EM DIAS ENSOLARADOS

20 - Dara

Dara narrando

- Dara, você não tinha um compromisso hoje?
- Que horas são?
- 12:00hs
- Minha mãe vai me matar...tô indo, vovô.
- Claro, filha. Dirija com cuidado.
- Tudo bem, tchau.
Entrei no carro e fui para o palácio...assim que atravessei os portões vi dois carros, dois Jeep's pretos, sujos de lama...
- Devem ser eles...
Abri a porta e o som de vozes e risadas me atingiu, me dirigindo ao jardim lateral o vento me trouxe o cheiro dele e qual não foi minha surpresa ao vê-lo de costa...ele conversava íntima e alegremente com uma moça, muito bonita, que após segurar sua mão deu-lhe um beijo no rosto e saiu sorrindo em direção ao estábulo, ele parecia nem notar a presença, ou a ausência, da moça, petrificado e então ele se virou, e seus olhos encontraram os meus, eu não poderia acreditar que era ele, saí correndo para o meu quarto, no caminho cruzei com a minha mãe, ela me falou algo mas não me dei ao trabalho de ouvir. Corri para o meu quarto, mas ao chega lá me arrependi, o cheiro dele impregnava o ambiente, ele já esteve alí...comecei a chorar...
- Dara?
- Oi, príncipe.
Falei limpando meu rosto.
- Você já o viu?
- Acabei de ver.
- Já conheceu a comitiva dele?
- Não.
- A...
- Dara, Arthur, vamos almoçar?
- Eu não vou.
- Vai. Já estão todos à mesa. Lave seu rosto e vamos descer, agora...
O Arthur acompanhou a minha mãe e eu fui para o banheiro lavar meu rosto ao me olhar no espelho repeti inúmeras vezes "Eu não vou fraquejar."...e desci.
A mesa de jantar se encontrava cheia: em uma ponta meu avô com a minha avó de um lado e meu pai do outro, minha mãe ao lado do minha avó e o Dylan ao lado do meu pai, seguido pelo príncipe Phillip e o Arthur,ao lado da minha mãe estavam a Charlotte e a Lilly; na outra ponta da mesa estavam outras cinco pessoas, na ponta o Bernardo, de um lado uma cadeira vazia, do outro a moça que estava com ele no jardim, com que ele parecia ter muita intimidade pelo jeito que brincava com ela, seguida de dois rapazes e ao lado da cadeira vazia um terceiro rapaz, todos pareciam ter a mesma idade...
- Filha, sente-se ao lado do Bernardo...
Respirei fundo.
- Claro.
- Vamos começar com as apresentações, Bernardo?
- Claro, Otávio. Esses são Rafael...
- Mas pode me chamar de Rafa.
- ...Enzo e o Gabriel...
- Me chamem de Gabe...
- Tem como parar de me interromper, obrigado, eles são meus betas e essa é a Nicole, minha concelheira.
- Me chamem de Nick, por favor...
- É um prazer conhecer todos vocês. Essa é minha esposa Amélia e minha filha Louise, o Keyla, vocês já conhecem assim como a Dara; Dylan, meu neto, e sua esposa, minha sobrinha, Charlotte; Phillip, meu filho e a sua namorada Lilly, que vocês já conhecem e por último, mas não menos importante...
- EU!!! O belíssimo príncipe Arthur.
- O pirralho mais humilde da família.
O Phillip fala bagunçado o cabelo do Arthur.
- Para, Phill...
- É um enorme prazer conhecer todos vocês.
O Gabriel fala...
- Quanta educação, Gabe...tô impressionada.
Os cinco riem...
- Mas está faltando gente, não é?
- Sim, o meu irmão Kemuel, a Sarah, minha cunhada e o meu sobrinho Mathew; a minha irmã Kênia e o meu cunhado Renê...eles estão na casa do meu pai. A Amélia não sabemos por onde anda. Depois vocês irão conhecê-los.
- Então, quando será o casamento?
- No final de semana.
- Já?
- Algum problema, Dara?
- Claro...
- Qual?
- O noivo.
Eu me levantei e sai, fui para a parte mais isolada do jardim...
- Que ódio...que raiva...
- Dara?
- Me deixe em paz...
- Que tal se antes nos apresentássemos direito...eu sou a Nicole, mas pode me chamar de Nick.
- Eu sei, eu já ouvi seu nome.
- Eu sei.
- O que você quer?
- Seu cheiro é parecido com o dele...com o do Bernardo.
- E você deve odiar isso e o fato de eu estar grávida dele, não é?
- E por que eu odiaria esses dois fatos?
- Por que você e ele...
- Não. Você entendeu errado.
- Entendi errado?
- É. Eu e o Bernardo não temos nada, quer dizer temos, mas não é o que você está pensando.
- E o que é então?
- O Bernardo é meu irmão.
- Irmão?
- Isso.
- Mas eu pensei...
- Eu sei o que pensou...você está linda grávida.
- Obrigado e me desculpe.
- Sem problema. Vem, vamos entrar, o meu irmão vai te pedir em casamento...o que foi?
- Não queria que ele se casasse comigo forçado.
- Acredite quando eu digo que ele se casaria com você de todo jeito. Essa ameaça da Duquesa só serviu de incentivo para ele tomar uma decisão...
- Tem certeza?
- Nas últimas semanas ele ligava quase todos os dias para o seu pai...sempre que podia ele ligava.
- Ele é mesmo o Alpha?
- Nós somos. Ele é um Alpha puro e eu uma Beta pura.
- Mas os betas não são os meninos?
- Sim, mas eles foram escolhidos por que os pais deles eram os betas do nosso pai. Eu nasci Beta. Entendeu?
- Anh...
- Sua mãe ela é princesa e seu pai príncipe, certo?
- Aham...
- Mas seu tio Renê e sua tia Sarah não são, por que?
- Meu pai é filho do líder de um clã e a minha mãe é filha de um rei, mas...
- ...mas seu tio e sua tia só se tornaram da realeza porque se casaram com alguém da corte...o mesmo acontece com a gente, entendeu?
- Acho que entendi...mas o que te faz uma Beta pura?
- Uns dons, por assim dizer...
- Entendi.
- Agora vamos, ou meu irmão vai ter um ataque do coração...
- Você consegue sentir ele?
- Sim, e se você se concentrar também vai conseguir...tenta, fecha os olhos e respira fundo...
- Eu sei que eu consigo, é um dos meus dons...
- O que mais você sabe fazer??
- Sei que você ainda não encontrou seu companheiro, sei que você vai encontrá-lo e sei até quem é.
- O quê? É sério? E quem é?
- Você vai descobrir...
- Agora eu fiquei com medo...
Ela riu e seguimos para o palácio.