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Por Vera

_ Eu já falei que não. - Diz ele virando de lado e fechando os olhos. Para ele não tem mais discussão.  Saio do quarto e vejo apenas a família do meu marido no corredor. Me aproximo da minha sogra e sinto seus braços ao redor do meu corpo. Me sinto tão esgotada, quando finalmente acreditei que tudo iria se resolver chega novamente uma tempestade. O médico disse que na verdade Petroski não tem opção,  ele precisa fazer a cirurgia. Meu Petroski sempre foi teimoso, ele só está pensando nos riscos.

_ Ele não vai fazer - Digo me sentando em uma cadeira vazia.

_ Como não? - Pergunta meu sogro.

_ Ele não vai. Eu não sei como vou fazer para ele mudar de ideia.  - Não vejo saída.

_ Mas o que acontece se ele não fazer? - Pergunta Alex aparecendo no final do corredor. Fico tão feliz de saber que meu Petroski tem um amigo como Alex. Ele é tão dedicado, sempre esteve ao lado do meu filho.

_ Vai se tornar o Hulk.  Tudo que acelera o coração vai ter que ser deixado de lado. - Diz Soya. 

_ Você diz tudo? - Pergunta ele de forma estranha. Vejo Levi arregalar os olhos, como se tivesse entendido algo que eu ainda não entendi.

_ Exatamente tudo. - Vejo ele virar as costas e sair andando. Sinto os braços de Goldon ao meu redor e seus lábios beijarem meu rosto. Meu marido tem sido tão paciente. Nossa vida de casal tem ficado em segundo plano depois de tudo que aconteceu.  Acho que a última vez que dormimos como casal foi há 6 meses. Sinto falta do meu marido. Sinto falta de sentir seu corpo no meu, mas pra voltamos a ser o que é éramos meu filho precisar sair desse hospital pela porta da frente.

______________ Por Petroski __________

Escuto o barulho da porta se abrindo e continuo de olhos fechados. A última vez que olhei no relógio eram 23h45. Expiro o ar e sinto aquele cheiro. Alex está em meu quarto. Tento manter a calma. Seu cheiro fica cada vez mais forte indicando que ele está muito próximo. Sinto algo passar por minhas pernas e meu corpo se arrepia. Arregalo os olhos ao sentir mãos embaixo do lençol fino que cobre meu corpo, sinto um beijo molhado em meu pescoço e meu corpo parece que vai explodir de dentro pra fora. O que ele está fazendo? Estou tentando manter meus pensamentos distantes, mas tudo vai ao chão quando sinto uma mão fria tocar meu pênis. Ele começa a me mastubar e claro que a pressão  é tanta que solto um gemido prazeroso. Abro meus olhos e ele está focado em mim. Assim que nossos olhos se encontram ele tenta tirar a mão,  porém eu não permito. Seguro sua mão que ainda está em volta do meu pênis,  minha respiração está ofegante.

_ O que está fazendo ? - Pergunto controlando minha respiração e sentindo a dor no peito diminuir. Ele parece envergonhado. Porém antes que eu possa falar mais alguma coisa sinto seus lábios nos meus. Seu gosto continua o mesmo, apenas o seu cheiro que agora é novo. Graxa. Antes ele não tinha esse cheiro, mas é meu cheiro favorito. Sua língua invade minha boca e o barulho do aparelho cardíaco aparece cada vez mais alto. Então não consigo segurar mais. Empurro seu corpo para longe do meu.

_ Merda. Tá doendo - Fecho meus meus olhos e tento segurar as lágrimas mas infelizmente não consigo. A última coisa que lembro é do Alex saindo para pedir ajuda.

Abro os olhos e olho para o relógio no centro da parede branca 13h12min. Fecho os olhos novamente e imagens do que aconteceu na madrugada de hoje invade minha mente. Eu não acredito que ele fez aquilo e o pior foi eu corresponder. Foi Alex quem me tirou daquele coma, seu cheiro e a lembrança do seu beijo me mantiveram vivo. Alex nunca soltou minhas mãos. Ele esteve aqui esse tempo todo. Quem eu estava querendo enganar. Aquele beijo a 12 anos atrás foi mais importante para mim do que ele imagina. Escuto a porta de abrir e minha mãe entrar no quarto junto com meu pai e Alex. Respiro fundo e olho para o teto.

_ Meu filho você está bem? - Pergunta minha mãe preocupada. - Alex comentou que ontem você passou mal novamente.

Olho para o Alex e solto um risada nervosa.

_ Estou bem mãe. Alex e eu estávamos nos lembrando dos velhos tempos, acabei ficando um pouco ansioso.

Meu pai estava nos olhando de um jeito desconfiado. Alex vai até  o bebedouro que fica no quarto e pega um copo de água. Estava tão destraido olhando para ele que nem percebi o médico entrando no quarto.

_ Então,  sua resposta continua a mesma? - Pergunta ele.

_ Eu vou fazer. - Digo por fim. Vou fazer essa cirurgia, porque não tem como eu ficar sem o Alex.

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