Descanso

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Empurrei a bandeja.

- Tem algum espelho por aqui? - Nunca fui uma pessoa extremamente vaidosa, mas queria ver se estava tão mal como me sentia.

- Não sei... Acho que não. - Pansy titubeou e olhei para ela, chocada.

Ela nunca parecia insegura a respeito de nada. Tudo era sempre muito preto no branco. Sim e não. Faça isso e aquilo. Acho que nunca a ouvi dizer não sei. Levei a mão ao rosto.

- Está ruim? Acha que estou horrorosa?

Pansy encontrou um espelho de mão ao lado da pia e o trouxe para mim. Eu o ergui lentamente. Uma parte de cada vez, Mi , falei a mim mesma. Concentre-se numa parte de seu rosto de cada vez. Comecei pelos olhos.

- Ai. Vou ficar com um olho roxo. Vai parecer que apanhei.

Silêncio completo da parte de Pansy. Movi o espelho. Havia um curativo cobrindo o lado esquerdo de minha testa.

- O que foi isso? O que aconteceu? - perguntei, tocando o curativo. Ai.

- Ferimento na cabeça - explicou Pansy. - Tinha sangue para todo lado. Não parava e eles não estavam tentando estancar. Estavam preocupados demais em saber se você tinha quebrado o pescoço ou se teria hemorragia interna. - Seus olhos assumiram uma expressão distante. - Cortes na cabeça costumam sangrar muito. Eu me lembro.

E, naquele segundo, Pansy não era mais uma mulher de 34 anos. Era uma menina de 10, presa no carro.

- Mas parou - falei, baixinho.

- O quê? - perguntou ela, voltando de repente ao presente.

- Meu sangramento parou.

- Sim. Depois que concluíram que você não tinha quebrado o pescoço, fizeram o curativo na testa. - Ela se levantou e pegou a bandeja do meu jantar. - Vou colocar isto lá fora.

Pansy e Harry tiveram outra discussão sobre quem passaria a noite comigo.

- Eu já trouxe uma bolsa com uma muda de roupas e escova de dentes para ficar à noite - disse Harry.

- Narcissa está trazendo um jaleco para mim - argumentou Pansy.

- Acho que é uso impróprio de equipamento hospitalar. - Harry apontou para o peito dela. - Talvez eu deva denunciar isto ao conselho.

Pansy se aproximou um passo dele.

- Narcissa faz parte do conselho.

Uma enfermeira entrou no meu quarto e contornou os dois. Olhou para mim como quem diz, Devo expulsá-los? Meneei a cabeça.

- Nós dois vamos ficar - disse Pansy.

A enfermeira tirou a intravenosa de minha mão e colocou um curativo na ferida.

- Desculpe, Srta. Parkinson. Só um visitante no quarto durante a noite. É a regra.

Senti o rosto ficar quente com a palavra regra. Provavelmente assumiu 18 tons de vermelho. Pansy endireitou o corpo.

- Entendo. Harry você pode ficar. - Ela se aproximou de mim. - É melhor eu ir antes que chamem a segurança. Verei você logo de manhã cedo. - Ela se curvou e cochichou no meu ouvido: - Durma bem.

As coisas se aquietaram depois que ela foi embora. Harry se acomodou na cadeira reclinável no canto de meu quarto e logo eu adormeci.

É impossível dormir num hospital. Estão sempre entrando no quarto para conferir você, medir sua pressão ou coisa assim. Cochilei e acordei a noite toda, mas provavelmente dormi melhor do que Harry. A cadeira não parecia ser muito confortável. Harry parecia mal quando acordei na manhã seguinte. Seu cabelo normalmente baguncado estava ainda mais desgrenhado e ele tinha bolsas sob os olhos.

A Submissa - Pansmione | Parte 1/3Onde histórias criam vida. Descubra agora