- CAPÍTULO 24 -

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Dulce Maria

Minha cabeça parecia que ia explodir de tanta coisa que se passava por ela, estava uma confusão e tanto

Será que sou tão má assim? Será que Christopher está certo? Quando foi que me tornei isso? Quando foi que comecei a me preocupar também com o que pensavam de mim?

Eu estava muito confusa

Sentia tremores por todo o corpo, as pontas dos meus dedos formigavam tanto a ponto de eu não conseguir sentí – las e eu estava suando mais do que o normal. Eu não estava bem, isso era fato. Fechei meus olhos, ajeitei o lençol sobre mim para tentar dormir, mas não conseguia

— Está achando que vai conseguir dormir carregando essa culpa, Dulce Maria?

— O que você está fazendo aqui? Porque você voltou? – Pisquei várias vezes

— Como eu voltei se eu nunca fui embora?

— Foi sim, você foi embora quando Cláudia descobriu a doença, como conseguiu entrar?

— Eu nunca fui embora, não do seu subconsciente. Você se sente culpada e é verdade, você tem culpa sim de afastar as pessoas de você

— VAI EMBORA! - Gritei

— Porque quer que eu vá embora? Não gosta de ouvir a verdade minha filha?

— Não me chame de filha eu deixei de ser sua filha quando você me deixou

— Eu cuidei de você e da Cláudia da melhor maneira, mas quero que saiba que eu nunca desejei ter você como filha, não foi planejada, o idiota do seu pai sim queria ter mais filhos além de Cláudia mas eu não. Te criei e cuidei de você porque era a minha obrigação mas, depois que descobri a doença dela eu resolvi ir embora, eu sabia que ela não resistiria e que eu ficaria sozinha também sem a única filha que eu realmente queria por perto. Nunca percebeu como eu tratava vocês com diferença?

Ao ouvir isso eu travei, fechei os olhos por alguns instantes e tentei segurar as lágrimas que começaram a brotar, mas foi impossível. Eu desejei que a imagem daquela pessoa ali na minha frente sumisse assim que eu abrisse meus olhos novamente

— Está chorando por que? Está sentindo o peso da culpa por você ser quem você é? Por ter se tornado esse lixo em pessoa?

Agora além da minha mãe, Cláudia também estava a minha frente e me olhando com um semblante triste

— Cláudia, você não está morta? Veio me ver? – Eu abri um meio sorriso

— Assim como mamãe, eu também estou no seu subconsciente, a diferença é que mamãe não está morta. Mas responda Dul, está chorando pela culpa por ter se tornado essa mulher amarga e fria?

— Eu me tornei isso por culpa de vocês, foram embora e me deixaram sozinha. Todos que estão a minha volta morrem ou vão embora, não perceberam?

Passei a mão pelo rosto afim de limpar as lágrimas que escorriam

— Já disse, eu fui embora porque não queria ser uma pessoa triste vendo minha filha preferida morrer

Eu coloquei as duas mãos em meu rosto, para cobrir e ela continuou a falar

— Já percebeu o que está acontecendo?

— O que? Perguntei, trêmula

— Os que ficaram próximos de você estão se afastando. Esse menino Christopher tentou de todas as formas se aproximar de você, mas você o tratou mal, muito mal. Anahi continua do seu lado mas não sabemos até quando. Ninguém aguenta você, sua imunda  – Explicou ela

𝑨𝒎𝒊𝒈𝒐𝒔 𝒄𝒐𝒏 𝑫𝒆𝒓𝒆𝒄𝒉𝒐𝒔  | Vondy |Onde histórias criam vida. Descubra agora