repreendeu, saindo e enxugando as mãos numa toalha. — Precisa perdoá-la, Mi. Ela esteve agitada o dia
todo.

— Então somos duas — repliquei, subindo a escada para me juntar a Pansy. — O que está cozinhando?

Ela se curvou, me beijou e disse com um brilho nos olhos:

— Frango ao mel e amêndoas.

— Hummm. O meu preferido.

— Entre. Está quase pronto.

O frango estava tão macio e saboroso como eu me lembrava. A conversa transcorreu tranquilamente e Athena ficou do meu lado o tempo todo, deitando-se a meus pés com frequência. Quando terminamos de comer, Pansy se levantou para levar os pratos para a pia.

— Deixe eu ajudar — ofereci, levantando-me.

— Posso fazer isso.

— Mas não me importo.

Então ela lavou os pratos e eu os sequei. Lembrou-me de nossa semana presas pela neve — trabalhando juntas. Guardei o último prato e olhei a bancada. Virei-me para ela.

— Pansy...

— Mi... — disse ela ao mesmo tempo.

Nós duas rimos.

— Você primeiro — falei.

Ela se aproximou de mim e pegou minha mão.

— Só queria agradecer por ter vindo esta noite. Há meses Athena não fica assim tão calma.

Afastei-me da bancada.

— Bom, fico feliz por Athena, mas ela não foi o único motivo para eu ter vindo aqui.

— Eu sei. — Seu polegar afagou meus dedos. Aproximei-me mais dela.

— Acredite. Sou uma criatura muito egoísta.

Ela levou a mão ao meu rosto e acompanhou a linha de meu queixo com o indicador.

— Não é — replicou. — Você é gentil, carinhosa, amorosa e...

— Pansy.

Ela pôs um dedo nos meus lábios.

— Pare. Deixe eu terminar.

A Submissa - Pansmione | Parte 1/3Onde histórias criam vida. Descubra agora