- CAPÍTULO 25 -

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Christopher Uckermann

Virei a noite pensando no que estava acontecendo, na reviravolta que minha vida deu em apenas alguns minutos. Em questão de segundos, por algum motivo o carro não obedeceu ao meu comando e agora estou sem enxergar. Isso seria Deus me castigando por algo? Ou porque será que essas coisas acontecem?

Me remexia para lá e para cá afim de encontrar uma posição para dormir e fazer o sono chegar mas era em vão, não estava confortável e tudo piorou quando comecei a ouvir alguns gritos de Dulce vindos de dentro da casa dela, pois por mais que minha casa seja na frente da dela a nossa rua não é tão grande então as vezes ouvimos algumas coisas. Eram gritos altos e provavelmente o restante da vizinhança também não conseguira dormir.

Ela parecia estar gritando com alguém, tentei ouvir se alguém respondia aos gritos dela mas era em vão. Fiquei ainda mais atento quando percebi que ela parecia falar com a mãe e com a irmã, mas ela não tem mais mãe e a irmã está morta, estaria ela tendo novamente um surto após bebedeira?

Por um momento me preocupei e pensei em ir lá ver o que era e se ela estava bem mas logo me lembrei que estava cego e que Dulce não merecia um pingo de esforço meu para ajudá - la

Para a minha sorte os gritos pararam.

Não sei que horas fui dormir mas sei que Alfonso me acordou bem cedo, dizendo que já eram quase 08h da manhã e que minha muleta havia chegado

—  Que legal que chegou, agora me deixe dormir

—  Levanta - Puxando o meu cobertor - Você precisa tomar café pois daqui a pouco a sua professora chega com o seu novo cachorro

— Professora? Cachorro?

—  Sim, a professora que vai ensinar a você a como ler em Braille e utilizar a muleta

—  Eu não quero, não pedi nada disso - Puxei o cobertor de volta

—  Deixa de ser criança

—  Estou cego, Poncho

—  Infelizmente está cego, mas graças a Deus não está morto. Você precisa continuar sua vida e outra, você está na fila de transplante de córnea, nunca se sabe quando vão ligar dizendo que acharam um doador

—  Por isso mesmo, vou ficar na cama até me ligarem dizendo que tem doador ou até que eu morra, agora saia

—  Não vou sair, vou ficar aqui até você resolver se levantar

Conhecendo Poncho ele não sairia mesmo, então dei - me por vencido

—  Está bem, mas farei isso por você, pois por mim eu não faria nada disso

—  Esse é o meu amigo - Senti ele bater no meu ombro

—  Me ajude a levantar e vire - se para eu me trocar

—  Vou ter que te ajudar a se trocar, você não vai conseguir sozinho

—  Só me ajude a separar uma roupa, não quero que me veja pelado

—  Ok, como quiser

Poncho me ajudou a escolher uma roupa e me troquei com um pouco de dificuldade e sem querer batendo as costas na parede.

Poncho me ajudou a escolher uma roupa e me troquei com um pouco de dificuldade e sem querer batendo as costas na parede

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𝑨𝒎𝒊𝒈𝒐𝒔 𝒄𝒐𝒏 𝑫𝒆𝒓𝒆𝒄𝒉𝒐𝒔  | Vondy |Onde histórias criam vida. Descubra agora