Caos e Silêncio - EM MANUTENÇÃO

Capítulo XXXIV

Flora ainda podia sentir a dor de suas plantas sendo queimadas por Bloom, um calor insuportável dominava seu corpo e ouvir os gemidos de Terra não ajudava em nada. Ela queria encontrar Aisha, precisava saber se sua garota estava bem, mas quando conseguiu apoiar os cotovelos no chão e levantar o tronco a única coisa que viu foi Riven sendo jogado no chão por Valtor.

Ela agiu por puro impulso. Seus olhos se acenderam em um verde brilhante, suas mãos se enfiaram na terra e fizeram brotar longas trepadeiras que deslizam pelo chão como serpentes, até alcançar Valtor e se enrolar em seu corpo, enlaçando sua mão bem a tempo de impedir que ele enfiasse uma adaga no coração de Riven.

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Riven sentiu que algo grandioso ia acontecer naquele dia. Não sabia exatamente o que e não sabia se seria bom ou ruim, por isso decidiu mostrar a Musa quem ele era de verdade. Sua vida foi difícil, passou por coisas que nenhuma criança deveria passar, por isso era tão fodido, mas Musa mudou tudo e ele a ama tanto que não podia correr o risco de morrer sem que ela soubesse.

Então, quando Valtor agarrou seu pescoço e o jogou no chão com tanta força que sentiu suas costelas quebrando, ele soube que tinha tomado a decisão correta. Valtor tinha uma adaga na mão, seus lábios se moviam, mas ele não conseguia entender porque ao bater sua cabeça no chão tudo ficou nublado e distante. A única coisa que conseguia pensar era em Musa, tudo sobre ela, seus olhos, seus lábios, seu cheiro, sua voz, seu grito?!

Ela estava sofrendo, não deveria estar vendo isso, deveria estar fugindo para Alfea, como ele ordenou. Riven jamais permitiria que Musa se machucasse, por isso estava lutando de forma tão agressiva e imprudente, sua missão podia ser resgatar Bloom, mas a vida de Musa é mais preciosa que qualquer outra coisa. Ele morreria mil vezes se precisasse, mas não podia ficar parado ouvindo seu grito de pura dor e desespero.

O grito ensurdecedor de Musa despertou algo dentro de Riven, uma força indescritível começou a crescer em seu coração, se espalhando por seu corpo, entorpecendo a dor, trazendo seus sentidos de volta e clareando sua mente. Riven abriu os olhos, Valtor está parado segurando uma adaga na mão a poucos sentimentos de seu peito, ele está furioso, se debatendo na tentativa de se soltar das plantas que o agarravam com força, cortando sua pele e sufocando-o a ponto de deixar seu rosto vermelho.

O Especialista aproveitou a oportunidade para chutar a barriga de Valtor, o jogando para cima e depois socou seu rosto com tanta força que deslocou seu maxilar. Valtor caiu no chão, gemendo em agonia, as plantas se agarraram mais ainda a ele, o prendendo com firmeza no chão. Riven girou para o lado, procurando por Musa, mas nada nessa vida poderia tê-lo preparado para o que seus olhos viram.

Musa estava flutuando no ar, seus olhos brilhavam em branco neon, suas mãos estavam abertas, com as palmas para cima, acumulando energia mágica em uma esfera brilhante. Seus cabelos estavam soltos e pairavam no ar como ondas, em suas costas um par de asas roxas se moviam graciosamente. Ela é uma fada completa agora, do tipo que tem asas e voa, todo seu corpo está tomado pela magia roxa e quando seu grito morreu em seus lábios um silêncio inquietante reinou por alguns segundos antes de uma grande explosão sonora.

A onda sonora que saiu da explosão de sua esfera de energia fez a terra e o ar tremerem, com um som fino, afiado e cortante. As sombras gritaram ao serem destruídas, seus núcleos mágicos explodindo quase ao mesmo tempo, espalhando uma fumaça negra pela cidade. Ao mesmo tempo, cada Especialista e Fada, com exceção de Bloom, sentiu suas dores indo embora, como um analgésico fluindo por suas veias, suas mentes ficaram ativas e eles se sentiam bem, feliz, em paz, como em um sonho. O sonho que a magia de Musa tornou realidade.

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Bloom não sabia onde estava, a última coisa que se lembrava era de Valtor cravando os dentes em sua pele e depois tudo escureceu. Não importava o quanto ela gritasse e batesse nas paredes invisíveis com toda sua força, não conseguia sair desse lugar sombrio e solitário. Ela se encolheu, abraçando as próprias pernas, enfiando o rosto nos joelhos e deixou suas lágrimas escorrerem abundantemente.