[carolana's voice] oi pessoal
muuuito obrigada pelo apoio que vcs vem me dando aqui e no twitter, sério, significa muito pra mim <3 nesse nível nem sei mais se devemos manter a metakkkkkk mas vou definir só por via das dúvidas: 120 likes e 50 comentários, pode ser? vamos nos manter na mesma meta anterior
hoje uma nova etapa da história se inicia, e nesse capítulo vamos conhecer um pouco sobre a vida da sheilla. já aviso que terão gatilhos de violência familiar e homofobia
boa leitura x
▽⚢✃▽
Sheilla olhou para o próprio reflexo no espelho do seu banheiro e suspirou, exaurida. Ela tinha as mãos sujas de maquiagem e encarava mais um pote de base que ela conseguira esvaziar só naquela semana. Ao menos ninguém havia percebido o pescoço roxo que naquele momento já estava em um tom amarelado, mas ainda sim suspeito demais para ela relaxar.
O dia em que ela chegou em casa do encontro com Gabriela foi exaustivo e traumático o suficiente para ela buscar fugir desesperadamente de qualquer outro conflito, mesmo que fosse Thaísa ou seu irmão perguntando o que eram aquelas marcas em seu pescoço.
Ela lembrava da sensação da parede com relevos arranhando as suas costas, fazendo-as arderem, e amassando o tecido que ela havia engomado com tanto esmero horas antes. Ele, mesmo com a sua mesma altura, a pressionava contra parede pelo pescoço, apertando com tanta força que ela passava a ver pontos brilhosos no seu campo de visão. Ela sufocava ao tentar falar, então o seu aperto aumentava mais.
-Onde você 'tava, porra? – Ele urrava, com o hálito de uísque e o cheiro de mulher exalando do seu corpo.
Ela tentou responder uma mentira irracional, mas sua voz saiu esganiçada e baixa, resultando em uma frase sem sentido e em mais falta de ar. E com um só movimento, ele soltou o aperto e ela inspirou profundamente, fazendo o seu pulmão arder pela quantidade de ar repentino que estava puxando.
Ela ficou em pé contra a parede como um bibelô velho, esquecido, que costumam ter em casas abandonadas. A saia azul havia subido pelas pernas finas, e ela as ajeitou no mesmo momento em que passava a mão no pescoço dolorido. Bruno aproximou-se novamente de forma repentina e afastou a mão dela do pescoço com um puxão, aparentemente arrependido do que havia feito.
-Pare de se tocar. Eu não te machuquei.
Qualquer momento com Bruno a fazia lembrar do seu pai, do quanto ele sentia prazer em humilhá-la e em degradá-la, e ela sentia um arrepio na sua espinha quando se perguntava o que seria de si caso não houvesse Vitor. Com as mãos ocupadas espalhando pó compacto pelo pescoço ela lembrou do que havia acontecido consigo vinte e dois anos antes daquele episódio.
Sheilla era uma adolescente comum, mas ao mesmo tempo muito diferente das outras. Todo mundo a idolatrava, sempre imploravam por histórias sobre as suas viagens como atleta e pediam para ela levar suas novas medalhas para os dias úteis na escola. E foi em um desses dias que uma garota de sua sala no segundo ano do ensino médio havia sorrido para ela quando ela disse para os outros colegas que não havia trazido a medalha naquele dia. A garota morena, franzina, porém ainda linda, rapidamente aproximou-se dela. Rafaela, como ela se mostrou se chamar dias depois, gostava de ouvir sobre suas viagens, mas gostava principalmente de ouvi-la falar sobre si, o que deixava Sheilla extremamente acanhada, pois nunca havia recebido atenção por ser quem era por dentro, ela sempre era amada por ser uma atleta de vôlei aos dezesseis anos.
No decorrer do ano letivo, elas se aproximaram exponencialmente, sempre conversando sobre gostos em comum que na época compartilhavam, e quando Sheilla tinha que viajar, as duas eram corroídas por uma saudade gritante que nunca haviam sentido por ninguém antes. A oposta escrevia cartas durante a sua estadia em hotéis e sempre tentava entregar para Rafaela assim que chegava na escola, dizendo:

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impasse [sheibi]
FanfictionPassar uma vida inteira se escondendo tem seu custo, e após ir contra o seu esposo pela primeira vez em anos, ela encontra seu porto seguro numa jovem atleta extremamente introspectiva que mal sabe da sua existência fora das quadras.