Begging | Beauany.

|| Surreal.

Amor.

Uma palavra forte, né?

Egoísmo.

Palavra comum, né?

Essas eram as únicas palavras que saíam da boca de Sina e Noah quando chegamos em casa.

Obviamente não ouvia mais que isso, meu próprio eu não permitia.

- Ela precisa de vo...

- Tá, tá... Agora calem a boca.

A verdade é que mal lembro como cheguei aqui.

- Céus você está um caco... - Noah diz.

- Jura?! Jura mesmo, amigão?!

- Não o trate assim. Nenhum de nós tem a ver com isso.

- Então já podem ir. Obrigada pela carona.

- De jeito nenhum. Vamos, Josh, você precisa de um banho gelado. - Sina me puxa para a escada.

- Nem fodendo. Não vou tomar banho gelado nenhum, e muito menos entrar naquele chuveiro... Eu não posso.

- Não vou perguntar o porque, mas posso imaginar. Você ainda assim precisa de um banho. Talvez na banheira?

- Foda-se. Qualquer lugar dessa porra de casa me faz pensar nela, de qualquer jeito.

Enquanto por alguns minutos ficava sozinho no pequeno toilet, olhava para o espelho com frieza. Uma imagem assustadora.

Any me diria para pentear o cabelo. Não, ela mesma o pentearia, e me daria um beijo no pescoço depois.

Mostro um dedo do meio para minha própria imagem, antes de entrar na banheira cheia de espuma, cobrindo meu corpo por inteiro.

- Já entrou?

- Sim, Sina.

A garota timidamente entra no banheiro e se senta ao lado da banheira. Permanecemos em silêncio por um longo tempo.

- O que disse para ela?

- O quanto a odeio.

Minha melhor amiga parecia extremamente decepcionada, como já se era de esperar.

Nem mesmo uma garrafa e meia de álcool puro me faziam esquecer o rosto que ela havia feito agora. Normalmente zoaríamos um com o outro com essa mesma expressão, mas... Desta vez era real.

- Espero que esteja consciente o suficiente para não esquecer o que vou te dizer. Mas, Josh, o mundo não é você e seu dinheiro. Assim como Any não teve responsabilidade afetiva em não te contar, você também nunca teve. Nunca ligou para ela até que fosse conveniente para você. Então se tiver o mínimo de caráter que possa ter, a peça desculpa.

- Não quero voltar com ela.

- Nunca falei para voltarem, falei para pedir desculpas pelos absurdos que disse. Até porque mesmo que não estivesse lá, posso imaginar o que saiu da sua boca.

- Não. Não quero mais saber da garota.

- Ela ainda está aqui, querido. Ela ainda está viva. Não sabe o quanto vai se arrepender por ser tão egoísta como está sendo.

- Any foi a egoísta! Ela sabia o quanto precisava dela, e o quanto a cada dia estava mais e mais apaixonado, para me esconder que em menos de um ano vai morrer!

- Não vê que o egoísta é você!? Já disse que Any não teve responsabilidade afetiva, medo de dizer a verdade, e o perder. Você é só um babaca que não vê nada além de como te afeta.