Paraplegic |ZM|

1.19

Dois de janeiro de dois mil e vinte e um. Londres. Home.

Isabella Campbell Point Of View

- Zayn, você precisa colaborar com os estímulos que ele faz. – Trisha pediu depois que o médico perguntou algo a Zayn e ele se quer se deu o trabalho de responder. Ela suspirou cansada e então se virou em minha direção, que continuava no final do quarto do hospital apenas observando. – Isabella, isso é com você.

E então ela saiu do quarto pela mesma porta que o médico havia saído segundos antes. Caminhei até a maca onde ele estava e segurei sua mão, fazendo pequenos carinhos nos nós de seus dedos. Subi meu olhar então para o rosto do homem que seguia de olhos fechados.

- Meu bem... – sussurrei de maneira leve, tentando ao máximo que ele me escutasse.

- Eu sei, desculpa. – pediu antes mesmo que eu falasse qualquer coisa. – Eu só não sinto nada e isso me desespera.

- Está tudo bem, Z. Mas você precisa tentar conversar com ele para que possamos achar o melhor meio de tratamento , meu amor.

- Eu sei, eu sei. Me desculpe, eu fui estupido.

- Posso chamar ele de volta?

Depois de uns segundos ele concordou e então eu chamei de novo o senhor que antes examinava Zayn. Ele era um médico renomado que Trisha havia trago de outro estado para ver a situação de Zayn e essa era uma primeira consulta.

O homem examinou Zayn dos pés a cabeça, fazendo todos os tipos de perguntas possíveis. Mexeu várias vezes com as pernas de Zayn e então se afastou, olhando em minha direção e então para Zayn. Cheguei mais perto dele, sabendo que talvez não viesse coisas boas pela cara do médico, segurei na mão de Zayn e na mesma hora ele a apertou.

- A chance de você voltar a andar Sr. Malik é de menos de cinco por cento. Quase nula. – o aperto que Zayn dava em minha mão se afrouxou, de maneira rápida. – Sua condição é muito mais séria e extensa do que sua mãe me contou e está fora de meus conhecimentos. Ou de qualquer um. O fato é que eu acho melhor o senhor ir se preparando a ouvir respostas negativas de qualquer outro profissional na área.

Olhei para o médico de cenho franzido e depois para Zayn, vendo a tristeza em seu rosto.

- Olha, menino, você é novo. Dá tempo de apreender a viver assim. – ele voltou a falar.

- A questão não é essa. – falei antes que o médico terminasse. – A questão não é ele poder aprender a lidar por que não é isso que queremos. Ele tem uma vida pela frente e tem capacidade de aprender a andar novamente, então se o senhor não é capacitado de nos ajudar, eu agradeço, mas se retire sem tentar desmotivar e desmoronar um homem. Nós iremos atrás de um profissional adequado e que acredite no potencial do meu namorado, por que ele vai voltar a andar. Ele pode. Agradeço por seu tempo, mas o senhor pode se retirar. Não vamos descansar até achar alguém que possa nos ajudar. Eu não vou descansar.

O homem se deu por vencido quando eu o olhei sério antes dele responder e se retirou do quarto quieto. Na mesma hora me sentei na beira da cama de Zayn, que já estava completamente incompreensível.

- Babe...

- Zayn, nós não vamos desistir. Nós seguiremos atrás dos melhores médicos e acharemos um tratamento alternativo bom o suficiente para te fazer andar.

- Amor, eu acho que deveríamos desistir e só... aceitar. – ele falou enquanto seus olhos desviavam de qualquer jeito dos meus. Balancei minha cabeça em negação por que isso não aconteceria.