Alucinações

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Boa leitura

Ramon não gostou da ideia de Jeff saber onde estava a câmera, então pediu para um dos funcionários ir trocar, mesmo que comprometesse o teto do lugar. Jeffrey fazia de tudo para assustá-lo, ele já sabia que o homem estava tremendo de medo, então sabia muito bem que o teto não seria arrumado corretamente, justamente pelo fato de estar sendo feito às pressas. Se seu plano corresse como ele esperava, Maya não perdia por esperar.

Na noite anterior, Maya nota que no bolso do seu jaleco, tinha um papel, do qual não lembrava de ter posto ali. Era um desenho, e parecia ter sido feito por Jeff. O desenho era um homem, muito parecido com Jeff, em uma mesa, afivelado nos ombros, mãos, cintura e pés, aparentemente nu. E outro homem, que parecia muito com Ramon, fazendo algum tipo de tortura com o mesmo, e escrito de forma muito pequena, uma palavra, "ajude-me".

Maya sentiu que algo estava errado, e lembrou das queimaduras no pescoço do mesmo. Ela entendeu o recado, mas precisava de mais provas. Terminou seu relatório, preparou o material para o dia seguinte, e foi descansar.

A garota acorda pensativa, não sabia se poderia acreditar naquele desenho, pois Jeff não era uma das pessoas mais confiáveis por ali. Ela certificou-se de tomar seu remédio, preparou o material, e saiu, entrando no carro junto dos funcionários de Ramon.

Maya entrega o relatório para Ramon, indo em direção ao quarto de Jeff, onde o encontrou deitado, com novas correntes em seus braços, mas o suficiente para que ele pudesse mexer-se. A moça agora estava abismada, Jeff aparecia cada vez mais machucado, acorrentado. Então existia uma grande chance de aquele desenho ser um pedido de ajuda.

Então pensa em reunir provas o suficiente, para confrontá-lo no futuro. Pega suas coisas e senta-se perto do mesmo, mostrando papéis com algumas palavras.

— Agora vamos praticar sua fala, tente ler qualquer uma para mim. — Entrega um dos papéis ao rapaz, que o analisa por uns segundos.

— Vo...cê, es…tá bem?. — Pronunciou as palavras com um pouco de dificuldade, mas mostrou um bom desempenho.

— Eu estou ótima, meus parabéns. — Ela sorri para o mesmo, que permanece inerte. 

Ela entrega mais algumas frases a ele, e pede para que ele as leia novamente, Maya estava fazendo um trabalho excepcional, como sempre foi de seu feitio. Sentiu-se bem, por saber que estava conseguindo evoluir com seu paciente, mas, ao mesmo tempo, estava preocupada, algo não estava certo, mas, cautelosa, preferiu esperar mais.

Recolheu todas as folhas, já estava na hora de ir novamente, e durante a noite, ela teria um compromisso com amigos. Caminhou até a porta, com seus pertences. — Amanhã, quero que me diga essas palavras, sem ler nadinha. — Falou, indo embora.

Jeff estranhou o fato do teto não ter cedido, mas sabia que em algum momento iria acontecer, e estava muito ansioso por isso. Maya estava exausta, mas, teria marcado de sair com alguns amigos, então colocou uma roupa arrumada, e saiu.

Chegando ao bar rústico, sentou-se em um dos bancos de madeira, junto de seus amigos, Tânia e Richard. Eram seus amigos desde a infância, e eram tão atarefados que um encontro assim não era muito frequente. Tânia era modelo, e Richard, médico.

Tomaram algumas bebidas, mas nada que fosse afetar a mesma amanhã, por isso ela resolveu não exagerar. Porém, percebeu que estava tendo algumas alucinações, estava vendo Jeffrey, em vários lugares, em alguns, ele a ameaça com uma faca, ensanguentado, e em outros, apenas a encara, como no quarto. Amedrontada, resolve ir para casa, e mal se despede dos amigos.

Chega em casa angustiada, uma dose de adrenalina percorria sobre suas veias, ela tremia, acende a luz com rapidez, com medo de ver mais alguma coisa, ela nunca tinha sentido tanto medo assim, e mesmo trabalhando com loucos, nenhum chegou a afetar sua mente de tal maneira, Jeff tinha conseguido o que queria, mas a moça não deu o braço a torcer. Deitou em sua cama, trêmula, que por conta da bebida, adormeceu rápido.

Acordou atordoada, nunca teria tido alucinações, ainda mais tão amedrontadoras. Maya não sabia como reagir a Jeff, estava muito assustada para ir trabalhar, mas ela sabia que era necessário. Fez sua rotina matinal, e esperou os funcionários chegarem para buscá-la. 

Chegando lá, Maya estava extremamente amedrontada, mal conseguia olhar para os pacientes ao redor. Maya caminhou rapidamente, sentia uma forte agonia sobre todo o seu corpo, um medo que jamais ousou ter. Chegou ao quarto de Jeff, e não sabia se ficava pior, ou se melhorava.

— Você... está bem?. — Jeffrey disse, impressionando a mesma.

— Eu...estou bem. Vejo que lembrou do que eu disse a você. — Falou, sorrindo.

Notou mais algumas queimaduras, e também, uma corrente no pescoço do mesmo. Maya ficou furiosa, e dessa vez, decidiu dar uma palavrinha com Ramon. Saiu da sala, deixando Jeff sem entender a situação. Adentra a sala de Ramon, que assustou-se.

— Precisamos conversar.

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