The Experiment

Perto

Boa leitura

A moça gritou, fazendo o homem recuar imediatamente, Maya chora, pondo as mãos no rosto, Coll não sabia o que fazer, então ele mesmo sentou-se na cama, com um olhar triste.

— Eu não tinha más intenções com você, só são cinco da manhã, imaginei que quisesse descansar.

— Eu estava muito bem lá, com Jeff. — Enxugou as lágrimas, lançando-lhe um olhar de fúria.

— Você entende que não podem mais ficar juntos não é? Você pertence a mim agora.

— Eu deveria pertencer a quem eu quisesse.

— Sim, mas, acredite, eu posso lhe dar muito mais felicidade do que aquele...ser lhe daria.

— Nada compra o amor, Coll.

— Belas palavras, porém, vai adorar a vida de rainha que irei lhe dar. — Levantou-se. — Tenho dinheiro suficiente para o que você quiser.

— Isso é estúpido. — Retrucou.

— Pois, saiba, que Jeff só terá o tratamento que você permitir.

— O que quer dizer?

— Tudo vai depender de como você me trata, meu bem. — Tocou o rosto da moça. — Por isso, acho bom prestar atenção em seus modos com seu noivo. 

— Eu não vou me casar com você. 

Coll respira fundo.

— Cada coisa que me negar, será uma coisa que negará a Jeff, como o café da manhã, por exemplo.

— Você não seria tão ridículo. 

— Prefere pagar pra ver? — Segurou o rosto da mesma, com uma certa força, mas, solta rapidamente.

— Eu… farei o que você quiser, contato que ele fique bem. — Imediatamente seus olhos perderam o brilho que tinham.

— Ótimo. — Beijou-a.

Ele deu um toque leve em seus lábios, a moça estava contorcendo-se de nojo, mas, preferia não deixar Jeff sofrer daquela forma novamente, ninguém merecia ser tratado de forma desumana. Por isso, aceitou os beijos e carícias, e o que veio além disso, apertava os lençóis com horror, não estava sentindo prazer, aqueles toques eram torturantes, mas, era o único jeito de tudo manter-se bem.

Horas mais tarde, Maya foi visitar Jeff, que estava almoçando, com uma bandeja sobre sua cama. A moça aproximou-se dele, sentando-se ao seu lado. 

— Eles estão tratando você bem? — Disse, olhando-o.

— Dá pro gasto. — Riu.

— Bom, eu ainda posso cuidar de você, quer que eu venha em algum horário?

Jeff nota uma mancha roxa no pescoço da mesma, de início não acreditou, por isso, afastou bem os cabelos da moça para olhar com mais clareza. Jeff nunca se sentiu tão traído, por isso, segurou o pescoço da moça com força, prensando-a contra a parede.

— Parece que andam cuidando muito bem de você não é? — Apertou mais ainda o pescoço de Maya.

— Me...mata...— Falou sem ar, e Jeff Imediatamente soltou a mesma, que caiu no chão, tossindo.

— Traidores não devem morrer, não tão fácil. 

— Eu sei como está se sentindo, por favor me deixe te explicar tudo. — Segurou no braço do mesmo, que empurrou-a.

— Saia daqui, não ouse voltar. — Virou-lhe as costas.

— Eu te amo… — Esticou-lhe a mão.

— Saia! — Empurrou-a novamente, fazendo com que a moça se debatesse contra a porta.

Maya saiu do lugar, chorando, deitando-se na cama do quarto de Coll, que estava vendo todos os acontecimentos pela câmera, com um enorme sorriso, ele conseguiu o que queria. Ele já tinha ajeitado toda a sua cerimônia, casaria-se com a moça no final da tarde do dia seguinte, e ele concluiria o que seu pai estava fazendo, afinal, Jeff está humanizado o suficiente, para que sua inteligência pudesse ser extraída, concluindo o projeto.

Para quê servia tal experiência? Simples, quem não gostaria de ter um cérebro perfeito? No qual, jamais fora explorado em todos os seus polos e hemisférios, nós, não utilizamos toda a capacidade de nosso cérebro, mas, com esse experimento, seríamos capazes de utilizar toda essa capacidade, Coll e Ramon, se tornariam incrivelmente conhecidos em todo mundo, como autores de tal procedimento, escondendo é claro, toda a sujeira por trás de tanta maldade feita a mulheres e crianças totalmente inocentes. Maya era somente um acessório, uma mulher bonita e inteligente que ele gostaria de ter ao lado, não importava-se com os sentimentos dela, somente com seus próprios interesses.

A moça ficou no quarto, com uma tristeza tão grande ao ponto de não querer comer, ou beber alguma coisa, a moça tinha até mesmo uma aparência enferma. Coll pediu para que fizessem um hemograma para saber se a moça estava anêmica, e a alimentou através de sondas. 

Mesmo com sua péssima situação, ainda foi obrigada a provar diversos vestidos, belíssimos vestidos, porém, ela não estava fazendo o que queria, por isso, nada lhe agradava, e os próprios funcionários tiveram que votar em um. Um lindo vestido de renda, branco com seus detalhes prateados, digno de uma princesa, mas, Maya sequer queria qualquer riqueza que ele poderia dar. 

Jeff estava isolado, comia pouco, movia-se pouco, nunca tinha ficado de tal forma em toda sua vida, ele sempre buscou sua própria forma de sentir-se bem, mesmo quando todos criticavam. Socou as paredes incessantemente, até suas mãos estarem totalmente machucadas, deitando-se na cama, gritando de horror, as vozes em sua cabeça não o deixavam sequer respirar.

Durante a manhã, Maya sequer queria acordar, levantou totalmente contra sua vontade, sendo levada para tomar banho, e aprontar-se, horas e horas de pessoas entrando e saindo do quarto, fazendo sua locomoção através de uma cadeira de rodas, com profissionais da saúde cuidando de sua higiene e alimentação, a pobre moça não sentia sequer vontade de viver.

Deixaram o vestido da moça esticado sobre a cama, e foram embora, deixando Maya sentada na cadeira de rodas, maquiada, usando as roupas de baixo, e o tule que complementa a saia do vestido. Coll entra no quarto, sorridente, agachando-se em frente a mesma.

— Anime-se, esse é o dia mais importante na vida de toda mulher. 

Maya sequer conseguiu olhar para ele, permaneceu intacta, piscando seus olhos com lentidão, mostrando total perda de vontade de continuar vivendo. Um dos funcionários adentra o quarto, com papéis em mãos.

— Senhor, temos o resultado dos exames.

— Claro, fale. — Colocou-se de pé.

— É que, descobrimos algo a mais nele…

— Fale de uma vez! — Aproximou-se do rapaz.

— A moça...ela... está grávida.