SERGIO
Era final de novembro, quase natal, o primeiro sem minha Mariana. Eu estava saindo de um restaurante onde havia ido almoçar, quando...
- Sergio?
- Lia?
- Não, sou a Amy. Podemos conversar?
- Não, Amelia. Não quero mais nada com vocês. Deixei isso bem claro quando sai de casa.
- Por favor, Sergio. Só me escute, se depois você não quiser me ajudar, vou entender. Prometo que vou embora e nunca mais te procuro.
- Tudo bem. Vamos para minha casa, não é muito longe daqui.
- Soube da sua esposa...sinto muito.
- Obrigado. Vamos.
- E a Fabiana?
- Na escola.
Eu prometi a mim mesmo que nunca mais iria me envolver com esse mundo, com essa família, mas eu nunca consegui dizer não a essas duas...
- Fique a vontade...
- Nossa conversa vai ser rápida. Não posso demorar.
- E o que você tem a me dizer de tão urgente?
- Bem...nem sei por onde eu começo...
A história que a Amy me contou era no mínimo absurda.
- E ela fez tudo isso?
- Fez.
- Minha nossa!
- Por isso eu preciso da sua ajuda.
- O que eu posso fazer por você?
- Preciso que se case comigo.
- Como é? Nunca. Acabei de enterrar minha esposa, você...
- Eu preciso esconder a Lou. Se a Camila a encontrar não quero imaginar o que ela...
- Por que você não fala com o príncipe?
- Já fizeram a cabeça dele. Ele está com raiva da gente...pensa que eu ajudei a Amália a fugir.
- E onde está a Amália?
- Eu não sei. A Camila mudou ela de lugar depois que eu fui buscar a Lou. Eu não sei mais o que fazer...por favor, Sérgio, não tenho mais a quem recorrer, eu não confio em mais ninguém...
- E a menina?
- Se chama Louise, tem oito anos...
- Ela é eterna?
- Aparentemente não. Mas nós também somos híbridas, ela pode mudar com o tempo... Por favor, Sergio.
- Tudo bem. Pela menina, eu aceito ajudar você..
- Você pode ir jantar com a gente amanhã, o que acha? Você aproveita e leva a Fabi para que elas se conheçam...
- Tudo bem. Era só isso?
- Sim. Até mais Sérgio e obrigado.
Quanto mais eu tento sair desse mundo mais ele me põe no meio dele.
Anos depois...
- Bom dia.
- Bom dia, Amy.
- Olá, Fabi. Vocês não estão atrasadas?
- Sim, só estou esperando a Lou.
- Vamos, Fabi?
- Vamos.
- Tchau, mãe. Tchau, pai.
- Até logo, querida.
- Adeus, princesa.
Quando as meninas saíram...
- Adeus, Amy?
- Desculpa, Sérgio, mas eu preciso ir.
- E a menina?
- Você poderia...
- Amélia...
- Ela já te ama, só cuida dela. Por favor...
- Ela não vai entender.
- Um dia ela vai...*
- Senhor Sérgio?
- Sim.
- Tem umas pessoas querendo falar com o senhor.
- Quem são?
- Eles.
- Mande entrar.
- Sim, senhor.
- Olá, Sérgio.
- Angelliss, Marcus?
- Olá, amigo.
- O que querem?
- Precisamos da sua ajuda.
- Não.
- Sérgio, por favor...
- O que vocês querem?
- Apesar da sua amizade com as gêmeas nós sabemos que você tinha uma relação com a Camila.
- Eu sempre servi a família delas...
- Precisamos saber de alguma coisa que nos ajude a derrota-la.
- O quê? Do que vocês estão falando?
- Pode ser qualquer coisa.
- Por favor, qualquer coisa nos ajuda. Não por nós, mas pela princesa Louise...
- Tá, bem, vocês lembram daquela viagem que a Camila fez para a América?
- Sim, o que tem?
- Vocês lembram o motivo?
- Ela estava mal de saúde, foi se tratar com um xamã brasiliense...o que tem haver?
- Naquela mesma época os Velásquez estavam se reaproximando e...
- Direto ao ponto.
- Ela teve um romance com um soldado...
- E o que isso tem de mais? Vários nobres já...
- Espera, o soldado era um deles?
- Lucas Velásquez para ser mais exato. Meses depois ela foi viajar...
- Minha nossa, você tá complicado tudo, diga logo onde você quer chegar?
- Ela engravidou do duque, que na época era apenas um soldado. Foi esse o motivo da viagem.
- E como você...
- Eu fui com ela até Akamaru.
- O feiticeiro?
- Sim. Ele não quis fazer o aborto, eles são totalmente contra esse tipo de coisa, então como a data do casamento estava próximo...
- Ela teve a criança?
- Sim. O duque, quando soube, não permitiu o aborto, e a obrigou a tê-la.
- E onde está essa criança?
- Vocês tem certeza que não sabem?
- Nã...
- Espera naquele ano os Velásquez apresentaram um menino, eles disseram que o encontraram em uma incursão...que o criariam como um deles...
- O Dimitri? não pode ser.
- Você tem certeza?
- É o que eu sei. Agora se me dão licença...
Falo apontando para a porta...
- Obrigado, Sérgio.BERNARDO
Estávamos chegando aos portões do castelo vimos que o Keylan e os outros já estavam lá com outros eternos que nos olhavam de forma superior.
- Príncipe...
- Alpha.
Notei que com o tratamento dado pelo Keylan eles mudaram rapidamente a postura deles.
- Bernardo, estes são Angelliss e Marcus, líderes do concelho ancestral.
- Então você é o companheiro da Dara?
- Sim.
- Então é verdade...existe mesmo um herdeiro do clã Mason...e casado com uma Petrovick, que interessante...
- Por...
Nesse momento ouvimos um grito...
- Ahhhh...
- Dylan, o que houve? Ou está acontecendo com a Dara?
- Não é a Dara, é o Arthur...tem mais alguém lá dentro, está machucando o Arthur... Eu não consigo saber quem é...
- Precisamos agir rápido.
- Vamos, depois conversamos...
Entramos nos muros do palácio e a destruição era tudo o que havia no lugar, soldados mortos por toda parte e outros tantos postos as portas...nos esperando.
- Príncipe...
Todos se curvaram.
- Nos perdoe, alteza. A duquesa nos ameaçou, por isso a ajudamos.
- Quem está com ela lá dentro?
- A exilada, alteza.
- Quem é a exilada?
- Samira. Minha prima...
- E o que a duquesa faz com essa mulher?
- Ela nós odeia. A Dara principalmente...com certeza foi para nos atingir.
- Quantos são lá dentro?
- Apenas a guarda pessoal da duquesa. Entorno de dez guardas, alteza.
Ouvimos outro grito...
- Precisamos agir rápido.
- Então vamos...
- Esperem...está faltando uma pessoa.
- Quem?
Nesse momento dois carros cruzam os muros do castelo.
- Velázquez?
- Você logo entenderá, príncipe e aceitará...Mas não será difícil, já que existe um Mason/Blackwood na sua casa...
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EM DIAS ENSOLARADOS
RomanceSerá que algum dia eu serei mais do que a irmã do príncipe? Será que um dia escreverei minha própria história? Dara, uma menina doce, que cresceu cercada de muito amor e proteção, por ser diferente. Desde cedo aprendeu a conviver com as comparações...