capítulo XIV_ Incistência

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O almoço em si, foi bastante silencioso,  como uma mesa de estranhos, todos sem ter o que dizer, por sorte não demorou muito pare que todos terminassem a refeição. Quando saímos os três do restaurante, Dayla falou se dirigindo a Deufir.

- Ainda não sei o seu nome...

- Caramba! Eu esqueci completamente... - ele tomou postura e se inclinou para dizer - Meu nome é Caldeufir, e é um prazer conhece-la senhorita...

- Dayla, e igualmente - ela inclina o rosto para esquerda e sorri - me diz uma coisa, por que veio procurar o Lorrem?

- Ele quer algo que não pode ser feito, por isso me procurou, não é isso Deufir? - eu o interrompi antes que pudesse responder, o que não o impediu de retrucar.

- É Caldeufir... e eu só preciso que resolva o meu problema com uma maldição.

- Espera você disse "só"?.. Que seja! Estou aposentado, melhor achar outro otário pra fazer o serviço.

- Uma maldição... Tipo aquela dos gêmeos, que você resolveu em poucas horas a alguns anos?

Dayla fazia referência a uma maldição de sangue, os gêmeos não podiam se afastar muito um do outro pois sentiam uma dor insuportável, causando danos severo ao seus órgãos internos, o que tornava privacidade algo que só se podiam sonhar. Eles compraram meus serviços para quebrar a maldição, e em minhas investigações descobri que quando eram mais jovens queriam que eles se separassem, por motivos a mim desconhecido e por eles esquecido, obviamente recusaram a se distanciar, e foram amaldiçoados para nunca mais conseguirem se separar, nem mesmo cem metros de distância.

- Não é desse tipo, é um objeto amaldiçoado, mais especificamente, um medalhão dos mortos, com uma maldição padronizada e com sistema de defesa bem arquitetado, com sistemas de alarmes direcionado para a guarda mais próxima, esses nível de violação torna o proprietário do objeto suscetível a danos físicos e danos mágicos para o modificador, tudo isso sem garantia de sucesso, com o fracasso correspondendo a morte do portador e um dano permanente em quem tentou muda-la .

- Então é isso, você ficou com medo de tentar, e então me fez perder tempo por aí? Se isso te assusta eu não vou insistir...

- Como é?

Ele fala como que não se importasse se vai ou não sobreviver, o que é um pouco preocupante. Mesmo assim, me ofendo com sua arrogância em presumir meus motivos, logo tenho que dar lhe uma resposta.

-  Não seja ingênuo, eu já invadi objetos amaldiçoados antes, não eram do mesmo tipo, mas tinham seus riscos, a grande questão é que: eu me aposentei dos trabalhos clandestinos.

- Ah! Isso parece bem divertido... - Dayla falava entusiasmada

- Esqueça Day...

- Diz pra mim alguém já fez isso antes? 

- Não há relatos se alguém já conseguiu, há somente os dos que fracassaram e morreram, e se alguém conseguiu, escondeu seu feito a sete selos...

- Parece incrível, e impossível, suponho que ninguém nunca poderia corrompê-la, até porque não deve haver nenhuma brecha sequer...

- Sei o que está fazendo, e não vai funcionar...

- Qualé, fala pra mim que você não quer descobrir como corromper um medalhão dos mortos?

- Si eu fosse fazer uma coisa dessas, precisaria de muita informação, alguns materiais e... precisaria de um demônio! Um que não esteja preso a um medalhão.

O garoto estava olhando para nós como se fosse um bichinho de estimação esperando alguma coisa, hora olhava pra ela e hora olhava pra mim, até que então.

- Espera, isso quer dizer que você vai fazer?- pegunta o garoto empolgado com seus olhos verdes brilhando - sério mesmo?

- Eu não disse que faria, eu só...

Dayla se joga em cima de mim, colocando seu braço cheio de músculos por cima dos meus ombros, o que quase me derrubou, afinal ela é mais alta e está de saltos não tem como meu corpo singelo se equilibrar. Em seguida fez seu pedido

- Vamos lá não custa nada, pelos velhos tempos, que tal?

- Você quer mesmo fazer isso?

- Sim!!! Por favor...

Eu provavelmente vou me arrepender disso, mas se ela insiste tanto, supondo que não consiga dissuadila de seus delírios de aventura. Então eu concordo com um singelo 

- Certo.

Crónica Dos Magos: Relíquia Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora