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Estava dividida.

A Mi Racional ficou mortificada por Pansy ter implorado, na frente de um mundo de gente, para que eu permanecesse na festa de noivado de Draco e Harry, fazendo com que cada olhar tivesse se virado na minha direção.

A Mi Louca dava cambalhotas porque Pansy tinha acabado de implorar, na frente de um mundo de gente, para que eu permanecesse na festa de noivado de Draco e Harry, e não dava a mínima para os olhares.

Obriguei meus pés a se mexerem, a me carregarem pela pista de dança. Casais paravam de cada lado, criando um caminho para mim. Harry vai me matar. Tenho certeza. Logo depois de matar Pansy.

Pansy estava petrificada, olhando para mim. Tirei o microfone da mão dela e o meti nas mãos do DJ aturdido.

— Mas que merda você acha que está fazendo? — perguntei.

Obviamente, a Mi Racional decidira abrir o bico primeiro. Ela olhou o salão como se enxergasse a multidão pela primeira vez.

— Desculpe, não pude deixá-la ir embora. Mas foi um erro meu resolver as coisas assim. Vou acompanhá-la até seu táxi. — Ela estendeu a mão, que recusei a pegar. — Desculpe — disse novamente, retraindo a mão.

— Estou aqui agora. Pode muito bem falar o que quer dizer.

— Tem uma salinha no....

— Senhoras e senhores — interrompeu o DJ. — A madrinha... e a madrinha Pansy Parkinson e Hermione Granger!

A multidão explodiu em aplausos educados enquanto começava a tocar um concerto para piano. Nós temos que dançar?

— Ah, que inferno — disse Pansy.

Harry estava ao lado do DJ, com um sorriso malicioso no rosto. Sim. Sim, temos.

Eu te odeio, murmurei a ele. Ele me soprou um beijo. Pansy abriu os braços.

— Vamos?

Coloquei a mão em seu bíceps e ela me levou para a pista. Estava tensa. À nossa volta, a multidão voltou a murmurar. Fomos para o meio da pista vazia e ficamos de frente uma para a outra.

— Estou tentando decidir se isso pode ficar ainda mais constrangedor e não consigo — disse Pansy enquanto eu, hesitante, colocava a mão em seu ombro.

— A culpa é toda sua — falei enquanto seu braço cingia minha cintura. — Se tivesse me deixado ir embora, isso não teria acontecido.

Seu olhar penetrava minha alma.

— Acabei fazendo tudo errado, mas se tivesse deixado você ir embora, nunca me perdoaria.

A Mi Louca queria dizer-lhe o quanto adorou seu jeito de resolver as coisas, mas a Mi Racional tinha outras coisas para discutir.

— Se esse sentimento é tão forte para você — falei —, talvez devesse ter tentado me telefonar em algum momento no mês passado.

— Eu não estava em condições, Mi.

Sempre que ela me chamava de Mi, meu coração parava.

— E agora está? — Era esquisito ficar em seus braços novamente. Esquisito e estranhamente certo. Mas eu tinha perguntas. Muitas, muitas perguntas que precisavam de respostas.

— Não — admitiu ela. — Mas estou chegando mais perto.

A música continuou e nós rodamos pela pista. Outros casais vieram dançar.

— Foi um erro pensar que podia fazer isso esta noite. — Ela parou de se mexer e ficamos imóveis, nossos braços nos envolvendo. — Não tenho motivos para esperar que você concorde e vou entender se não quiser, mas — disse ela, investigando meus olhos —, quer se encontrar comigo amanhã à tarde? Para conversar? E eu poder explicar?

A Submissa - Pansmione | Parte 1/3Onde histórias criam vida. Descubra agora