𝑨𝒎𝒊𝒈𝒐𝒔 𝒄𝒐𝒏 𝑫𝒆𝒓𝒆𝒄𝒉𝒐𝒔 | Vondy |

- CAPÍTULO 48 -

Dulce Maria

Ouvir e sentir Christopher chorar de emoção em meu ombro me dava sensação de alívio, sim alívio pois sabia de que ele estava chorando de alegria. Estava um pouco receosa sim de chegar ao hospital e ver que tudo não passou de ser novamente um erro e eu não saberia como Christopher reagiria se isso acontecesse novamente.

Mas o sorriso que ele abriu para mim depois que parou de chorar fez todo esse medo ir embora momentaneamente, era tão lindo ver ele sorrir que eu acho que eu poderia ficar aqui parada e vendo ele sorrir o dia todo que não ligaria

— Vamos? – Disse ele

— Para onde? – Respondi em transe, admirando ele

— Para o hospital, oras!

— Ah..É...Sim, vamos – Respondi desconsertada

— Estava com a cabeça aonde mocinha?

— Lugar nenhum, só pensando e perdida no seu sorriso, eu amo ver o seu sorriso

— E eu logo vou voltar a ver o seu

Sorriu novamente e demos um selinho. Ajudei ele a entrar no carro e corremos de volta para o hospital. Pensei em ir na casa dele pegar roupas mas estávamos tão ansiosos que resolvi deixar isso para depois. Para nossa sorte o hospital que havia nos chamado era o Mount Sinai, onde Christopher tinha sido atendido e minha mãe falecido

— Olá boa noite – Disse entrando na sala do médico junto a Christopher

— Boa noite, sou o Dr Robert Park, você é Christopher Uckermann? – Christopher assentiu com a cabeça – Sentem – se por favor, temos algumas coisas para conversar

— Está bem – Arrumei a cadeira para Christopher se sentar

— Viemos pois a minha mulher recebeu uma ligação dizendo que eu receberia as córneas, está tudo certo? Vou receber? – Perguntou impaciente

— Não se preocupe, está tudo certo, os exames estão todos dentro dos conformes

— AIII EU NÃO ACREDITO CHRISTOPHER, VOCÊ VAI VOLTAR A ENXERGAR – Gritei eufórica

— Precisamos somente que ele se interne hoje mesmo pois vamos fazer alguns exames pré operatórios e, estando tudo ok com os exames, amanhã cedo será feito o transplante

— Mas espere aí, a minha mãe não foi enterrada ainda?

— Sim, foi! Porém achamos a carteirinha e logo fizemos a retirada dos órgãos possíveis de transplante, congelamos eles para que possam ser doados. Talvez você diga que deviam ter te perguntado antes mas...

— Sem problemas. Então a operação será aqui mesmo e não no Bellevue?

— Sim, será aqui mesmo e caso queiram, podemos trazer Adelle para cá também

— Que bom que não será lá e será aqui, uffa! E podem trazer ela pra cá por favor

— Eu acho que isso é um sonho, Dul me belisca pra ver se eu estou sonhando

— Não é sonho – Dei um tapa de leve nele – E Dr, quanto ao coração que me disseram que poderia ser doado para Adelle Scott ?

— Iria falar sobre isso agora, os exames também deram compatíveis, ou seja, ela vai receber o coração!

Me sentia tão nervosa com a situação e também tão feliz, minha mãe pelo menos havia feito algo bom que era pedir para doar seus órgãos depois de morta. Talvez tivesse feito isso para se livrar da culpa que sentia por ter nos abandonado e deixado Mariazinha aos cuidados de outra pessoa que, por sorte, foi Adelle, que deu muito carinho e amor para ela e a criou muito bem, mesmo com todos os problemas financeiros.