capítulo III _ Cordialidade

108 16 104
                                    

Depois de duas horas, ele finalmente acordou. E eu estou completamente esgotado, falar a verdade, não fazia a menor ideia do que iria acontecer, eu estava muito fraco para revidar qualquer ataque.

Ele se pões sentado, de um jeito tão brusco, que faz seus cabelos, que estão bem emaranhados, balançar. Seus olhos estavam fundos e o rosto pálido. Ele põem a mão na testa, e respira pesado, seus olhos ficam esbugalhados, como se tivesse visto alguém vomitar as próprias tripas. Com certeza vomitaria.
Dito e feito, ele se virou para o lado, oposto ao meu, e vomitou todo o meu chão de madeira, foi nojento. Antes que se virasse, peguei minha adaga, que de tão pequena, usava para abrir cartas.

Eu, sinceramente, esperava que ele viesse com um monte de perguntas, sobre quem eu sou ou onde está, mas ele fez bem diferente.

- Caldeufir. Meu nome é Caldeufir.

Eu não estava esperando que ele realmente me desse o seu nome, fiquei surpreso. Logo tive que me decidir o que fazer primeiro, interroga-lo ou me apresentar de forma cordial. Cheguei a conclusão de que, preciso saber mais sobre ele, antes que ele saiba algo sobre mim. Então, começo a perguntar.

- O que faz aqui em Carsis?

E ele logo responde confuso.

- Carsis?- seus olhos rodaram os cantos - acho que acabei me perdendo no deserto. E antes que pergunte, pretendia ir para Tamir, o centro da civilização.

- E esse medalhão que carrega com sigo? Sei que contém magia...

- Isso, não é da tua conta... - falou colocando o medalhão para dentro de sua blusa - E, se pretende me entregar para algum oficial ou caçador de recompensas, vá em frente!

Foi a primeira vez que foi rude, falar a verdade ele me assustou um pouco. Mas nunca foi minha intenção entregá-lo assim, dentro de minha casa. Eu ia espera-lo sair, e dizer que vi alguém suspeito andando por perto. Seria perfeito. Mas, eu tinha de dizer exatamente o que ele queria ouvir.

- Eu não pretendo te entregar pra ninguém, só quero saber se, é seguro ficar por perto.

Ele se acalmou, e respirou fundo.

- Me desculpe... E não se preocupe, é completamente seguro pra você.

Do jeito que falou, parecia que ele corria mais riscos que eu. Mas isso não é da minha conta.

- Bom saber. Só mais uma pergunta. O que te aconteceu, antes de chegar aqui?

- Só uma tempestade de areia...

Ele estava mentindo, com certeza. Uma tempestade não teria demorado tanto para apagar alguém. Era outra coisa, que ele não queria me dizer, e eu não iria perguntar.

- Uma tempestade te fez dormir por três sóis, que dureza! Ok, acho que já está mas que na hora de me apresentar. Meu nome é Filodér, um feirante local, e entendo um pouco de magia curativa.

Obviamente que não dei meu nome verdadeiro, que a propósito, é Dilorren, e eu também não sou feirante, na verdade, eu tô mais pra curandeiro especializado em magia. Filodér, era o nome de um velho vendedor de ervas comestíveis. Até que um dia, ele foi buscar sua mercadoria fora do vilarejo, como de costume, e foi atacado por um demônio. E é mais um pra estatística.

Ele me olhou de cima embaixo, com um olhar um tanto, agressivo. Posso até imaginar o porquê. Um cara alto, com um físico consideravelmente "bom" mas nem tanto, vestes escuras e bem costuradas, cabelos negros como a noite, preso em coque bem atrás da cabeça, uma barba rasteira, pele pálida como papel de carta, sem contar com as sardas e os olhos azuis escuro, que não são relevantes, mas me tornam incomum. Era óbvio que eu não trabalhava no Sol, e era difícil acreditar que eu trabalhasse com alguma coisa braçal. As pessoas sempre me disseram que eu tinha jeito de escriba. Eu devia ter dito diferente, algo que fosse mais viável a minha aparência. Todavia, ele também havia mentindo, logo não se pode esperar toda a verdade.

Crónica Dos Magos: Relíquia Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora