capítulo X_A caminho de Tamir

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Ele passou as suas duas mãos no cabelo, e o segurou com tanta força que pensei que iria arranca-lo, respirava de maneira frenética e ofegante, e confesso que observava o jovem Eufir de maneira pouco sútil, ou seria Deufir, isso pouco importa. Afinal não é todo dia que consigo presenciar um ataque de nervos como esse.

Enfim ele parou de tremer e balbuciar as palavras "minha; alma; maldição." As reorganizando de formas  diversificadas. Ele respirou fundo, tapou o olho direito por um instante, e em seguida, segurou os indicadores de suas mãos e os apertava com força, enquanto esticava os braços para baixo. Isso, com certeza é uma tática de meditação bem peculiar, e pelo que vejo parece lhe fazer efeito, pois logo ele fica bem disposto a se pronunciar sobre sua "atual situação".

- Isso não importa... se existe alguém que pode resolver isso, eu o encontrarei... Custe o que for.

Eu simplesmente revirei os olhos diante de tanta ingenuidade. É inacreditável, esse cara acha mesmo que posso quebrar uma maldição como essa. Além de ser ilegal e imoral, é provavelmente impossível.

- Quase me esqueci, você ainda não me disse seu nome.

E mais essa agora, se bem que, não fará muita diferença, ele afirma desconhecer o nome do mago que procura, então não importa se eu o disser.

-Dilorren. O verdadeiro e único, Dilorren de Carsis.

Menti outra vez, não nasci em Carsis, eu só morei lá nos últimos quatro anos. Mas também não sei bem qual é minha cidade natal, só sei que fica ao norte do grande deserto de Basamortua, no entanto vivi em Tamir a maior parte da minha vida, então sou naturalizado de Tamir, a história é um pouco cumprida, então vou deixar pra lá, mas se eu ficar entediado em algum momento, posso anotar esses detalhes.

- Escuta...- e Deufir torna a indagar depois de um breve silêncio - Você conhece algum jeito ou alguém que possa me ajudar a encontrar quem procuro?

- Não, eu não conheço.

Ele não vai achar muita coisa, só talvez o nome, e eu espero estar longe quando isso acontecer. Afinal faz tempo que não dou as caras por lá, e é provável que ninguém me reconheça ou se lembre de mim.

A carroça já está quase no chão, tenho de dar um jeito, antes que bata em alguma árvore.

Bom as cordas de direção tem um conceito bem simples, as cordas são presas uma em cada asa e também a uma manivela, para virar à direita é só girar a manivela da direita sentindo horário, assim a asa inclina virando para direita, para virar para esquerda tem de girar a manivela da esquerda em sentindo ante horário. Aviso importante nunca girar as manivela ao mesmo tempo, pode arrebentar a corda ou quebrar a estrutura da assa, o que causaria um desastre.

Acredito que, os detalhes de como cheguei ao chão não importam, o fato é que voltamos a estrada, e agora estamos bem próximos de Tamir. Eu desativei o mecanismo da asa, esperei a carroça parar, e tirei o meu montugo de dentro dela, e o prendi novamente a carroça. Então eu entrei e seguimos viagem, que deve demora de vinte e cinco a trinta e cinco minutos, é realmente impressionante como um transporte aéreo poupa tempo de viajem, se viesse pelo meio tradicional demoraria por volta de três horas e meia, mas dessa forma vamos chegar com uma hora e quinze.

Acabo de me lembrar, ter de reabastecer o estoque. Eu usei isso como desculpa, mas estou quase sem material. Vou ter de passar um tempo a mais em Tamir para não perder a viagem, da qual eu não esperava.

A carroça nos guiou até os grandes portões de Tamir, eles tem aproximadamente seis metros de altura e uns cinco de largura, todo de madeira branca. E com um letreiro de um amarelo reluzente, com letras grandes, anunciavam a entada da famosa cidade de Tamir. Onde pretendo me separar de minha indesejada companhia.

Crónica Dos Magos: Relíquia Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora