Capitulo VII_Um Feito

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Essa, é uma noite sem lua, o que deixa tudo mais escuro. Perfeita para a execução do meu plano.

Então, ponho a me vestir apropriadamente. E com isso, quero disser, "com panos o suficiente para esconder todas as partes do meu corpo, tirando os olhos". E com, um pequeno saco de ervas do sono em minha mão, o meu plano entra em ação. Agora, era somente esperar as ruas ficarem desertas.

Passo em frente a delegacia, e solto o meu pequeno pacote, já em chamas. Mas, sem exagero, não quero chamar atenção antes da hora. Vou para um beco próximo, e recito o encantamento fantasma, dando tempo suficiente para as ervas fazerem efeito. Volto para a delegacia, e vejo que meu plano segue muito bem, todos dormem em sono profundo, inclusive o prisioneiro. Enfim, quebro o celo com uma pequena explosão mágica, "explosivul". Como gosto de me previnir, também explodi as grandes da janela, e joguei o Caldeufir por ela. Ele caiu bem em cima da minha carroça, que eu geralmente uso para carregar minhas mercadorias, mas agora uso para sequestrar criminosos, quem diria.

Então, eu saio da delegacia, cubro a carroça e me apreço. Afinal, já passou vinte e três minutos desde que pus todos para dormir. Tenho pouco mais de meia hora até que acordem, e percebam que o prisioneiro escapou. E ainda tenho de estar proto quando ele acordar. Ando apenas vinte minutos, para dar tempo o suficiente para fazer o que planejo.

Eu o arrasto para fora de minha carroça, e o ponho encostado em uma árvore, e aguardo. Eu pretendo usar uma magia simples de contenção, mas se eu usar na hora errada, ela pode acabar antes do tempo, o que seria um desastre.

Uns, prováveis, trinta e dois minutos depois, o recém fugitivo, desperta do doce sono. E com isso, é provável que todos os guardas acordem também. O que, na verdade é perfeito, tal como o nascer do sol, não poderia ser em hora mais oportuna. Quando ele finalmente abriu seus olhos, eu lancei o feitiço "segurat", que funciona da seguinte maneira, uma corda mágica, azul e brilhante, aparece e amarra o indivíduo indicado, ela o impede de se mover e também a fluidez da magia no corpo. É um trunfo genial, só que, dura apenas de vinte e cinco a trinta minutos. Não é muita coisa, mas é o suficiente.

- Acho que o seu nome não é Filodér. Não é mesmo?

E ele me surpreende de novo, dizendo a última coisa que eu esperava. Cá entre nós, eu acabei de o prender com magia, e ele me pergunta sobre meu nome. Isso chega a ser insano. Eu retiro meu capuz, e me aproximo.

- Não, esse não é meu nome.

- Eu já imaginava. O que você quer afinal?

Pego uma bomba de fumaça laranja do bolso, e seguro em minha frente

- Sabe, essa pequena bomba de fumaça, pode fazer os guardas chegarem aqui em questão de minutos. E, como você é um fugitivo, quando volta à delegacia, vai ser posto no subterrâneo, ou chame de masmorra se preferir. Amenos que, me diga o que quero saber.

E ele começou a olhar pra mim com um olhar bem enfurecido. E eu não o culpo por isso, acabo de tirar ele de sua sela, e já ameaço colocá-lo de volta.

- E quem me garante que você não vai me enganar, e soltar essa bomba?

- Acho que você não me entendeu - eu soltei a bomba no chão, e uma grande explosão laranja pintou o senário - a bomba é a minha garantia. Você tem vinte minutos até que cheguem aqui.

- Você é insano. - ele esbugalha os olhos, e de repente ele olha para baixo, como se estivesse pensando - e se, eu lhe responder, você vai me tirar daqui, certo?

- É essa, a proposta.

- Então, o que quer saber?

- O que, exatamente, você viu no castelo de prata?

- Eu sabia, você foi mesmo a delegacia, procurando algo. Se bem que, não sei o porquê. - ele deu uma leve risada - bom, se é isso que quer saber, não vai gostar muito do que vou dizer... É que, eu não sei bem o que vi.

- Como assim, não sabe?

- Estava escuro, e não consigo descobrir pra que serve, o que eu sei, é que, era algo grande feito de madeira e metal, e tinha uma coisa quase no topo, como um campo de força, mas não dava pra ver o que tinha dentro... E depois, um alarme suou e eu saí correndo de lá.

- Isso é inacreditável, chega a ser ridículo. Eu tiro o cara de uma cela, pra ele me dizer que, um cara rico tem máquinas no porão.

- Você não é o único irritado aqui. Eu fiquei inconsciente por três sóis, acordei na casa de um estranho mentiroso, que convenientemente me mandou pra uma cela, pra depois me tirar de lá e me prender logo em seguida.

Tecnicamente, ele tinha belos motivos pra estar chateado. Só que, ele não parece estar assim tão irritado. Sinceramente, ele parece gostar de me ver frustado, ou estou imaginando coisas. Eu respiro fundo, ainda deve ter algo que eu possa fazer, para que minha façanha não tenha sido em vão. Acho que devo voltar às primeiras perguntas.

- O que aconteceu a você no deserto? por que desmaiou?

A expressão de seu rosto, finalmente mudou, ele estava um tanto, desconfortável. O que não seria estranho, já que sua situação não é confortável. Só que, essa expressão não veio antes quando acordou, e sim agora. A pergunta é "por que?", O que pode ter acontecido que o incomoda tanto ter que contar?


- por que não acredita que foi a tempestade?

- simplesmente, porque não faz sentido. Agora, responda a pergunta.

- é uma história muito longa. O tempo que temos, não será suficiente. O que da pra dizer é, tem a ver com os demônios e o meu medalhão.

Crónica Dos Magos: Relíquia Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora