Café da Manhã

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Levei mais tempo do que o de costume para preparar o café na manhã seguinte. Eu prolongava cada passo, com medo do que encontraria esperando por mim na sala de jantar.
O quanto Pansy estaria distante esta manhã da amante febril da noite anterior?

Coloquei um prato para mim na bancada depois de preparar o de Pansy. Eu não sabia onde comeria esta manhã. Não sabia onde queria comer. Não. Isso não era verdade. Eu sabia onde queria comer: à mesa da cozinha, com Pansy.

O que Ronald me dissera no almoço pouco antes do acidente? Você precisa lidar com Pansy com cuidado. Eu podia ser cuidadosa. Lidaria com ela com luvas de pelica, eu a atrairia para fora muito lentamente, ela nem saberia o que a estava atingindo. Lidar com ela com cuidado, é verdade. E derrubaria o muro, tijolo por tijolo.

Coloquei a rabanada diante dela. Era minha imaginação, ou o canto de seu lábio se ergueu ligeiramente?

Você acha que é diferente para mim? O que a faz pensar que é diferente para mim? Ela podia muito bem ter dito isso em voz alta de novo. As palavras soavam por minha cabeça e eu sabia que não importava que ela estivesse comendo na sala de jantar.

Abri uma pequena rachadura em seu exterior na noite passada. Só precisava de tempo para torná-la maior.

— Faça um prato e junte-se a mim — disse ela, pegando o garfo e cravando-o num pedaço da torrada.

Eu me juntei a ela minutos depois.

— A noite de ontem não muda nada — falou, enquanto eu me sentava. — Eu sou sua dom e você é minha sub.

Continue dizendo isso a si mesma, Pansy. Talvez um dia consiga se convencer. A noite passada mudou tudo.

— Eu me importo com você — continuou ela. — Isto não é inaudito. Na verdade, deve ser esperado.

Comecei a comer.

— Mas sexo não é o mesmo que amor. — Ela colocou uma fatia de banana na boca, mastigou e engoliu. — Embora eu suponha que muita gente confunda os dois.

Ela não olhava para mim enquanto comia, quase como se achasse mais fácil falar desse jeito. Senti-me certa de ter visto rapidamente seus verdadeiros sentimentos na noite passada. Mas seus atos à mesa davam a impressão de que estava se preparando para uma grande batalha. Perguntei-me se era contra ela própria ou contra mim.

Consigo mesma. Concluí. Definitivamente era consigo mesma. Eu te ouvi, Ronald. Eu te ouvi em alto e bom som.

Depois do café da manhã, ela me instruiu a esperar em seu quarto. As cortinas estavam praticamente fechadas, deixando passar só uma pequena quantidade de luz.

Olhei em volta: não havia travesseiros na cama. Nem amarras. Nem cavalete. Só a cama. Depois vi o travesseiro no chão, o que só podia significar uma coisa. Ajoelhei-me, totalmente vestida.

Pansy entrou, ainda com a camisola de cetim preta da noite anterior.

— Muito bem, Hermione — disse, aproximando-se de mim. - Agrada-me que se antecipe às minhas necessidades.

Ela tirou a camisola e vi que estava sem calcinha. Curvei-me para a frente e peguei-a na boca, passando os braços por seus quadris. Seus dedos se cravaram em meu cabelo. Rolei a língua por ela ainda fechada, subindo e descendo a língua por ela enquanto se movia lentamente para apoiar uma das pernas em meu ombro.

Pansy podia fingir que isto não passava de sexo, mas eu não era boba e coloquei todo meu coração no único jeito que ela permitia. O único jeito que podia.

A Submissa - Pansmione | Parte 1/3Onde histórias criam vida. Descubra agora