Capítulo IX_ Outra história 2°parte

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"Eu estava no subsolo do Castelo de Prata, e Hergos estava lá, eu tentei me aproximar devagar, para ver um pouco melhor, mas acabei derrubando um frasco vazio, foi como um estrondo agudo e cheio de ecos, ele se virou e seus olhos se iluminaram como raios, que brilhavam sobre mim no topo da escada. Eu me apavorei e corri escada a cima, até achar uma janela. A essa altura metade dos guardas já estavam atrás de mim, então eu pulei, e obviamente era do primeiro andar.

E caso não saiba, o Castelo fica no meio de um pantano, em uma pequena área de terra sólida.

Eu comecei a correr, até chegar em solo pantanoso, que torna tudo mais difícil, minha sorte é ter cipós por uma boa parte do percurso, por onde me pendurei até que me acertaram com um feitiço que me fez cair novamente no chão pantanoso. Com os guardas cada vez mais perto, optei por convocar um espírito para atrasa-los, e consegui despistar. E estava tudo bem até chegar no pequeno deserto de Tany, e me deparar com um demônio... "

Seu olhar ficou aflito e com o cenho franzido, cerrou os punhos, e então voltou a sua história.

"A única coisa que podia ser feita, era exatamente o que eu não devia fazer. Que era usar o medalhão...

Quando meu mestre deu ele pra mim, a uns sete anos, não fazia ideia do perigo e mal que ele traria. O perigo de, prender um demônio vivo, dentro do Medalhão dos Mortos...

Então eu meio que invoquei o meu demônio pra lutar com o outro, eu o apelidei de Demo. "

Não sei se entendi bem, ele tem um demônio de estimação, dentro do medalhão, eu estou muito confuso.

"No total, eu só o invoquei cinco vezes, por conta do que começou a ocorrer, quando o invoquei pela terceira vez, não estava me sentindo bem, e após algumas horas eu desmaiei, e só fui acordar vinte e quatro horas depois. Mas não achei que tivesse ligação, até que o invoquei uma quarta vez... Fiquei desacordado por três sóis, e confesso que, pensei que dessa vez iria ficar desacordado por no mínimo uma semana.

Enfim, quando Demo estraçalhou o outro demônio, eu me apressei em sair do deserto de Tany. Entretanto, eu estava um tanto desnorteado, e havia perdido minha bússola, provavelmente no pântano. No fim, eu só tentei andar em linha reta até chegar em algum lugar, e torcer para ser Tamir, o que não foi o caso. Em vez disso, vim parar  no seu vilarejo cercado de flores mágicas... De certa forma, eu tive muita sorte, podia ter sido bem pior."

Eu nunca, tinha ficado com tantas dúvidas após uma explicação tão grande quanto essa, se bem que ele só explicou o ocorrido no deserto. Eu quero saber mais do que isso, eu quero saber como e o porque, prenderam um demônio no medalhão, e não usaram a alma de um demônio morto, e o que ele quer em Tamir. O que me resta é indagar sobre essas questões, e fazê-lo me responder.

- Primeira pergunta, como você possui algo vivo no medalhão, e por que?

- Bom, o meu mestre me disse como fazer e me deu o medalhão, depois disso seguiu atrás de Hergos, ele também usava um quando partiu. Então fui a floresta procurar um demônio, quando encontrei, usei o estranho feitiço que ele me ensinou, e foi isso, o porque de prende-lo, ele não me explicou. Já o fato de ser um espécime vivo, é pelo simples fato de que eles não morrem.

- Segundo, o seu mestre lhe avisou sobre, a maldição dos medalhões de necromancia?

- Espera, maldição?

- Vejo que isso é um não. Próxima, o que você busca em Tamir?

- Que maldição? Do que está faltando?

- Primeiro, responda sobre Tamir, daí, eu lhe conto a maldição.

Ele ficou fadigante e um tanto gago.

- E-eu... é, está bem... eu procuro um mago, ele é alguém que talvez possa me ajudar... com o problema do Medalhão. Ele é conhecido como: o mestre da magia imprevista, o mago da precisão, dentre outros.

- Espera, Você o conhece?

Mesmo sabendo que a resposta será "não pessoalmente", tenho um interesse pessoal em saber se ele sabe o nome, por trás dos inúmeros títulos.

- Não, eu só o conheço pelos títulos e feitos. Agora é sua vez, me fala sobre a maldição.

Fico aliviado em saber disso, afinal o sujeito que ele procura sou eu, então acredito, que não fará mal em dizer meu nome de verdade se ele o questionar outra vez.

- Está certo, para começar todos os medalhões de necromancia estão sob a mesma maldição sem exceção. Ela até que é bem simples, porém irreversível: Só as almas dos mortos devem ser guardas, e no amuleto celadas, mas se uma alma viva for trancada, e está regra quebrada, a alma do portador será amaldiçoada.

- Céus... Minha alma amaldiçoada!

Crónica Dos Magos: Relíquia Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora