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Por Petroski

Fico olhando para meu pai e minha mãe que não conseguem parar de sorrir. Eu não me pareço nada com meu pai. Ele tem os olhos mais azuis que já vi e sua pele é pálida, também não pareço muito com minha mãe,  na verdade sou a cara do meu vô que faleceu na Polônia.  Meu avô faleceu durante a Operação Hyacinth, ele também era policial. No anos 80 a comunidade gay era perseguida na polônia, a Operação Hyacinth tinha como objetivo catalogar homens gays da época. Meu avô nunca viu os homossexuais como uma ameaça ao governo, porém o governo pensava de outra forma. Meu avô infelizmente acabou sendo torturado e morto por ajudar muitos homossexuais poloneses a fugirem da Polônia. Acho que foi essa história do meu avô que fez com que eu não aceitasse muito bem meus sentimentos por Alex. Depois da formatura entrei de fato para a polícia, no início eu não queria ser um corrupto,  mas depois entendi que minha família que no caso era também o clube precisava da minha proteção. Em várias vezes quis falar com Alex, mas nunca consegui ter coragem pra isso.

_ Eu quero contar algo pra vocês- Eu sei que meus pais irão aceitar isso de boa. Meu pai não vai gostar muito, porque vai deixar mais do que na cara que somos do lado corrupto. - Eu gosto do Alex.

Vejo meu pai levantar da cadeira e começar a andar pelo quarto.

_ Eu sabia. Você  sabe que pra gente isso é péssimo né. - Diz meu pai recebendo um olhar quase que mortal da minha mãe. - Amor você entendeu. 

_ Eu entendi sim. Mas quando vocês desistiram ir pra esse lado já sabiam que uma hora ia dar merda. - Diz ela levantando da cadeira e se aproximando do meu pai. Vejo ela beijar seus lábios e sorrio. - Mas ninguém tem nada contra vocês então. 

Escutamos alguém bater na porta e Alex entra um pouco envergonhado. Ele olha para meus pais e seu rosto fica ainda mais vermelho. Chega ser engraçado ver um homem desse tamanho, cheios de tatuagem com o rosto vermelho de vergonha.

_ Eu posso voltar depois - Diz ele.

_ Não. Tudo bem. - Ele entra e sorri para meu pai que olha para ele com cara de poucos amigos. Meu pai deve estar morrendo de ciúmes. Na minha família é ao contrário. Minha mãe sempre foi mais liberal, ela sempre falava que eu tinha que curtir mesmo minha vida e sair bastante, meu pai só faltava matar minhas namoradas. Vai entender.

_ Oi Alex. Como vai? - Diz minha mãe com seu jeito carinhoso.

_ Estou bem, obrigado. - Diz ele se aproximando da cama.

_ Alex, posso fazer uma pergunta? - Diz meu pai, cruzando os braços e colocando a mão dentro da sua jaqueta da polícia.

_ Pai para  com isso - Digo revirando os olhos.

_ Tá Bom - Ele sorri -Estava brincando. A gente vai pegar algo pra você comer. - Diz ele pegando a mão da minha mãe e a puxando pra fora.
Alex está olhando para tudo que é canto menos para mim. Eu e ele somos o oposto um do outro. Alex é forte, tem o corpo repleto de tatuagens e tem a questão das personalidades. Ele é engraçado, era quase impossível ficar ao seu lado e não rir. Já eu sou magro e não tenho tatuagens, minha personalidade é terrível... alguma coisa eu tinha que puxar do meu pai.

_ V-voce está m-melhor? - Pergunta ele.

_ Não sabia que era gago. - Ele me olha com cara feia e senta na cadeira que está  ao meu lado. Coloco a mão no peito como se estivesse sentindo algo.
Ele se levanta rapidamente e  aproxima -se  de mim. Neste momento aproximo nossos lábios e beijo sua boca. No começo ele não corresponde, mas depois sinto sua língua invadir minha boca. Levo meus braços aí redor do seu pescoço, sinto sua boca descer pelo meu corpo deixando o mesmo todo arrepiado. Mordo seus lábios fazendo com que ele solte um gemido gostoso. Escutamos alguém bater na porta e ele separa de mim rapidamente.

_ Voltamos meninos. - Diz minha mãe entrando com um bandeija. Ela coloca a bandeija em minha perna e vejo o que ela trouxe. Salada de fruta e iorgute.  Coloco o iorgute de lado.

_ Esqueceu que não gosto. - Digo dando um colherada nas frutas.

_ Não. Eu não esqueci - Diz ela rindo. - Você vai ter alta da que 4 dias. Dias ela batendo palmas.

_ Graças a deus. Eu não aguento mais ficar aqui nesse quarto com cheiro de água sanitária. - Digo terminado de comer. - Na verdade eu não  vejo  hora de voltar a trabalhar.  Observo Alex se mexer na cadeira de forma desconfortável. 

_ Filho, acho que você deveria esperar pelo menos - Diz minha mãe com seu olhar preocupado.

_ Não vou esperar. Vou esperar apenas os dias que preciso ficar em repouso.  - Falo tentando colocar um fim nesse assunto. Já tomei minha decisão, vou voltar  a trabalhar o mais rápido possível, não sei ao certo o que aconteceu para que eu tenha levo 5 tiros, mas tenho certeza que no meu computador deve ter respostas.

_ Você é muito teimoso. - Diz minha  mae. - Seu vô também era e o fim dele não foi um dos melhores.

Vejo seus olhos se encherem de lágrimas.

_ Mãe, eu vou ficar bem

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