2 - Dara

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- Para Dylan...para...
- Só quando você aceitar...aceita, vai por mim
- Tá, tá eu aceito. Mas me deixe em paz.
- Que bom. A Charlie vai com a mamãe na cerimonialista hoje à tarde.
- OK

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- Long live, Only exception, Photograph, Perfect...
- Tá fazendo o que?
- Lista de músicas. A Charlie me pediu...
- Não esquece de "Thinking loud" a Charlie ama essa música.
- Anotado.
- E "When I look at you". É a música da mamãe e do papai.
- Eu sei.
- Obrigado, mana.
- De nada.
- Te amo.
- Também te amo, pirralho.
- Por causa de 5 minutos.
Nós rimos e ele sai.

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- Dylan, querido, que bom que veio.
- Senhora Susan, é um prazer rever a senhora...
- E você é a irmã gêmea do príncipe, certo?

- Dara.
- O seu irmão é muito corajoso...
- Eu sei...
- E a futura esposa dele,
que linda....
- Tem razão...
- Deve ser ótimo ter um irmão tão incrível como ele.
- É sim.
- Você tem muita sorte de...
- Uhum...com licença...
- Toda, querida...Dylan, eu...
- Dara...
- Dylan, o seu casamento...
- Dara! Com licença, senhora. Espera, mana...Dara...
- Me deixa em paz, Dylan.
- Dara...que droga!
Eu sai correndo dali em velocidade vampira...sem saber como, cheguei na fazenda do meu avô.
- Dara?
- Vovô...
Corri para os braços abertos dele e comecei a chorar...
- O que houve, meu docinho?
- Eu preciso ir embora, vovô, eu não aguento mais...
- Mas porque, filha? O que houve?
- Tem um sentimento ruim crescendo dentro de mim, vô...e eu vi o que pode acontecer se...eu preciso ir...
- Não se preocupe, filha. Eu entendo...
- O senhor pode entender, mas os meus pais, eles nunca entenderiam que eu preciso...
- Eu tenho uns amigos no Alasca...
- Alasca?
- Isso. É uma tribo isolada, eles não gostam de chamar e muito menos de receber atenção. Você estaria segura lá.
- E porque o senhor acha que eles vão me receber se eles não gostam de atenção?
- Vou mandar uma carta para eles, contando sua história, se eles te aceitarem...
- Eu vou.
- Eles são guerreiros. E tem dons, iguais aos seus, eles te ensinaram a usa-los e você não vai mais se sentir assim.
- Tudo bem, obrigado, vô. E vovô, se eles ligarem eu...
- ...você não está aqui, eu sei...
- Obrigado, vovô.
- De nada, princesa.
Eu sai para o pomar meu lugar preferido no mundo...mesmo tendo visto o que eu vi aqui quando tinha seis anos...

Em casa...

- Dara, Dara...
- Dylan, o que houve, filho?
- Mãe, cadê a Dara?
- Ela não saiu com você?
- Sim, mas...
- Mas o quê, Dylan?
- Nós fomos visitar a dona Susan e ela começou a me elogiar e ela saiu correndo de lá e eu pensei que ela tivesse vindo para cá.
- Filho, você sabe como a Dara é sensível.
- Mãe, eu não tenho culpa dela ser um bicho do mato...
- Dylan...
- Mãe, é a verdade. Ela vive enfurnada nesse castelo ou na fazenda do vovô, sempre evitando contato com qualquer outra pessoa que não seja da família e porquê? Por causa de um medo idiota. Eu não tenho culpa se o povo me ama...
- Dylan, saia daqui antes que eu esqueça que você se casa em poucas horas e te deixe com uma bela marca de cinco dedos no rosto.
- Mas mãe...
- Agora Dylan...
- A senhora sempre ficou do lado dela...sempre, a senhora e o papai.
- Não é isso, filho.
- Então o que é? A senhora e o papai sempre a protegeram de tudo...viagens, passeios...ela nunca participou de nada...por quê?
- Filho, eu não sei nem como te explicar...a sua irmã é diferente...
- Disso eu sei...ela é esquisita.
- Dylan...que saber já chega, a Dara é sua irmã e você deve cuidar e protege-la sempre. Ela sendo diferente ou não. Entendeu...
- Sim, senhora.
- Agora vá se arrumar, a recepção logo ira começar.
- Tá. Tô indo.

Algumas horas  antes do casamento 

- O senhor me chamou vovô?

- Sim, vamos para o escritório.
- É tão sério assim?
- Entre...a carta chegou.
- Já?
- Sim.
- E então...
- Eu ainda não abri...estava te esperando.
- E o que o senhor está esperando? Abra...
- Tudo bem...

Querido, Mikael.

Fiquei muito feliz em receber noticias suas, sinto muito que nessas circunstâncias, sei o quanto é difícil ser diferente em nosso mundo nada comum.
Todavia ficaríamos imensamente felizes e honrados em receber a sua neta, assim a dívida existente entre nós diminui. Sabe o quanto te devemos. Esperamos ansiosos a sua chegada.
Dara...
Segue abaixo o mapa de nossa localização, decore-o e em seguida queime-o. Não chame atenção para a sua vinda...venha só.

Com meus sinceros votos
Sariely Vaz

- Quanta intimidade...
- A Sariely é uma irmã para mim.
- Irmã, sei...
- Quando você irá?
- Depois do casamento. Quero me despedir.
- Alguém sabe?
- Só a mamãe. Eu não tinha como esconder dela, ela e o papai sempre cuidaram de mim...
- Tudo bem, querida...
- Quando eu for, sempre que puder vou mandar noticias, o senhor pode falar para ela?
- Claro, meu bem.
- Mas só para ela.
- Tudo bem. Vou sentir tanto a sua falta princesa.
- Eu também vou sentir a sua, vovô.
Eu o abracei...e chorei.
- PIRRALHA...
- Tio Kem, tia Sarah...que saudade...
Os abracei.
- Como foi a viagem, filho?
-

Correu tudo bem, pai. Fizemos o acordo numa boa.
- Que bom.
- Que saudade de vocês.
- Dara, me ajuda a desfazer as malas?
- Claro, tia. Vamos...
Nós subimos...
- O que houve, querida? Por que essa cara de choro?
- Eu vou embora, tia.
- Por quê?
- Por muitas coisas, tia. Coisas que não importam agora. Onde está o Matthew?
- Com os cavalos. Ele adora animais...
- Que bom que ele está bem, tia.
- Foi só um susto.
- Ainda bem.
- Eu ainda não consegui entender o que aconteceu...ele não estava machucado...
- Deve ter sido a companheira dele.
- Mas como, Dara?
- Eu não sei, tia. Ele deve ter sentido que ela estava em perigo, e reagiu.
- Não é comum, Dara.
- Eu sei, tia, mas acontece. A ligação entre companheiros é muito diferente de pessoa pra pessoa.
- E a Kênia?
- Ah...

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