impasse [sheibi]

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[carolana's voice] oi pessoal

eu quem vacilei dessa vezkkkkkkk mas tá aqui a recompensa: um capítulo grandão pra vcs

muito obrigada por terem alcançado a meta, significa muito pra mim <3 nesse sentido, acredito que ainda podemos permanecer nela: 100 likes e 40 comentários, pode ser?

outra coisa, não sei se vcs conhecem a história coffee break (possivelmente sim pois uma das maiores histórias desse site) mas eu fiz a nova capa da história e a autora já postou novo capítulo, vale super a pena ir lá checar :)

boa leitura xx

▽⚢✃▽

A TV no quarto de Sheilla fez com que ela tivesse ótimos momentos tarde da noite na sua própria companhia. Ela ligava para as suas filhas, conversava sobre o dia delas e logo depois elas iam dormir, e esse era o momento em que ela desligava o celular e fingia que o mundo não estava colapsando ao seu redor. Ela colocava a TV em algum reprodutor de mídias e se esbaldava ouvindo suas músicas preferidas, em algumas noites ela era acompanhada por uma garrafa de vinho, mas na maioria dos dias o êxtase das músicas era o suficiente.

Mas naquele dia, o dia onde suas pequenas passariam o dia com Victor, a sessão privada dentro do quarto de hotel que estava prevista para começar mais cedo havia sido interrompida por uma ligação. Ela não iria atender, não naquele dia onde sua mente estava totalmente tranquila com suas pequenas em um ambiente de confiança. Mas uma mensagem de Thaísa avisando que já iria se preparar para dormir chegou, e logo depois o mesmo número ligou novamente.

-Alô? – Ela atendeu, sua voz soando mais rude do que ela esperava.

-Sheilla, olá! – A voz do outro lado disse. – Aqui é o Marcos, da gerência do Itambé Minas.

Sua última temporada com o Minas havia sido há dois anos. Não havia mais nenhum contrato a ser seguido, e ela sentia mais raiva por ter atendido uma ligação de negócios logo naquela hora.

-É, claro, eu lembro de você – Ela murmurou, sentando-se em uma poltrona. Naquele dia havia uma garrafa de vinho, e ela logo se serviu quando o homem começou a falar.

-Então, após uma reunião com o Filippo, técnico do time, que você deve conhecer bem, resolvemos que seria interessante ter uma atleta como seu braço direito, e foi inevitável não pensar em você.

Sheilla cuspiu uma risada. Como ela odiava o Filippo. Os números de assédio sexual haviam subido exponencialmente após a entrada do técnico no time, e mesmo com todas denunciando a situação para o RH da empresa, ninguém fazia nada. As brigas que ela já havia arrumado com ele eram incontáveis, e houve um dia que ela se deleitou com Thaísa quase batendo nele após um comentário sobre seu corpo.

-Trabalhar para ele? – Ela perguntou, sua voz com o tom superior ainda maior.

O homem riu de forma nervosa do outro lado da linha.

-Veja bem... É trabalhar com ele.

-Uma atleta como seu braço direito, então, é, eu estaria trabalhando para ele – Sheilla rebateu.

O homem suspirou do outro lado da linha e por alguns instantes pareceu dialogar com alguém na sala, cobrindo o fone com a mão.

-Certo, certo – Ele disse, vencido. – Sheilla, você ganhará vinte salários mensais para realizar esse trabalho. Tudo que você precisará fazer é comparecer aos treinos diários do time, auxiliar no estudo tático do Minas e dos oponentes, treinar as meninas com habilidades que só você conhece.