A única que merece misericórdia

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Fechou os olhos, precisava da presença da moça, a solidão nunca tinha o incomodando tanto, era torturante, odiava estar naquela situação, principalmente por conta de uma mulher, quando foi que amoleceu assim?

— Jeff? Já está dormindo? 

Maya adentrou a casa, chamando pelo mesmo. Jeff sentiu seu peito palpitar, levantando bruscamente da cama.

— Estou aqui. — Apareceu na porta do quarto.

Maya colocou sua bolsa no sofá, e andou apressadamente até o mesmo, o abraçando com força. — Você não sabe o quanto hoje foi difícil pra mim. — A moça chegou a chorar, Jeff não sabia o que fazer, nunca teria passado por algo parecido. Apenas fez silêncio, e a abraçou.

— Eu não quero jogar nada em você, eu sei que passou por muita coisa e…

— Cala a porra da boca. — Jeff a interrompe, beijando-a calmamente, sentindo o gosto de suas lágrimas que haviam escorrido para a boca da moça.

— Você esteve lá, quando eu precisei. Ninguém faria isso por mim. Eu lhe devo muito.

Jeff sequer sabia como essas palavras saiam de sua boca, desde quando conseguia demonstrar seus sentimentos? Aquilo soava assustador para ele. Jeffrey viu as lágrimas escorrendo sobre o rosto da moça, que provavelmente não sabia o que dizer, e as enxugou, trazendo a mesma para seus braços novamente, apoiando a cabeça em seu peito, era o melhor que poderia oferecer.

Após um tempo, finalmente a moça parou de chorar, o consolo de Jeff era tudo o que ela precisava após um dia cansativo e doloroso. Afastou-se dos braços do mesmo, indo preparar algo para comerem. 

— Acho que você precisa de mais algumas coisas, ou não vai poder sair de casa nesse inverno.

— Você vai me deixar sair?

— Quem sabe a gente não dê uma volta por aí.

Não era justo manter o mesmo preso, ele realmente merecia sair um pouco. Era esses fatores que faziam Jeff sentir-se mal por pensar em fazer coisas ruins nas costas da mesma, ele não queria decepcionar Maya, mas, sabia que aquilo era mais forte do que se pode imaginar.

E aquilo era perfeito, ele poderia neste momento conhecer a vizinhança, e estudar as estratégias para chegar até lá, e fazer seu trabalho sujo. Já sabia o horário de saída e de chegada de Maya, e agora, só restava saber se aquele horário seria sempre o mesmo.

— O que acha de assistir um filme?

— Acho que faz uns dez anos que não vejo um.

— Então vai matar a saudade.

Maya sorri, colocando a embalagem de pipoca no microondas, buscando os refrigerantes, a moça realmente estava fazendo de tudo para dar uma vida melhor a Jeff, e ele estava vendo aquilo, por isso, de todas as pessoas do mundo, ele nunca mataria Maya. Ela era a única pessoa que merecia sua misericórdia.

Eles começaram a assistir o filme, Maya fazia carinho no cabelo de Jeff, que estava deitado no colo da mesma, ele apenas continuava vendo o filme, ele não sabia como agir, como daria amor a essa moça? Seu corpo era apenas um misto de dor e ódio, o máximo, de amor que ele estava podendo dar, era não ser um arrogante narcisista com a mesma, ela merecia tudo de bom que aquele corpo ainda pudesse dar.

Virou a cabeça, olhando um pouco para a moça, que estava distraída vendo o filme. Estava tão focada em trabalhar e cuidar da casa, que sequer parou em um salão para arrumar os cabelos mal cortados, a expressão em seu rosto era de cansaço, ela precisava de cuidados.

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