Capítulo V_Outra História

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" Análise da missão: "

Nada nunca é o que parece.

As histórias sempre tem um outro ponto de vista. E minha missão é, provar a teoria do meu mestre.

Bom, as coisas que meu mestre Calfir me contou sobre o passado, foram um pouco diferente do que o resto do mundo ouviu, afinal, ele era um aprendiz da Cadalena, também conhecida como "A Maga Vermelha", uma dos cinco grandes magos, uma das poucas que fazia necromancia. Dizem que a mais poderosa.

Diferente de Hergos, meu mestre não se atreveu a entrar na floresta, ele os esperou do lado de fora do portão de galhas. Caso não saibam, a floresta é cercada por uma imensa cerca viva, e tem apenas dois portões, um tanto mais altos do que a cerca. Ele já se acomodára no chão, quando ouviu um estrondo, e sentiu um tremor. Olhou para dentro da floresta, e em meio a neblina esbranquiçada, que parecia que o olhar estava embaçado, podia se ver vultos por todos os cantos, e se ouvia muitos berros tanto de animais, como de pessoas, e um outro que ele não identificou. Poucos estantes depois, apareceu um clarão, e a luz se fez em um risco no céu, que desceu até o meio da floresta e desapareceu.
Em seguida, Hergos saiu ofegante de dentro da floresta, seu olhar era estranhamente pensativo, como se tentasse entender algo extremamente complicado, as suas pernas tremiam, a testa soava, quando suas mãos, também trêmulas, se apoiaram no portão com um sussurro, e o olhar baixo, falou "eles estão... Mortos. Todos eles, morreram..." Ele olhou pra Calfir, e seu olhar mudou, ficou um tanto mais excêntrico. Um sentimento misto de decepção e satisfação, que Calfir viu em sua aura.

Então Hergos descobriu um jeito de elimina-los cinco anos depois.

Uns trinta e oito anos, pesquisando e analisando as bestas que saem da floresta, meu mestre também descobriu algo, um jeito de aprisiona-los e talvez até banir todos de volta. Ele só precisava achar a fenda, pela qual eles atravessam.
Dito isso, foi ao encontro de Hergos, o único que viu a fenda, e continuou vivo. Eu tinha dez anos, e já sabia quase todos os truques dele.

Sete anos depois, uma carta transmorfica, chegou a mim. Ela dizia:

"Eu não avia percebido o óbvio.
O brilho da fama de Hergos acabou me cegando para o verdadeiro propósito dele para com as bestas. Logo, lhe peço para invadir o castelo de prata. Você deve procurar nos calabouços e alçapões, não importa muito onde exatamente, mas estará abaixo. Sempre abaixo do que fica em baixo das torres de prata.
Não posso, e nem tenho tempo para explicar, só espero que acredite nas palavras de seu mestre.

Ass: Calfir Olhos do Morto"

Essas palavras me fizeram pensar muito. O único castelo prateado que conheço, é o de Hergos, sua casa de inverno. Não sei o que Cal tinha descoberto, e nem o exato motivo, para querer que eu invada o local.
E tem um porém, uma carta transmorfica, tem um tempo de viagem bem variado, pode demorar de horas a anos para chegar ao destino, com certeza não é o meio mais prático para mandar uma mensagem, mas é o único que não é necessário o uso das mãos ou contato físico para infeitiçar o papel, somente o contato visual. E se a carta demorou anos para chegar, é provável que não tenha mais nada lá. Mas, como era um pedido de meu mestre, achei que devia conferir.

Demorou algumas semanas, só para chegar perto, seis dias, para estudar todo o local, e a rotina dos guardas. Eu entrei durante uma troca de turno, desci cinco ranques de escada, e ainda não tinha descido o suficiente, parecia não ter um fim.
Uma coisa que percebi quando estava me espreitando nas curvas da parede, foi que, todos os guardas sussurram nós andarás inferiores, pode haver apenas dois deles, que continuam cochichando. Mais dois andares a baixo, e os guardas se comunicavam por papel. Desci mais três andares, e dessa vez, não tinha guarda algum, o que era estranhos, ter tantos guardas espalhado por todo o castelo, e ninguém para vigiar o lugar, e tinha mais cinco andares a baixo, todos vazios, porém, não eram silenciosos, havia um zumbido que ficava mais alto quando se descia a escada. Ao chegar no pé da última escada, pude ver a porta de um provável alçapão. Então eu me aproximei, e o abri. Desci, o que supus ser, a última leva de escadas, então eu vi...

" "

Incompleto. A parte, provavelmente, mais importante deste escrito, não foi terminada, maravilha.

Crónica Dos Magos: Relíquia Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora