4 - Dara

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Pirralho...

É hoje...está tudo perfeito. É claro que está, não haveria outra forma para estar...é o seu casamento, com a sua princesa e por isso tomei essa decisão. Espero que entenda. E se não entenderem agora, um dia vocês entenderão.

Amo muito todos vocês.

Dara

- Por quê a senhora deixou, mãe? Pra onde ela foi?
- Pro Alasca.
- Alasca?
- É.
- Mãe...
- Foi a escolha dela, filho...foi escolha dela. E devemos respeitar...por mais difícil que seja.
- Quando a senhora soube?
- Ela me contou no dia do seu casamento.
- E por que a senhora não me falou nada. Eu teria conversado com ela.
- Não teria adiantado. Ela não teria te ouvido.
- Alasca? Por que para tão longe?
- Eu não sei. Você sabe como a sua irmã é...ela precisa desse tempo, filho...
- Eu entendo, eu acho...ela já deu notícias?
- Ainda não, eu já estou preocupada...
- Calma mãe, eu sei que a Dara está bem.

Longe dali...

Dois homens entraram na caverna que nós estavamos...
- 'Tem alguém aí? '
- Droga...
- 'Olha lá. '
- Quem são vocês?
- Nós que perguntamos, quem são...espera eu te conheço.
- Moramos na vila Âmbar...no fim do vale...
- Os três?
- Hammm...
Era a abertura que eu precisava.
- Não, estou apenas de passagem...estou indo para onde as flores não nascem.
- Nos acompanhe. Por favor...
No lado de fora...
- Você é nômade?
- Sou. Mas sou pacífica.
- Onde estava ontem a noite?
- Aqui, cuidando deles. O homem está ferido e a menina assustada...o que houve?
- A vila que eles moram foi atacada, ao que parece nômades...
- Sobreviventes?
- Sim. Muitos...foram para as montanhas, tomem cuidado.
- E fiquem por aqui...é mais seguro.
- Obrigado...- eles se vão e eu volto para dentro - Tudo bem aí?
- Sim...o que eles queriam?
- Hammm...bom, não tem um jeito fácil de falar isso, então...
- Fala, o que houve?
- A vila de vocês foi atacada ontem à noite...
- O quê?
- Não pode ser...
- Houve muitas mortes, os que sobreviveram foram para as montanhas...
- Vovó...
- Segundo eles, alguns fugiram a tempo...estamos mais seguros aqui do que lá fora.
- Vovó...
- Fiquem calmos, vamos torcer para que ela esteja bem...Lilly, vai lá na pilha de graveto e pega alguns para fazermos a fogueira.
- Tá.
Depois que a Lilly saiu eu o interroguei...
- Me conta, o que está havendo?
- Temos um grande problema em nossa região.
- Que problema?
- Vampiros.
- Vampiros?
- Isso. Mas não são vampiros comuns, esses tem dons especiais...os locais não são uma ameaça, já os nômades...
- Eu sou uma nômade...
- Mas você parece ser boa...você nos ajudou.
- Como você percebeu?
- Convivi anos com os da sua espécie...e eu sou um bom observador.
- Então você sabe que não se deve confiar em nós...
Se ele soubesse o  que eu sou de verdade...e como se lesse minha mente...
- Você é boa, é inteligente, é linda, você é incrível em todos os sentidos. Não se menospreze, Dara.
Eu olhei em seus olhos... o cheiro de chocolate quente estava forte...eu ia beija-lo...mas...
- Voltei!
LILLY!!!
- O que vocês estavam aprontando?
- Nada, Lilly.
- Sei.
"Ai, Lilliana, aparecendo nas horas errad...o que eu estou falando...essa lá é hora de encontrar meu companheiro?? Muito engraçado, senhor destino, muito engraçado mesmo. Preciso falar com a minha família."
- "Oi, vovô."
- "Dara, minha filha, onde você está? "
- "Sinceramente, eu não sei. Estou próxima ao Canadá, mas não sei exatamente onde."
- "Como você está?"
- "Estou bem..."Tá, estou indo...
- "Quem é?"
- "Longa história. Depois eu te conto. Só liguei para dizer que estou bem, tenho que desligar...e vovô, fala pra tia Kênia e pra a tia Sarah que tem cheiro de chocolate quente..."
- "O que tem cheiro de chocolate quente? "
- "Fala pra elas, elas vão saber o que é. Tenho que ir, tchau. "
Eu desliguei e fui ajudar a Lilly...elas vão pirar quando souberem...
"Meses antes..."
- O Kemuel sempre me trás dálias e orquídeas, ele diz que é o perfume que tem a minha pele...
- O Renê diz que o meu cheiro é de algodão doce...
- Combina, viu...
- O que?
- O seu cheiro...é docemente enjoativo como você, tia...
- Hahaha...que sobrinha engraçada eu tenho.
- Que cheiro terá ele, Dara?
- Eu não sei, mas assim que eu descobrir conto para vocês, prometo...
- E nós vamos cobrar...
Elas falaram juntas e começamos a rir..."
A lembrança me fez rir, estava com saudades das mulheres da minha vida e principalmente da minha mãe, como será que ela está?
- Dara...Dara...
- Oi, desculpa, estou indo...
- Estava longe, hein...algum problema?
- Não, não foi nada...
- Dara, como é a sua família?
- Grande. Muito grande.
- Sério?
- É. Somos eu e meu irmão gêmeo, Dylan e o Arthur, meu irmão mais novo, meu pai Keylan e a minha mãe Louise. Meu tio Kemuel e minha tia Sarah que são pais do Mathew, minha tia Kênia e o tio Renê, eles ainda não tem filhos, meu irmão Dylan é casado com a Charlotte e eles também não tem filhos e tem o meu primo Phillip, irmão da minha cunhada, que aínda não é casado...tem a minha tia Fabi que mora em Portugal com o namorado Jalisson, o meu avô Otávio e a minha avó Amália que são pais da minha mãe e tem a minha outra avó Amélia...Tem o meu avô Sérgio e a minha avó Márcia que são os pais adotivos da minha mãe...e finalmente o meu avô Mikael que é pai do meu pai. Eu acho que não esqueci ninguém.
- Nossa, sua família é grande mesmo...e você não tem marido ou um namorado?
- Não. Ainda não encontrei a pessoa certa.
- Mas você vai encontrar...e vai ser uma pessoa tão incrível quanto você, tenho certeza.
- Obrigada gatinha. Agora vá descansar eu fico de guarda...
- Tudo bem...Qualquer coisa me chama.
- Claro que sim. Boa noite.
- Boa noite. Me chama se precisar.
- Claro.
Se ela soubesse o quanto o meu mundo é diferente do dela, e que o meu companheiro está mais perto do que ela pensa...

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