- CAPÍTULO 50 -

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Dulce Maria

Abri os olhos e vi que estava em uma cama e o quarto todo branco com as cortinas cinzas, ao olhar para a esquerda eu vi ali, Anahi sentada no sofá e lendo uma revista. Seu rosto estava inchado, se conheço bem estava chorando

— Anahi porque está chorando?

— Dul, que bom que acordou – Limpou o rosto rapidamente e abriu um sorriso, tentando disfarçar para mim que estava chorando

— Porque está chorando? O que houve? Me fala por favor

— Dul, por favor começa o tratamento do câncer...

— Anahi, não estamos falando do câncer, eu te fiz uma pergunta e quero que responda por favor...O que aconteceu? Porque estou nesse quarto?

Ela pareceu começar a responder quando um médico apareceu no quarto, não era Edward Park e sim dr Leonardo

— Olá boa tarde Dulce, como se sente?

— O que está havendo? Porque você está aqui? Anahí, quem chamou ele?

— Eu mesma chamei...Foi preciso

— Dulce Maria, precisamos conversar

— Eu não tenho nada para conversar com você, por favor sai daqui

— Dul, ouve o que ele tem a dizer

— Dulce eu entendo que você se assuste ao me ver pois eu sou o oncologista que tentou tratar da sua irmã e que descobriu a sua doença mas...

— Você foi um dos causadores da morte da minha irmã, você se recusou a atendê – la quando ela estava no hospital, ela estava morrendo dentro do quarto e quando eu pedi ajuda

— A sua irmã já estava com a doença muito avançada, eu queria muito ter ajudado quando me chamaram, mas não pude ir

— Não pôde ou não quis? Ela estava muito doente sim mas naquele momento ela estava passando mal e eu pedia ajuda e ninguém podia me ajudar, você não faz idéia de como é horrível perder alguém na sua frente, a gente se sente inútil

— Sei sim e entendo a sua dor, não sei se você se recorda mas naquele dia aconteceu um acidente grave e algumas vítimas vieram para cá e praticamente todos os médicos ficaram apostos para atende- los. Você vai se perguntar o porque de outro médico não ter ido ajuda – la, mas era porque a equipe de plantão estava reduzida e centrada para atender as vítimas do acidente. Você tem todo direito de ficar brava com o hospital que não ajudou quando mais precisou, mas peço que não fique brava comigo por favor pois dentre essas vítimas estavam meus pais e meu filho de 2 anos, fiquei na equipe médica para tentar salvá – los e por isso não consegui ir ajudar a sua irmã naquele momento, lamento muito

— Conseguiu pelo menos salvar a sua família?

— Não, infelizmente perdi todos e perdi também a sua irmã

Fiquei sem saber o que falar

— Mas você também é minha paciente mesmo que não esteja fazendo o tratamento ainda e eu não quero perder mais uma paciente para o câncer – Respirou fundo – e é sobre isso que vim falar, ontem na porta do hospital você teve uma parada respiratória e por muita sorte conseguimos evitar com que evoluísse para uma parada cardiorrespiratória, se evoluisse você poderia não resistir. Você dormiu essa noite no CTI e como melhorou, trouxemos para o quarto. Porém fizemos exames e...

— E? – Perguntei

— O câncer está avançando, você precisará iniciar o tratamento agora ou infelizmente ele se espalhará pelo seu corpo e não terá mais cura

𝑨𝒎𝒊𝒈𝒐𝒔 𝒄𝒐𝒏 𝑫𝒆𝒓𝒆𝒄𝒉𝒐𝒔  | Vondy |Onde histórias criam vida. Descubra agora