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Por Petroski

Tomo meu terceiro copo de água. Meu deus nunca senti tanta sede em toda minha vida. Meu pai está falando com alguém ao telefone. Vejo a porta se abrir e minha mãe entrar no quarto carregando uma bandeija. Ela coloca a bandeija em cima das minhas pernas e sorri. 

_ Coma. Você precisa se alimentar bem agora. - Diz ela com lágrimas nos olhos. Analiso minha mãe e percebo o quanto ela está magra, em seus olhos é possível ver sinais de profundas olheiras. Imagino como deve ter sido difícil pra ela, ver o único filho definhando em uma cama de hospital. Passo a mão em meu rosto e sorrio ao perceber que alguém fazia minha barba.

_ No começo era seu pai, mas depois seu amigo assumiu essa missão. - Diz ela beijando meu rosto, e passando a mão em meu cabelo. Amigo? Que amigo. Duvido muito que meus colegas de trabalho perderiam tempo vindo aqui, bom tem apenas Spartakus.

_ Spartakus fez minha barba? - Digo tentando não rir.

_ Não filho. Ele veio ver você várias vezes,mas não era ele. O seu amigo do clube Alex.

Alex. Só pode ser brincadeira. Fecho os olhos e sinto o gosto do seu beijo em meus lábios, ainda me lembro como se tivesse sido ontem. Naquela época eu só fui pego de surpresa e tive a pior das reações. Pego uma torrada e levo a boca, logo depois tomo um gole do chá verde, sinto meu corpo inteiro se aquecer. Alex será que ele ainda espera por mim? Tenho medo de descobrir a resposta.

Respiro fundo e sinto uma pontada no peito. Coloco a mão por cima do local e sinto minha respiração acelerar.

_ Mãe chama um médico- consigo dizer. Vejo meu pai desligar o telefone e correr para fora do quarto. Sinto suor descer por meu rosto e finalmente o medico entra no quarto. Eu não consigo respirar. Sinto como se estivesse me afogando novamente. Uma enfermeira aplica algo em meu braço e sinto meu corpo pensado e relaxo. Então novamente tudo fica escuro.

______________ Por Fantasma ___________

Depois de três dias finalmente estamos no hospital. Barão queria deixar pra vim amanhã, mas Ruivo e Levi não quiseram esperar mais tempo. Os únicos que não  estão aqui são Connor e Aaron, pois Myla não estava muito bem. Assim que chegamos no corredor onde fica o quarto dele, podemos ver vários polícias em frente à porta do quarto. Marcus se aproxima de Barão e fala alguma coisa que faz Barão arregar os olhos. Barão se afasta e nos o seguimos. Não é possível que ninguém vê o quando os olhos de Marcus lembrar os de Connor.

_ O que está acontecendo ? - Pergunto aflito e Ruivo bate forte em minha cabeça.

_ Eu não sei muito bem, mas parece que tem alguma coisa errada. - Diz Barão. Quero fazer várias perguntas, mas Levi me encara de cara amarrada e opto por ficar em silencio.

_ Como assim ? - Pergunta Ruivo.

_ Ele está  dormindo  - Diz Barão deixando todos surpresos.

_ Cara não brinca. Essa desgraça não ficou dormindo durante 5 anos. - Diz Bob recebendo um olhar de poucos amigos do Ruivo. Isso só pode ser um pesadelo. Como assim em coma de novo.

_ Ele está em coma? - Pergunta Mikaela.

Ouvimos um porta se abrir e Soya sai do quarto de Petroski e caminha em nossa direção. 

_ Não conseguiram esperar mesmo. - Diz ele sorrindo.

_ Pai, o que está acontecendo. - Questina Galã.

Soya passa a mão no rosto e solta a bomba.

_ Na época do tiro eles não tiraram todos os fragmentos da bala. - Diz ele deixando um clima de tensão no ar. Isso é muito ruim.

_ O que isso quer dizer? - Pergunta Kira.

_ Isso quer dizer que eles irão tentar tirar agora e se algo sair fora do previsto ele pode entrar em coma novamente.

_________________ Petroski ______________

_ Você tá brincando comigo? - Pergunto irritado. Isso não pode estar acontecendo.

_ Tenta ficar calmo. A dor que você sentiu anteriormente foi causada pelos fragmentos que ainda restam em seu coração.  - Diz o médico idiota.

Respiro fundo tentando me acalmar. As chances de entrar em coma novamente são enorme. Eu demorei 5 anos pra acordar e se desse fez eu simplesmente  não voltar mais.

_O que acontece se eu não fazer essa cirurgia? - Minha mãe tenta falar alguma coisa,  mas levanto minha mão pedindo pra ela ficar em silêncio.  Preciso analisar todos os pós e contras.

_ Você não vai conseguir fazer o básica de uma vida normal. Você não vai conseguir correr. Não vai poder sentir medo e nem alegria. Sexo você pode esquecer - Vejo seu rosto adquirir um leve tom de vermelho. -  Tudo que eu falei agora tem algo em comum, o aceleramento cardíaco.  Você até pode não fazer a cirurgia, mas não vai poder fazer praticamente nada.

Vejo meu pai abraçar minha mãe, ele tenta dizer palavras de confortos, mas não consegue convencer. Não posso correr o rosto de passarmos por isso novamente.

_ Não irei fazer.

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